Crítica | Longe do fim do mundo

André Walker debuta na literatura fantástica com "Longe do fim do mundo", livro sobre o embate entre humanos e demônios, organizações secretas que influenciam a história do mundo e magia

Sinopse: Há milênios o mundo vive sob a égide de uma aliança entre as elites humanas e os senhores do inferno: O Grande Acordo.

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Os humanos criam condições para a geração e coleta da chamada energia escura. Essa força, gerada unicamente através da angústia e do sofrimento dos humanos, é o bem mais precioso para os seres do abismo. Através da criação de conflitos bélicos, altas cargas de impostos, exploração e afins, as elites humanas propiciam a geração do cobiçado plasma escuro.  

Em troca da valiosa energia negra, os senhores das trevas concedem acesso à magia, segredos místicos e poder aos humanos signatários do acordo. A dinâmica da milenar aliança tem ditado os rumos da história e da política, em nosso mundo, ao longo dos últimos setenta séculos. (fonte: Selo Jovem).

Sobre o livro

Longe do fim do mundo é o primeiro livro publicado por André Walker. A história é muito atual e o leitor atento vai encontrar várias referências a outras obras da cultura pop, como Harry Potter, Matrix e Bukowski. Porém, não é atual apenas nesse sentido. Apesar de boa parte da crônica se passar na Europa, o Brasil e o cenário político dos últimos anos são fundamentais para o desenrolar da trama.

Por causa disso, conseguimos criar uma divertida (e potencialmente trágica) identificação com o cenário e a narrativa, encontrando importantes figuras da política como Waldir Centenário, Michael Meddo, Alexio Naves, entre outros. Consegue adivinhar quem são?

O autor também traz referências a diálogos reais e marcantes que ocorreram entre essas figuras. O mais icônico com certeza é a releitura sobre a conversa de “O Grande Acordo”, que é mencionado constantemente e tem um papel muito importante para o plot.

capa do livro "Longe do fim do mundo"
Além de referências a obras da cultura pop, o livro também é recheado de alusões a diversas mitologias.

O livro está muitíssimo bem escrito para uma obra de estreia. Não à toa, considerando que André possui bagagem das graduações de Letras (ainda em curso) e História e sempre foi um leitor assíduo. Essa bagagem fica evidente quando notamos o preciosismo com que o autor descreve fatos históricos (com boas doses de ficção), momentos esses que para mim renderam as passagens mais belas e imersivas.

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O personagem principal, Adam Zwartekat, num primeiro momento passa a impressão de ser um “bad boy” sarcástico. Possui poucas preocupações além de dar cabo de suas missões como agente da organização Atlas e de seus (muitos) interesses românticos, sempre pronto pra ação e quase imune ao medo.

Mas conforme a aventura avança, vemos um pouco de suas angústias e anseios. Também descobrimos que ele possui um lado observador e reflexivo, adicionando profundidade ao personagem.

Porém, é possível perceber melhor essas angústias através da própria história do que através de Adam. A narrativa deixa bem claro que os inimigos não são apenas os seres do mundo inferior. Os próprios humanos aceitam manter um ciclo infinito de sofrimento e violência contra os seus iguais em troca de poder.

A aventura possui uma quantidade imensa de personagens e organizações, criando um universo amplo, muito bem construído e que se mantém coeso do início ao fim, sendo muito maior do que as 230 páginas do livro e nos instigando a querer saber mais.

Sobre o autor

André Walker nasceu na zona norte de São Paulo. Desde criança, através dos livros lidos para ele por sua mãe, tomou gosto pelo hábito da leitura.

Professor de idiomas, ator de teatro e entusiasta da escrita, da leitura e da linguagem, André teve toda sua vida permeada por diferentes mundos fantásticos.  Hoje, mais de duas décadas depois de ler os primeiros livros, seu próprio universo fantástico ganha vida. (fonte: Selo Jovem).

Foto do autor André Walker

Atualmente, Walker está procurando outras formas de se inserir no mercado literário, trabalhando em contos e histórias curtas para, nas palavras dele: “Poder se adaptar ao underground dos livros”. Não existe uma previsão de quando ele escreverá a sequência de Longe do fim do mundo, mas em breve será possível encontrar outras obras do autor pela Amazon.

Ele também possui um projeto paralelo, um podcast onde aborda assuntos diversos, como psicologia, veganismo, teorias da conspiração, entre outros. Você pode escutar o Mil Tretas! pelo Spotify.

Se você ficou interessado e deseja apoiar o trabalho do autor, pode adquirir o livro aqui.

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Luna | A Patroa da Redação
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