Otageek entrevista o ilustrador Douglas Silva

Confira os detalhes dos projetos e da vida do ilustrador e quadrinista Douglas Silva, além de tudo que mudou em seu trabalho nos últimos tempos.

Na última segunda (26), o ilustrador e quadrinista Douglas Silva, de Catalão-MG, concedeu uma entrevista à nossa equipe. Douglas já havia sido entrevistado pela nossa equipe durante o projeto ‘Trampo POP‘, realizado pelo Otageek através do Instagram.

A entrevista, em formato de vídeos divididos em 2 partes, foi ao ar no Instagram do Otageek (@otageekbr) no dia 26 de junho. Confira a parte 1 e a parte 2 dessa entrevista super interessante.

nesse novo contato, Douglas nos contou sobre sobre sua maneira de produzir arte e conteúdo e o que mudou desde a última entrevista. Além disso, ele também informou ao Otageek seus planos e projetos futuros.

Confira a entrevista completa na íntegra:

1- Desde a última entrevista que você concedeu ao Otageek para o projeto Trampo Pop até o dia de hoje, você começou a trabalhar em algum projeto novo ou surgiu alguma ideia de projeto nova? Se sim, descreva pra gente esse novo projeto/ideia?

Douglas: Sim, eu comecei a fazer um curta com nome provisório de Vampire Spy, que é a história de uma moça que aparentemente trabalha em uma organização secreta e está na mira de assassinos. E quando aparentemente um desses aparece e a executa, bem, o título provisório já meio que dá um spoiler, ela “ressuscita” e na verdade se mostra uma criatura das trevas com poderes. […]

gravamos 2 terços do filme e finalizei a primeira parte junto com minha amiga Elaine, que faz a espiã. […] Já editei a cena inicial da “morte” da espiã e coloquei no Youtube como um preview. […] O resultado, até o momento, tem sido uma das melhores coisas que eu já filme. O resto do filme eu não posso revelar muito, mas posso adiantar que ele vai ser ambicioso o bastante para ter alguns efeitos especiais, incluindo uso de Cromakey.

2- A sua forma de trabalhar ou de criar mudou desde a última entrevista?

Douglas: Com certeza! É sempre uma busca por melhoria e superação, mesmo que seja inconsciente. Como eu disse, dessa vez eu investi pesado nesse filme e tentei deixá-lo o mais profissional possível. […] O filme atual exigiu que eu superasse todas as minhas limitações e mostrasse tudo o que eu aprendi até o momento com os meus erros, e eu acho que o resultado está sendo recompensador.

É a mesma coisa com a arte, eu acho que tenho evoluído no desenho mais nos últimos 2 anos do que durante minha vida inteira. Tenho feito pinturas que realmente tem me agradado e que me soam de qualidade, coisa que pouco tempo atrás eu achava quase impossível.

[…] Enquanto eu cresci nesse sonho de ser um artista, eu fazia um desenho “bem feito” por ano… achava que tinha que ser parecido com um Michelangelo e gastar uma eternidade num trabalho só, e quando eu peguei gosto de verdade por me empenhar nas ilustrações e pinturas, de repente eu vi que não era, nem precisava ser tão difícil.

Minhas pinturas ficaram não só bem mais rápidas como infinitamente melhores, e essa inclusive é minha dica para quem quer ser um artista visual: simplesmente desenhe! Quanto mais você fizer, mais vai melhorar.

3- Na última entrevista, você citou que a inspiração que você sentia com Titanic era semelhante à de Peter Jackson com King Kong. Se você um dia chegar aonde almeja e firmar seu nome na indústria, pretende fazer como ele fez com King Kong e criar um remake de Titanic?

Douglas: Não necessariamente um remake de Titanic, porque por mais que eu ainda ame o filme do James Cameron, eu acho que esse fascínio por dramas históricos (especialmente a tragédia real com o navio) estava mais ligado à minha adolescência.

[…] Atualmente, minha predileção é por fantasia e horror, então, se hoje eu me tornasse um diretor hollywoodiano, eu acho que seria mais provável eu querer filmar minha versão de Drácula ou Nosferatu.

No momento, a ideia de remake de algo que eu gosto (especialmente blockbusters extremamente conhecidos e nem tão antigos assim) passa longe de ser um objetivo pra mim. Estou mais na onda da inspiração, de pegar algo que eu gosto e repetir a fórmula do meu jeito, mas em uma obra nova. Então, eu não quero fazer remakes, quero só me inspirar pra fazer a “versão Douglas daquilo”.

4- Você tinha mencionado também que gostaria de criar um filme ou até mesmo, futuramente, um estúdio de filmes trash/slasher. Essa ideia ainda continua ou você a descartou?

Douglas: Não só continua de pé, como um amigo querido meio que já deu o primeiro passo e já disse que espera que eu me una a ele para uma parceria. Não aqui, ele é lá do Rio Grande do Sul. Ele criou um mini estúdio pra fazer uns clipes musicais e, segundo o próprio, curtas de horror que ele vem fazendo experimentos durante a pandemia. Ele já me convidou pra gente dividir ideias, então, quem sabe, um dia a gente não “funde” nossas produções e crie algo maior. […]

Arte ilustrada por Douglas Silva. Nele há um animal parecido com um jacaré/lagarto, verde. Ele está em pé, na frente de um lago, e está abraçando uma flor enorme. As pétalas da flor são rosa-salmão, e o miolo da flor é amarelo. Há 4 outras flores com caules enormes, mas de tamanho menor que a central, cujo jacaré/lagarto está abraçando.
Imagem: arte de Douglas.
5- Para finalizar, se você já estivesse com uns 80 anos e olhasse pra sua trajetória como artista, qual projeto você gostaria de ter feito ou que fosse parte dessa sua trajetória?

Douglas: Eu acho que todo mundo sonha pelo menos um pouquinho em ser famoso quando criança, mas mesmo durante meus delírios de grandeza, acho que lá no fundo sempre tem aquela chavinha do “cai na real” que lembra a gente que isso é algo no mínimo muito improvável.

Acho que o eu do passado ficaria chocado com o que eu conquistei hoje. Ter desenhos com mais de mil visualizações, por exemplo, uma meia dúzia de fãs que gostam do meu estilo, ter um canal no Youtube pra postar meus curtas, com gente o bastante achando legal pra inclusive garantir essa entrevista.

[…] Hoje eu sou realista o bastante pra não almejar ser um Spielberg (do cinema) ou um Akira Toryama dos quadrinhos, mas eu gostaria de ao menos ter uma obra minha com certo grau de qualidade finalizada e reconhecida, um filme com um pouco mais de orçamento e recurso sendo exibido em festivais trash, um quadrinho com uma divulgação nacional, e quem sabe ser reconhecido numa CCXP.

Nem preciso ficar rico não, se tiver obra minha sendo minimamente divulgada e reconhecida a ponto de com 80 anos alguém lembrar de mim como ilustrador e videomaker, meu futuro eu todo encurvado enquanto coloca lixo pra fora já vai se sentir vitorioso.

E aí? Gostou do bate-papo com Douglas? Fique por dentro dos trabalhos desse grande artista e acesse seu perfil no Instagram.

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Ricardo Borges
Ricardo Borges

Graduando em jornalismo, 19 anos. Uberlândia, MInas Gerais.

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