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Crítica Loki | Episódio 5 dilata curiosidade como um evento nexus
Chegamos a mais uma quarta-feira! E como não podia ser diferente, o 5º e penúltimo episódio de Loki estreou na madrugada de hoje (07), exclusivamente no Disney+.
Intitulado de “Jornada ao Mistério”, o episódio desta semana mostra as desventuras do nosso querido deus da trapaça – ou melhor, deus dos rejeitados – pelo ‘Vazio‘, um mundo de descarte de variantes da AVT, situado nos fins dos tempos. Agora, Loki luta para sobreviver ao lado de um time de contrapartes suas, todos podados pela organização soberana.
Apertem os seus timepads e vamos juntos mergulhar a fundo em mais um capítulo desta jornada através das realidades. Mas atenção! Caso você ainda não tenha assistido ao episódio, fica aqui o meu ALERTA DE SPOILER.
Loki, o deus dos rejeitados
Assim como a cena pós-créditos do episódio anterior já havia antecipado, Loki não encontrou o seu fim após ser “podado” por Ravonna Renslayer, na sede dos Guardiões do Tempo. Em vez disso, foi mandado para um mundo pós-apocalítico misterioso – denominado de ‘O Vazio‘.
O lugar é nada mais, nada menos, do que o destino de todas as variantes “apagadas” pela AVT. E se não bastasse a paisagem devastada localizada no fim dos tempos, uma gigante criatura enevoada, Alioth, vive se alimentando das almas condenadas ao anulamento existencial.
O que talvez o deus asgardiano não esperasse é que o local fosse povoado por inúmeras outras versões suas: um Loki com martelo, um jovem, um idoso, um crocodilo, e até mesmo uma gangue inteira de Lokis piratas liderada por um Loki candidato a presidente. Enfim, o número de variações é maior do que somos capazes de contar com os dedos de uma mão (se viu, vai entender a referência). Mas como dizem por aí, os de verdade eu sei quem são.
• Disney+ | Sylvie, Loki e o Amor
Aliás, é interessante como o roteiro constrói uma situação para que todos os Lokis se encontrem na mesma cena e acabem se enfrentando. Tudo parte de uma traição do ‘Loki Orgulhoso’ – a variante com o martelo – que revelou a localização do esconderijo de seus companheiros aos Lokis Piratas. Isso serve para nos lembrar que a essência do personagem que estamos lidando todo o tempo é, invariavelmente, a mentira, a enganação, a trapaça.
Sem ter para onde correr, Loki (Tom Hiddleston) se vê obrigado a se aliar a três de suas variantes para encontrar um meio de impedir Alioth ou para escapar do local – ou as duas coisas, de preferência.
Enquanto isso, Sylvie (Sophia Di Martino) tenta arrancar informações de Ravonna Renslayer na sede da AVT, onde descobrimos que a juíza parece tão confusa com a reviravolta dos Guardiões falsos quanto a asgardiana.
No fim, as narrativas paralelas dos dois protagonistas voltam a se cruzar, já que Sylvie resolve se podar com a intenção de reencontrar Loki n’O Vazio, e, juntos, bolarem um plano para chegarem à mente por traz de tudo e dar um fim nisso tudo.
Ravonna Renslayer: inocente ou culpada?
Desde o episódio anterior, a subtrama da juíza Renslayer (Gugu Mbatha-Raw) ganhou novos indícios misteriosos que levantam suspeita sobre a personagem. Ainda não sabemos, por exemplo, se o seu espanto ao descobrir que os guardiões eram falsos foi genuíno ou apenas um blefe.
No entanto, a cena de diálogo com a agente B-15 parece ter dado uma pista importante. A prisioneira, que chegou a ser uma das agentes mais leais da AVT, questiona por quê Ravonna não conta a verdade para todos, além de expor a intenção de Sylvie: se vingar do criador da AVT.
