Crítica Metal Lords | Metal is the law e se aplica à todas as idades

No dia 08 de abril foi a vez do filme Metal Lords chegar na Netflix. O longa vem atingir em cheio a nostalgia de muitos metaleiros por aí, e de quebra, apresentar a uma nova geração um gênero musicalmente complexo e que conquistou muitos fãs durante os anos.

O filme vem assumidamente como uma comédia adolescente. Hunter introduz à seu amigo Kevin o barulhento mundo do metal, enquanto o convence de que seu destino é montar uma banda para competir na Batalha das Bandas. O evento que mudará suas vidas.

Kevin nunca pensou muito em música como Hunter, principalmente se tratando de metal, mas vê aí uma oportunidade de ter algo em comum com Emily, a nova garota da escola que toca o violoncelo.

Pôster - Crítica Metal Lords - Metal is the law e se aplica para todas as idades - Otageek
“No one can destroy the metal”

If you want to be metal…

O ponto mais forte de Metal Lords é a identificação, da qual temos muitas possibilidades. Em Hunter temos o adolescente deslocado, com um gosto fora do padrão, que encontra na música um meio de se expressar, ser compreendido, e fugir dos problemas pessoais. Assim, é nele também que o filme coloca a rebeldia, aquela rebeldia que todo adolescente metaleiro gosta de sentir e procura (você sabe do que eu estou falando).

Hunter não é como todos, e está seguro de quem quer ser, além de odiar o fato de não o aceitarem como é. Mas também sente aquele gostinho bom de ser desafiado, de ser diferente, de saber que está quebrando um padrão.

Hunter no palco mostrando o dedo do meio - Crítica Metal Lords - Metal is the law e se aplica para todas as idades - Otageek
“New wave tried to destroy the metal
But the metal had it’s way”

Kevin, tão excluído dos populares quanto Hunter, não procura preservar para si uma imagem que o defina. Está feliz sendo quem é e gostando do que gosta. Não procura ser mais ou menos, e gostaria que todos pensassem assim. Mas é puxado para fora de sua zona de conforto quando conhece Emily, e pela primeira vez deseja ser algo a mais.

E Emily é a menina nova, deslocada e normal. Mas normal mesmo, sabe? Não aqueles normais de filmes adolescentes onde a menina parece uma modelo internacional e tem mil e um talentos. Ela é como todas nós fomos aos 15 anos. E a personagem também carrega consigo um distúrbio mental, dessa forma mostrando como lidar com o fato de se sentir diferente de todos dentro de sua própria cabeça, e como podemos ser perfeitos mesmo se algo estiver fora do lugar.

Emily sorrindo com o violoncelo - Crítica Metal Lords - Metal is the law e se aplica para todas as idades - Otageek
“Grunge then tried to dethrone the metal
But the metal was in the way”

O trio principal é a chave para Metal Lords não ser apenas mais um filme genérico de highschool. E além de personagens extremamente cativantes e de fácil identificação, os atores Jaeden Martell, Isis Hainsworth e Adrian Greensmith estão perfeitos em seus respectivos papéis, principalmente ao demonstrar todas as emoções que ficam sempre a flor da pele durante a adolescência.

If you want to live the metal…

O enredo do filme possui uma problemática simples, e até utiliza de alguns artifícios clichês, mas que funcionam muito bem, e mantém o ritmo acelerado. Em nenhum momento eles derrubam a bola, e nos fazem ficar interessados do início ao fim.

Fora isso, o roteiro também se preocupa em deixar a história bem condizente com o que é mostrado. Por exemplo, é compreensível a qualidade musical dos personagens ao fim do filme, afinal, vemos eles se dedicando de corpo e alma aos seus instrumentos durante a duração do longa.

Kevin tocando bateria - Crítica Metal Lords - Metal is the law e se aplica para todas as idades - Otageek
“Punk rock tried to destroy the metal
But metal was much too strong”

Mas para dizer que nem tudo é perfeito, um arco de redenção, já na segunda metade do filme, foi extremamente apressado e mal explicado. Assim, ali caberia perfeitamente uma ou outra cena adicional que nos ajudasse a passar pelo processo de mudança junto ao personagem. Mas não é algo que de fato prejudique o filme.

The law is the metal

Certo, mas falando agora do tema principal: música. Especificamente o metal. Então, a primeira coisa a se dizer é que o filme não tenta se aprofundar nas extensas gamas do metal.

Ele não abrange bandas menos conhecidas, ou conhecidas só pelos fãs de longa data do gênero. Metal Lords se mantém na superfície. O que o posiciona bem como um filme para introduzir novas gerações ao metal. É como se ele pegasse esses que podem potencialmente se tornarem novos fãs, estendesse a mão e falasse “aqui, vem, eu vou te mostrar por onde começar”. O que é literalmente o que Hunter faz com Kevin.

Lista de músicas de Hunter - Crítica Metal Lords - Metal is the law e se aplica para todas as idades - Otageek
“Techno tried to defile the metal
But techno was proven wrong, yeah”

Então, para mais velhos, vem uma sensação saudosa e até reverencial ao vermos essa introdução. E para os novatos, é o momento de se aventurarem por esse novo gênero esquisito e maravilhoso. É bonito ver como o filme mostra essa descoberta, principalmente através da personagem Emily. A reação dela ao assistir pela primeira vez clipes já conhecidos aos fãs é muito engraçada de se ver e, pelo menos no meu caso, nostálgica.

Metal Lords também acerta no tom ao ressaltar que todos os gêneros e gostos devem ser respeitados, mas brinca discretamente sobre como o metal talvez seja sim, um pouquinho melhor.

Kevin criticando a bateria de outras músicas

Por fim, Metal Lords possui uma ótima trilha sonora, colocada certeiramente ao longo do filme, causando nostalgia e empolgação. Aqui é ressaltado como um riff de guitarra é um grito de guerra pela autoexpressão. E temos direito até a um discurso musical semelhante à clássica cena de Jack Black na Escola do Rock.

Metal Lords é uma produção Netflix que merece o destaque, e dificilmente decepcionará quem assistir, além de possuir uma ótima música de metal original. Então, se tudo isso não te convenceu, assista só para ver como um violoncelo soa bem junto com uma guitarra e uma bateria, só isso já vai valer a pena.

Emily e Kevin tocando juntos
“The metal will live on”

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Nathalia Mendes
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