Rosé traz sua marca pessoal em mini-álbum solo

O prometido solo de Rosé, membro do grupo de K-pop Blackpink, saiu na madrugada desta terça. Mas será que atendeu às expectativas?

Após um anúncio nada tímido via redes sociais, alguns teasers e muita espera dos fãs, Rosé lançou seu primeiro EP solo, chamado “R”. O mini-álbum contém duas faixas: “On the Ground”, que conta com um MV (videoclipe), e “Gone”.

A imagem mostra Rosé, cantora sul-coreana em um fundo cheio de luzes - Otageek
No K-Pop, nunca se economiza em um bom ensaio fotográfico.

“R” conta com produção de nomes como Jorgen Odegard, Brian Lee e Ojivolta, recorrentes no cenário pop ocidental, além de 24, produtor norte-coreano que sempre trabalha com nomes da YG Entertaiment, selo por trás do Blackpink.

Teddy, produtor e escritor por trás de muitas faixas do grupo, retorna trabalhando juntamente com Rosé e Amy Allen. Esta última sempre colabora com cantores como Halsey, Harry Styles e Selena Gomez

As duas faixas trazem em si um ar muito característico do que a própria Rosé havia dito anteriormente, lá em 2019, ser o seu desejo: músicas cheias de alma com as quais ela pudesse demonstrar suas habilidades vocais. Vale ressaltar que ambas contam com a participação da cantora no processo de escrita.

Então, após mais de dois anos aguardando o lançamento de um projeto solo, os blinks (nome do fandom) foram agraciados com duas faixas, um mini-álbum e tudo o que um debut de K-pop tem direito. E hoje nós vamos falar sobre isso!

Capa do single "On The Ground" de Rosé do Blackpink - Otageek
Uma das capas do mini-álbum “R”.

On The Ground: mais que uma balada melancólica

A faixa “On the Ground” foi uma grata surpresa. Diante de declarações anteriores e de indícios de como era o estilo de preferência da própria Rosé, eu esperava uma balada simples e sem surpresas, um projeto quadradinho. E sim, foi uma surpresa para muitos que essa não seria uma música sobre amor.

Felizmente, mesmo trazendo um arranjo emotivo e uma construção melódica suave, a faixa traz momentos de alta energia e refrões permeados por batidas com matizes de EDM, gênero conhecido por quem acompanha o Blackpink.

Esse movimento contribui para que, quando você sente que a música está ficando linear demais, ela receba uma injeção de movimento. Então a gente larga o sofrimento e dança, porque essa é uma música sobre encontrar nossa força interior. No entanto, talvez uma transição mais suave quando EDM dá lugar para a balada pop fosse bem vinda. 

Felizmente, a ponte da música compensa demais e mescla voz potente com uma transição deliciosa. Ah, inclusive, o vocal, como era desejo de Rosé, está no ponto. As construções de arranjo que sobem e descem não são tão simples de executar, mas ela faz jus ao seu posto de vocal principal do BlackPink e passeia por notas graves e agudas de forma muito fluida.

E eu só vou falar sobre o MV mais abaixo, então continue lendo! 

Foto promocional com Rosé, do Blackpink - Otageek
Servindo beleza.

Gone: uma balada melancólica

Calma, sem hate. Mas a verdade é que ao ouvir “Gone” eu não deixei de pensar: é, essa é bem Rosé mesmo! E não digo isso apenas porque a faixa cai muito bem na voz dela, mas porque vem carregada de tanta alma quanto ela desejava. E mais melancolia ainda!

O violão (sinônimo de Rosé) é marcado e dá um ritmo leve para a faixa, ao passo que o arranjo que o acompanha conduz os ouvintes de forma confortável. A letra é ainda mais melancólica e fala sobre um término estranho, com marcas profundas.

Será que eu sou uma história triste e real?

Eu consigo sentir a dor, você consegue?

