Conheça os quadrinhos da dupla Ed Brubaker e Sean Phillips

Em 2021, a editora Mino anunciou a publicação de todos os quadrinhos da dupla lançados pela Image Comics. Ed Brubaker é conhecido pela criação do Soldado Invernal na Marvel, e também escreveu Gotham Central, um dos melhores quadrinhos do universo do Batman, além de muitas outras coisas.

Sean Phillips é um ótimo desenhista, conhecido por seu trabalho em Hellblazer, ele fez uma minissérie da Viúva Negra e também desenhou a primeira minissérie dos Zumbis Marvel, escrita por Robert Kirkman.

Mas depois de anos de espera, os quadrinhos deles finalmente chegaram, mas eles vivem a expectativa do hype ou são uma decepção?

Pulp

Max Winters, um escritor pulp na Nova York dos anos 1930, se vê atraído por uma história não muito diferente dos contos que ele produz a cinco centavos por palavra – contos de um fora da lei do oeste selvagem que faz justiça com seu revólver. Mas será que Max vai ser capaz de fazer o mesmo, quando perseguido por ladrões de banco, espiões nazistas e inimigos do seu passado?

Esse quadrinho é uma grande surpresa, ele entrega uma história muito boa, inclusive, daria um ótimo filme. Brubaker consegue transformar a história desse senhor de idade em algo surreal, mesclando entre o passado, o presente e o faroeste que o Max Winters está escrevendo, ele conta uma história que te prende do começo ao fim e consegue entregar um final satisfatório.

Os desenhos de Sean Phillips também não decepcionam, as expressões dos personagens são impressionantes, ele consegue passar todo o sentimento só pelo rosto. As cenas de ação também estão boas, mas por ser um quadrinho que foca mais no personagem do Max Winters, o que vale mesmo é saber o que ele sente.

Matar ou Morrer

Esse é o quadrinho mais surpreendente dessa lista, talvez o mais diferente de tudo que a dupla já fez, Matar ou Morrer conta a história de Dylan, um menino que tenta suicídio, mas á salvo pelo próprio Diabo, só que para ele permanecer vivo, ele precisa matar uma pessoa que “mereça” morrer por mês, então é literalmente Matar ou Morrer.

A narrativa é conduzida de uma forma não linear, mas não é confusa, pelo contrário, isso só torna a história melhor, Ed Brubaker leva o vigilantismo para um outro nível aqui, porque o Dylan é só um menino que ainda está na faculdade, tem colegas de quarto e os dramas de um jovem adulto, mas ocasionalmente precisa matar alguém para sobreviver.

Mas tudo isso não seria nada sem os desenhos de Sean Phillips, um pouco diferente de Pulp, onde é um quadrinho mais concentrado em um personagem, nesse a história é bem mais agitada, parece que ele posicionou as câmeras nos lugares certos.

Matar ou Morrer possui quatro volumes e todos já estão disponíveis.

Meus Heróis eram Todos Viciados

Ellie sempre teve ideias romantizadas sobre viciados em drogas. Almas trágicas atraídas pelas agulhas e pelos comprimidos têm sido sua obsessão desde a morte de sua mãe, que era uma dependente. Mas quando Ellie acaba em uma clínica de reabilitação de alta classe, onde nada é o que parece, ela vai encontrar um outro tipo de romance – dos mais perigosos.

De uma forma bem inusitada, Ed Brubaker consegue trabalhar uma história sobre drogas, em uma clínica de reabilitação, sem romantizar o uso delas, mesmo que sua personagem principal romantize. A história é construída aos poucos, logo no começo nós sabemos que ela não está lá pela reabilitação, então o quadrinho te obriga a montar o quebra cabeça do que está acontecendo, é bem divertido e melancólico ao mesmo tempo.

A arte aqui é mais parecida com Pulp do que Matar ou Morrer, mas no sentido de ser bem mais focada nas pessoas e no que elas estão sentindo, cada diálogo é muito bem representado pela arte de Sean Phillips.