Acompanhe o Otageek nas redes sociais
Crítica | “Rua do Medo: 1978”, uma sequência que vale a pena
Se ainda não conferiu a crítica sobre “Rua do Medo: 1994”, primeira parte da trilogia, clique aqui!
“Rua do Medo: 1978” continua a trilogia iniciada em 02/07 pela Netflix. Voltando no tempo, o filme conta um novo capítulo da história de Shadyside e da maldição da bruxa Sarah Fier.
Se “1994” tem uma pegada “Pânico”, com o grupo de amigos sarcásticos e autoconscientes, “1978” pega emprestado o cenário clássico de um assassino à solta em um acampamento de verão, mas, assim como a primeira parte, não se escora nos clichês e consegue dar energia nova a uma história já conhecida do público.
A história de 1994 serve como um parênteses para a de 1978. O filme começa diretamente de onde terminou o primeiro, com Deena e seu irmão Josh indo até a casa de C. Bernan, a única pessoa a ver a bruxa Fier e sobreviver, para tentar descobrir como acabar com a possessão de Sam, namorada de Deena. À princípio relutante, Bernan acaba se compadecendo e contando sua história aos dois.
Em 1978, acompanhamos a história de duas irmãs, Cindy e Ziggy Bernan, e as experiências das duas com a maldição da bruxa no Acampamento Nightwing. As duas irmãs são opostas: enquanto Cindy (Emily Rudd) é a irmã mais velha certinha, que segue todas as regras, é monitora do acampamento e tem um namorado bonzinho, Ziggy, interpretada por Sadie Sink (mais conhecida por “Stranger Things”), é considerada a “rebelde esquisitona”.
Mas as irmãs acabam ficando presas no acampamento quando um assassino começa a ir atrás dos campistas com um machado, e precisam colocar as diferenças de lado se quiserem escapar vivas.
Personagens de Rua do Medo: 1978
Em relação aos personagens, “1978” perde um pouco para “1994”. As irmãs carregam a trama, com boas atuações e personagens cativantes, e Alice (Ryan Simpkins), ex-melhor amiga de Cindy e também monitora do acampamento, começa como uma coadjuvante irritante, que depois ganha a audiência ao entendermos suas motivações.
Ted Sutherland também entrega uma boa performance como a versão jovem do delegado Nick Goode, que agora descobrimos saber um pouco mais sobre o que acontece na cidade do que parecia na primeira parte.
Fora isso, os outros coadjuvantes não fazem um grande efeito na trama, e muitos existem simplesmente para servirem de vítimas do assassino. Talvez isso seja uma referência a slashers mais antigos, que tinham personagens secundários mais descartáveis.
Inclusive, temos uma referência ao conceito dos slashers de punir mulheres por sua sexualidade, pois, em uma das cenas, uma personagem é morta logo após fazer sexo, enquanto ainda está seminua.
Seja qual for o motivo, as mortes em “1978” têm menos impacto, já que não ligamos para os personagens, e acabam divertindo pelo gore, sem ter o mesmo apelo emocional que as de “1994”.
Shadyside x Sunnyvale
Nessa segunda parte, fica ainda mais evidente o conflito entre as duas cidades. Os campistas de Sunnyvale praticam bullying contra os de Shadyside, e em geral se consideram superiores. Ziggy é constantemente julgada por ser da cidade amaldiçoada, mas acaba abraçando essa identidade e usando isso como arma de defesa, enquanto a irmã faz de tudo para escapar e ser aceita pelo outro lado.
Vemos que a maldição de Shadyside vai além de assassinos e bruxas. Os moradores sofrem não somente com as mortes, mas também com os problemas sócio-econômicos inerentes à cidade, o que faz com que o espectador consiga entender o ponto de vista de quem faz de tudo para escapar desse ciclo e ter pena de quem não consegue.
Trilha Sonora
A trilha sonora continua sendo parte importante da ambientação da história, com clássicos da época. O destaque fica pra “The Man Who Sold The World”, tocada logo no começo na versão do Nirvana, lançada em 1993, e no clímax do filme, na versão original de David Bowie, de 1970.
Assim como as roupas e as interações dos personagens, a trilha sonora ajuda a fazer a passagem entre as duas eras, e as músicas são escolhidas com cuidado para se encaixarem nos momentos do filme, fazendo parte da história e não somente do pano de fundo.
Considerações Finais Sobre Rua do Medo: 1978
Mais sombrio do que a primeira parte, “Rua do Medo: 1978” continua o trabalho competente da trilogia, misturando o elemento sobrenatural aos slashers e problemas reais. Resolvemos alguns mistérios mas continuamos com outros, que com certeza serão respondidos pelo final da trilogia, que se passa em 1666 e promete finalmente contar toda a história da bruxa Sarah Fier e a maldição de Shadyside.
Nâo deixe de conferir a trilogia “Rua do Medo” na Netflix.
Confira também:
[…] Crítica | “Rua do Medo: 1978”, uma sequência que vale a pena […]
[…] Crítica | “Rua do Medo: 1978”, uma sequência que vale a pena […]
[…] ainda não tenha lido, confira aqui as críticas de “Rua do Medo: 1994” e “Rua do Medo: 1978”. E cuidado, essa crítica contém […]
[…] Crítica | “Rua do Medo: 1978”, uma sequência que vale a pena […]