Em resposta, a juíza menciona que precisa manter o controle e a ordem sobre a AVT, e que revelar uma informação dessas levaria a organização ao caos. Além disso, ela demonstra um certo interesse em (também) tentar descobrir quem é o responsável por trás de tudo, e que pretende chegar até ele antes de Loki e Sylvie.
Contudo, é aqui que um pequeno detalhe é plantado com força suficiente para causar ao espectador uma sensação de desconfiança de tudo aquilo que foi dito. Refiro-me ao momento em que, após ficar a sós e pedir os arquivos sobre a criação da AVT para a Senhorita Minutos, Ravonna esboça um sorriso malicioso.
Sem dúvidas, a personagem está escondendo sua verdadeira intenção, só não podemos afirmar qual. Será que ela realmente está tentando proteger a AVT ou está tentando proteger o criador? Será que ela e o criador da AVT possuem alguma relação direta? Será que tudo não passa de um plano correndo ao seu favor? Teremos que torcer para que o próximo episódio responda essas perguntas.
O clímax iminente
Visto que o episódio anterior foi – literalmente – de explodir cabeças ao revelar que os Guardiões do Tempo são simplesmente autômatos, desta vez, em “Jornada ao Mistério”, Sylvie e Loki ficam um passo mais perto de desvendar a verdade sobre quem realmente criou a Autoridade de Variância Temporal.
Neste episódio, Sylvie se vê correndo de uma nuvem consciente de ira que consome tudo o que toca, Alioth, e usa seus poderes de encantamento para ter um vislumbre do que a criatura está protegendo. Sua breve visão revela um castelo em uma rocha flutuando no espaço, e presume que seu alvo – o criador da AVT – esteja escondido lá.
Este quinto episódio da série é marcado por um amontoado de referências aos quadrinhos e easter eggs (com destaque ao Thor Sapo). Aqui, fica evidente como o roteirista Tom Kauffman (Rick and Morty) introduziu e encaixou peças ao enredo para causar impacto e dar uma sensação de caos, que não é nem claustrofóbica nem desinteressante.
Aliás, o caos é pairado por um senso de urgência e de expectativa. Em nenhum momento, o episódio passa a credibilidade de que tudo está perdido e que o protagonista se vê sem solução. Pelo contrário: uma estratégia é empenhada após a outra, movimentando a trama de tal forma que o encontro de personagens e a resolução do problema sejam apenas uma questão de tempo.
Enquanto a trama mais urgente do episódio se desenvolve a passos apressados, a série entrega situações de personagens pouco aprofundadas, que pouco ou nada impactam a trama maior. Aqui, as lacunas são preenchidas por um humor comedido e inteligente, que é suficiente para não ser gratuito e auxiliar na construção de personagens (como é o caso do Loki Crocodilo, que cria situações cômicas para requintar as atuações caricatas); ou, por um drama despojado, que tenta dar alguma utilidade prática para o avanço da trama (como é o caso do Velho Loki, que se sacrifica e demonstra a verdadeira extensão do poder de um deus de Asgard).
O retorno de Mobius (Owen Wilson) já era esperado. Sem ganhar muito destaque, o personagem pelo menos ganha a função de unir Sylvie e Loki – aqueles quem ele tanto perseguiu –, concretizando uma redenção. Sua expressa vontade de atear fogo à sede da AVT (referência ao primeiro episódio) demonstra que não apenas manifesta trégua aos protagonistas, como também que está do lado deles nessa jornada por respostas.
No final de “Jornada ao Mistério”, a dupla de protagonistas consegue somar seus poderes e são capazes de encantar Alioth de forma completa, fazendo a criatura abrir um portal mágico que leva direto ao castelo que Sylvie viu anteriormente em sua visão.
O episódio termina com os dois caminhando em direção ao portal, então parece que toda a verdade sobre a AVT e o indivíduo que a criou será revelada no episódio final da próxima semana.
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