O movimento da música pop que atravessa gerações

O ano é 2011 e a faixa de música pop Judas, de Lady Gaga, estreia em 4° posição do Top 10 MTV. Você chega em casa após a escola e ficava apreensivo para saber quais serão os hits daquela semana a serem exibidos de segunda a sexta na grade da emissora. As votações acontecem por telefone e o programa é apresentado pela modelo e apresentadora Ellen Jabour.

Lady gaga dançando Judas, ícone da música pop

Em uma época na qual a internet não era tão acessível (na maioria dos lares), o contato com a música pop muitas vezes ocorria por meio de programas de TV, que exibiam clipes em sua programação.

Quem nunca assistiu até o final do Fantástico (mesmo odiando) só para ver aquela entrevista exclusiva do Zeca Camargo com alguma diva do pop ou para assistir o trailer daquele filme aguardado?

Vamos voltar um pouco no tempo

A música pop teve o seu início na década de 30 e ganhou popularidade a partir de 1950, consolidando-se com influências do Country, Jazz e Soul alinhadas a letras fáceis de memorização e batidas repetitivas.

Dentre os maiores artistas do gênero, podemos destacar o cantor Elvis Presley, considerado por muitos um dos precursores da música pop. As músicas do cantor eram empolgantes e alcançavam as massas.

Além do pop, Elvis também foi consolidado como cantor de Rock. Ele atuou em filmes e fez shows por todos os Estados Unidos e realizou apenas cinco shows fora das terras do tio San antes de sua morte, em 1977. E apesar disso, cantor foi e ainda é uma grande influência para a indústria da música em todo o mundo.

Um fenômeno chamado Madonna

Outro grande nome da indústria da música (não somente do pop) é Madonna, considerada a RAINHA do pop e uma das principais responsáveis pela popularização desse gênero.

Seu primeiro álbum, “Like a Virgin”, foi lançado em 1982 e rapidamente fez um sucesso imenso, entrando na lista dos mais vendidos logo em suas primeiras semanas. A cantora, que sempre utilizou de sua posição de influência para ajudar as pessoas, é defensora dos direitos de liberdade das mulheres e da comunidade LGBT.

Suas músicas sempre foram carregadas de críticas sociais e discursos de defesa às minorias. Inclusive, o seu álbum “Like a Prayer”, lançado em 1989, trazia em seu encarte um folheto com informações sobre o HIV/Aids e sexo seguro. Madonna levou informação às pessoas em uma época na qual escolas, mídia e instituições religiosas ignoravam esses assuntos.

Mas não precisamos ir longe para entender como a música pop moldou gerações e serviu de aconchego e local de voz para inúmeras pessoas. Pessoas essas que, assim como você, já encontraram amparo, voz ou bons momentos a partir da música pop.

Entrevistas e a Música Pop como ferramenta de mudanças

Que a música pop influenciou, fez e ainda faz parte da vida de milhares de pessoas não temos a menor dúvida, e a estudante de letras, cantora, desenhista e guitarrista Mariane Waki nos falou um pouco sobre a sua relação com o gênero.

Mariane Waki, que teve influências da música pop
Mariane Waki

O pop sempre fez parte da minha vida, principalmente as divas pop, que atualmente servem como parte da sua identificação no mundo. Como todo adolescente ou ser humano, eu tive muitos problemas na adolescência, e a pessoa que me ajudou a tentar seguir em frente foi Jessie J, toda diferentona, de franjinha, com um jeito meio agressivo e sua voz altamente potente. Jessie J me influenciou no meu modo de ser (não ser uma fdp) para acreditar em mim e ter a noção de que chorar nem sempre é sinal de fraqueza. É claro que também fui pro lado da febre momentânea que foi o One Direction, porque toda época tem a Boyband que merece. Aproveitei muito da melhor época do pop (2010–2015), em que nem tudo era kpop e reggaeton.”

Entrevistamos também a mestranda em Estudos da Linguagem Gabriela Spinola:

A música, tal qual o cinema, sempre foi o meu refúgio pessoal — um local metafórico onde eu encontrava um vetor para as minhas angústias através da voz de outrem quando eu me via muda. Algumas das minhas memórias mais antigas têm relação com a música: uma guitarra de brinquedo com a qual eu era praticamente inseparável, um microfone de presente de aniversário (dessa vez, real, e pintado de vermelho), os incontáveis CDs do meu pai, a trilha sonora da novela Beijo do Vampiro que um amigo da escola havia me gravado…

Gabriela Spinola, que teve influências da música pop
Gabriela Spinola

Sempre estive perambulando aqui ou acolá com um fone de ouvido. Conforme fui crescendo, a música seguiu se fazendo presente, sempre a trilha sonora das minhas angústias de adolescente. Ainda que eu me identificasse com o estereótipo de “jovem diferentona que ouve coisas peculiares”, a música pop sempre esteve ao meu redor, inclusive através dos dois gêneros musicais que eu mais ouvia: o pop punk e o pop rock. Através deles, e do pop em si, encontrava o apoio que a adolescente incompreendida (e bom, não são todos os adolescentes, de certa forma, incompreendidos?) que um dia fui precisava. Taylor Swift, por mais clichê que pareça, praticamente segurava a minha mão a cada tombo amoroso que eu levava.

Shakira estava lá quando eu queria dançar, mas por baixa autoestima não o fazia em público. Paramore era (e ainda é) um abraço firme e reconfortante de um velho amigo quando o mundo todo parecia estar contra mim, um lembrete de que eu não estou sozinha. Esses artistas e bandas, além de vários outros, fizeram parte da minha jornada e do meu crescimento em vários aspectos: desde o despertar de uma consciência política e a aderência ao feminismo, até a compreensão e a aceitação da minha sexualidade.”

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E você, caro leitor? É uma dessas pessoas que foram influenciadas pela música pop? Conte-nos nos comentários!

Assim como Lady Gaga e Beyoncé garantiram que ao final de Telephone retornariam, no futuro retornarei para explorar outros períodos da música pop e darei mais atenção a outros artistas.

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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