League of Legends e K-Pop | O boom do grupo K/DA

A Riot sempre busca inovar em suas estratégias, e não seria diferente quando eles, de assalto, criaram um grupo musical que estourou mundialmente.

Já parou para pensar como um jogo Free-to-Play (gratuito para jogar) tem lucros? Bom, uma resposta segura é o mercado de itens cosméticos, as famosas skins. O League of Legends arrecadou, em 2020, 1,75 bilhões de acordo com o SuperData.

Ok, esse valor não foi ganho apenas com skins, é verdade, mas Priscila Queiroz, responsável pelo marketing dos produtos da Riot Games aqui no Brasil, afirma, em entrevista ao G1: “Para nós, [esse mercado] é absolutamente crucial, porque é como a gente monetiza os jogos”

A imagem mostra a loja de skins e personagens do League of Legends - Otageek
Caso você não conheça, essa é a cara da loja do League of Legends… Aproveite e me adicione lá!

É por isso que a inovação e cuidado com os conceitos por trás de cada skin são tão importantes. E não se esqueça: elas são produtos que compramos com dinheiro “de verdade”, então precisam tocar diretamente no nosso lado consumidor. Por isso, o público precisa desejar ter essas skins.

Seguindo essa lógica, em novembro de 2018, a Riot Games anunciou o lançamento das skins K/DA para as campeãs Ahri, Evellyn, Kai’sa e Akali. A inovação da vez era que esse anúncio traria consigo uma música e clipe, bem parecido com o que fizeram com o grupo Pentakill, porém bem maior dessa vez!

Nasciam as estrelas de Summoner’s Rift.

Ok, mas onde entra a relação entre League of Legends e K-pop?

Da última década para cá, o gênero de Pop Coreano, mais conhecido como K-Pop, cresceu absurdamente. Hoje em dia, é muito provável que você e qualquer pessoa (inclusive seus pais) saibam o que é BTS ou Blackpink, grupos asiáticos com maior impacto no ocidente atualmente.

Na verdade, só o fato de uma tendência musical oriental chegar metendo o pé na porta no ocidente já é algo que merece destaque. Claro que a dona Riot Games não ficaria de fora dessa, afinal, as buscas pelo termo “kpop” no Google crescem ano após ano de 2016 pra cá.

Toda a estratégia por trás do anúncio do grupo K/DA se baseava na construção feita por grupos de K-Pop, incluindo anúncios de membros e entrevistas (sim, eles fizeram entrevistas com personagens de um jogo).

A música, que mescla inglês e coreano, bem como batidas de EDM, House e aquela pegada Pop para levar a galera… e até Fã Clubes para o grupo criado… cada detalhe flertava com o pop coreano sem nenhum pudor!

“Pop/Stars” era uma ideia ousada… e deu muito certo!

Daí pra frente, o K/DA só emplacou hits. “Pop/Stars” e os singles que vieram a seguir, “The Baddest” e “More”, chegaram ao #1 no Billboard Digital Songs Mundial, um chart que se dedica a destacar vendas de músicas no âmbito digital.

O single “The Baddest” foi lançado em março de 2020 como um aquecimento para o vindouro ep, o All Out, lançado em outubro do mesmo ano com o single em destaque “More”.

E é claro que a Riot Games também não perderia tempo e usaria essa música para lançar uma nova campeã. Seraphine é uma personagem com conceito musical e, nesse universo, foi lançada como uma fã do grupo K/DA que faria seu debut oficial sendo apadrinhada pela girlband. Até direito a rede social ela teve, com contas no Twitter e Instagram!

Esse comeback foi muito esperado… e eu ADOREI!

Então…

A estratégia de marketing da Riot Games foi extremamente perspicaz. Desde 2018 eles estão realizando expansões em seu universo. Com lançamentos de HQs, jogos em outras plataformas e até mesmo um prometido MMORPG, a empresa avança numa narrativa transmidiática.

“E o que é uma narrativa transmidiática, Rafa?”, você me pergunta e eu respondo: é aquela que se desenrola em múltiplos canais e cada um oferece uma compreensão única sobre o universo em questão.

Se nos debruçarmos apenas no lançamento das skins K/DA, isso fica mais claro. Vou até usar um tipo de slide bem famoso para explicar:

A aposta da Riot Games em diversos veículos de mídia fortalecem a estratégia das skins K/DA - Otageek
Sim, graphic design is my passion!

Com isso, a Riot não apenas anunciou um conjunto de Skins para seu jogo baseadas em um grupo musical criado por eles mesmos. Ela lançou músicas em todas as plataformas de streaming, clipe no Youtube e uma estratégia de promoção que colocava em marcha seu crescimento entre mídias diversas.

Se você já está acostumado a pensar e compreender o Universo Cinemático da Marvel, se prepare! Logo logo nós também estaremos mergulhados no (vasto) Universo Cinemático da Riot. Mas isso é assunto para um outro dia!

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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