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Crítica | Henry Gamble’s Birthday Party explora sexualidade e religião no MUBI
(Escrito por Roberto Costa) Fazendo parte da exibição Despertares: Três de Stephen Cone, Henry Gamble’s Birthday Party explora a fluidez da sexualidade enquanto mostra com sutileza o amadurecimento sexual do jovem Henry.
Trazendo diversos temas, muitos deles ligados à religiosidade, a narrativa explora diversas histórias de uma comunidade americana enquanto navega pela festa de aniversário de Henry, mostrando a singularidade das vidas dos convidados.
Então, se você está procurando um filme sutil sobre amadurecimento, sexualidade e religiosidade, Henry Gamble’s Birthday Party consegue entregar tudo isso sem perder o ritmo ou o foco na construção única de cada personagem apresentado.
Acompanhando o próprio tema, nosso conhecimento sobre os personagens vai amadurecendo durante a trama, conforme descobrimos mais de todos os conflitos da vida dos convidados, com cada um acrescentando profundidade para a narrativa e nos dando uma perspectiva nova de suas vidas a cada cena.
E é justamente esse amadurecimento periódico dos personagens um dos principais motivos que agradaram tanto o colunista que vos fala. É instigante e ao mesmo tempo inquietante, já que ficamos presos em nossas cabeças, tentando preencher as partes da história que nos é apresentada.
Mas também é sempre bom alertar que o filme não deixa dúvidas em nenhum momento sobre as tramas. As lacunas são preenchidas e até o final nós conseguimos compreender a história que une aquele grupo de personagens, então há um sentimento de completude quando chegamos nos momentos derradeiros.
Henry Gamble’s Birthday Party: Edificando em Comunidade
Como dito anteriormente, Henry Gamble’s Birthday Party traz muitos temas para discutir, com muitos deles ligados à religiosidade. Além disso, vemos muito sobre auto-estima, sexualidade, depressão e como a religião causa um grande impacto nesses mesmos temas.
Apesar de ser um filme apresentando uma família de cultura cristã estadunidense, é extremamente relacionável para nós brasileiros. Tão relacionável que certos diálogos parecem ter saído diretamente da boca de algum brasileiro.
Porém, a representação dessa cultura cristã não é exageradamente caricata, nem mesmo estereotipada. E isso é entendível, principalmente conforme vamos conhecendo mais dos personagens e de suas facetas.
Com um tempo de tela e importância muito bem divididos, o filme consegue alternar no desenvolvimento desses temas, até mesmo porque certas histórias são tão emaranhadas que seria impossível contá-las separadamente.
O foco principal fica para a sutileza ao tratar sobre tais questões sem recorrer para um dramalhão que tiraria a imersão dessas histórias. É perceptível a empatia e o cuidado do diretor Stephen Cone, que trata de temas como suicídio e depressão de forma bastante responsável.
Um grande elogio também fica para o cast. Tanto os adultos quanto os jovens se saem muito bem cumprindo seus papéis, seja mostrando as dúvidas e opressões da vida de um adulto inserido naquela religião ou nos olhares carregados de significados dos jovens que ainda estão se descobrindo na vida.
Apesar do tempo de tela ser muito bem dividido, fica aqui o destaque para Cole Doman (Henry Gamble) e Elizabeth Laidlaw (Kat Gamble), que como mãe e filho são incríveis, cada um com seu núcleo e suas próprias questões.
Considerações Finais
Finalizando, Henry Gamble’s Birthday Party é um ótimo filme sobre o amadurecimento sexual e da juventude. Sutil porém forte em seus objetivos, o filme não contorna nem esquece de seus temas, mostrando as relações intrínsecas de religião e sexualidade.
Os espectadores são levados a amadurecer no decorrer da história conforme acompanhamos as tramas se desenrolando. Com personagens bastante interessantes e questões instigantes, o filme prende até chegar em seu ápice, em uma cena carregada de drama e bastante surpreendente.
Henry Gamble’s Birthday Party está disponível no MUBI, além dos três filmes que fazem parte da exibição Despertares: Três de Stephen Cone.
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