DOROHEDORO – Um anime não é feito só de sangue | Crítica

Um homem com cabeça de lagarto, muito sangue e mulheres independentes. Esse é o mais novo anime da Netflix!

Poucas pessoas são fãs de CGI, e por mais que alguns aspectos sejam cansativos aos olhos quando se trata de Q Hayashida. Você consegue entender o ritmo com os modelos de personagens principais. Temos aqui um buraco caótico, sangrento e peculiar, repleto de estilo e originalidade. .

A história se passa em um cenário pós-apocalíptico dividido em duas dimensões separadas: o Buraco, um lugar sombrio onde os humanos residem; e o mundo dos feiticeiros. Destaca-se que, apesar de parecerem semelhantes, humanos e feiticeiros são duas espécies distintas.

Dorohedoro | Netflix
Dorohedoro | Netflix

Acompanhamos Caiman, personagem que está em busca de sua identidade real após uma transformação realizada por um feiticeiro, a qual o deixou com a cabeça de um réptil e sem lembrança de sua vida anterior. Junto com sua amiga Nikaido, ele ataca violentamente feiticeiros no Buraco.

Muitas séries de animes que usam esse nível de violência, costuma ser algo tímido e poucas vezes chocante. Porém, a criatividade na violência retratada pela autora e a atitude desagradável que a maioria dos personagens exibe empurram Dorohedoro para um espaço único.

Dorohedoro | Netflix

É uma comédia divertida e sombria, ao mesmo tempo em que permanece genuinamente perturbadora. Os personagens brincam constantemente e adoram conversar sobre comida, mas por outro lado eles também adoram cortar pessoas em pedaços, atacar e assassinar de maneiras muito mórbidas e gráficas.

O anime se preocupa principalmente com dois grupos de personagens que residem nesses mundos: moradores do buraco e usuários de magia. Embora a história possa certamente se mover rápida demais, às vezes ela também tem a capacidade de desacelerar e nos surpreender, construindo e mostrando vários aspectos dos seus protagonistas. Além disso, dedica um tempo para nos mostrar momentos mais íntimos.

DOROHEDORO nunca poderia ser adaptado para anime

Dorohedoro | Mangá

O mangá sempre esteve na lista de que nunca teriam uma adaptação, pois seu estilo artístico detalhado e um pouco menos refinado surpreendeu. Alguns até acharam que seria impossível retratá-lo com precisão quadro a quadro em uma animação tradicional.

É claro que não é um Beastars, mas o anime se beneficiou por ter algumas cenas e ambientes inteiros renderizados em CGI, permitindo que as coisas se misturem mais facilmente.

A primeira temporada recebeu uma série de 12 episódios e parecia óbvio até onde ela iria chegar. Trabalhar com uma restrição de tempo e não saber ao certo se você receberá uma segunda temporada leva um diretor a criar o que eles sentem ser a versão mais atraente de uma história, a qual possa se encaixar no tempo concedido.

Mulheres não são tão frágeis assim

Dorohedoro | Netflix

Shounen’s repletos de mulheres que servem de escada para vangloriar o incrível ego dos seus protagonistas masculinos não estão aqui. Com força de vontade e muito ódio. Além disso, elas não estão à procura de alguém, apenas da sua própria força interior. O fato de ser escrito por uma mulher nos faz pensar o quanto o ponto de vista de um autor pode mudar a forma pela qual uma escrita representa uma sociedade.

Dorohedoro | Netflix

Quando anunciaram a adaptação, quase todos os fãs se esconderam com medo do que estava por vir. Todavia, o mundo de Hayashida é único em sua rica tradição, e a equipe envolvida se dedicou a ter essa “série de mangás não-adaptável” recebendo uma adaptação louvável e bem-sucedida.

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural, Analista de Inbound Marketing e Branding, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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