Você tinha que ser o cara que iria me desapontar, me entristecer

Odeio ver você com alguém novo

Eu vou amaldiçoar vocês dois

Agora não tem mais volta, você está morto e se foi

Meu amor também se foi

Somos jogados nessa espiral de sofrimento que a intérprete passa nos versos e a música não deixa de tocar, afinal, quem nunca foi trocado? Mas a verdade é que “Gone” também quebra o perfil da maioria das músicas que já havíamos visto a Rosé cantando.

Nas baladas do Blackpink, como “Stay” e “Hope Not”, nós sempre encontrávamos pontes mais animadas e mudanças de batida, mas isso não acontece aqui. “Gone” segue seu próprio ritmo, sem pressa, sem EDM, sem grandes revoluções. Esse é mais um passo de independência da artista, trazendo uma visão mais pessoal para o projeto!

Vale frisar que a linha de canto do refrão é extremamente difícil, por ser feito com uma técnica chamada staccato, quando você salta de uma nota para a outra. Esse movimento exige muita precisão vocal e Rosé entrega tudo. Vocais não faltam!

Mas não teve um clipe?

Como falamos ali em cima, “On The Ground”, o single de lançamento, teve um MV que foi gravado há pouco mais de um mês. É interessante perceber como existe toda uma vibe fashionista, inclusive ela aposta nos mais variados looks de alta costura. E tudo é lindo!

A mensagem por trás da música também é linda. Rosé frisou durante a coletiva mundial: “Basicamente a música é sobre buscar respostas para um propósito na vida […] às vezes você esquece o que importa verdadeiramente para você e essa é uma música que diz que tudo o que precisamos já está em nós. Não é necessário buscar por isso lá fora”.

E isso fica muito claro numa cena em que vemos Rosé (seu nome artístico) se encontrando com Roseanne (seu nome real) e tocando juntas. A verdade é que a construção dessa cena, com figurinos e interação entre elas, deixa muito claro como o clipe busca trazer a mensagem da força interior.

Por mais que outros momentos façam esse diálogo com a solidão que significa estar no topo, é difícil estabelecer conexões que vão muito além disso. Os figurinos são impecáveis e os cenários reais trazem uma perspectiva muito cinemática, mas existe uma sensação de “eu já vi isso em algum lugar”.

E se você já acompanhou outros MVs do Blackpink, pode sim reconhecer takes de câmera e detalhes como o balanço gigante no meio da rua que vimos em “Stay”, danças em frente à letreiros gigantes como em “Playing With Fire” e “Lovesick Girls e por aí vai.

É bonito, mas a sensação é de que faltou mais empenho e cuidado por parte da produtora ao trabalhar o conceito. E talvez isso tenha a ver com rumores de que a YG, marca por trás do grupo e da solista, teve um rombo orçamentário após o The Show, realizado no mês passado.

Os números até aqui e o saldo final

As duas músicas em inglês são, com certeza, uma estratégia de lançamento mundial. De acordo com a cantora, um outro motivo era que essas músicas deveriam consolar pessoas ao redor do mundo.

Além disso, a construção melódica de ambas as músicas é feita especialmente para que elas fiquem na cabeça, com maior destaque para “On The Ground”. Tenho certeza de que você já está com a batida tocando no fundo da sua mente agora!

Por essas e por outras, os números até aqui são muito positivos! Na pré-venda, o mini-álbum “R” já vendeu mais de 400 mil cópias e “On The Ground” desbancou “Drivers License”, de Olivia Rodrigo, nas paradas mundiais do ITunes, ficando em primeiro lugar 50 vezes. O MV também conta com mais de 21 milhões de visualizações no Youtube até agora!

A faixa também alcançou o primeiro lugar em dois dos quatro charts sul-coreanos, como Genie, Bugs e MelOn . “Gone” está em ascensão constante nesses mesmos serviços. Com certeza esse foi um lançamento solo muito positivo para Rosé.

As músicas são interessantes, divertidas e estão chamando atenção. E você, o que achou dos recentes lançamentos?

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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