Crítica | Falcão e o Soldado Invernal: muita tensão no episódio 4

O episódio 4 de Falcão e o Soldado Invernal tem um tom diferente dos outros da série e faz com que a dupla principal empreste o protagonismo para que possamos conhecer melhor Karli Morgenthau e John Walker.

Mas atenção: ALERTA DE SPOILER a partir daqui.

No começo do episódio, pudemos dar uma espiada em como era a vida de Bucky em Wakanda, e parte do processo que fez com que o Soldado Invernal finalmente livrasse sua mente dos comandos que antes o controlavam.

Mas conforme o episódio avança, pouco vemos de momentos protagonizados por Bucky ou Sam. Ambos acabam ficando de lado para podermos prestar atenção em outros personagens.

Com isso, temos a melhor cena de ação da série até agora: a luta entre as guerreiras Dora Milage, que buscavam por Zemo (este que segue sendo fiel ao seu personagem), Bucky, Sam, John Walker e seu escudeiro Lemar Hoskins.

Quase não há palavras para descrever a satisfação de ver as guerreiras dando uma bela surra no novo Capitão América. Isso do mesmo jeito que quase não há palavras para descrever a frustração de ver Bucky ajudando Walker a não morrer. Custava deixar ele apanhar um pouquinho mais?

Ao fim da luta, podemos ver como Walker se sente ao ser apenas um humano em meio a supersoldados e guerreiros extremamente treinados. Ele sente uma necessidade de se tornar superior, característica que fica ainda mais clara durante a conversa entre John e Lemar sobre o soro.

Essa cena, somada ao fato dele ter guardado para si o último vidro de soro do supersoldado, cria um contraste muito interessante entre ele e Sam… entre aquele que possui o escudo e aquele que deveria tê-lo mantido. Também nos lembramos do momento em que Zemo pergunta a Sam se ele tomaria o soro, o qual responde sem hesitar que não.

A diferença entre os dois também pode ser vista no modo como lidam com Karli. O diálogo entre ela e Sam é essencial para o desenvolvimento da supersoldada. Sam quase consegue fazê-la perceber que seus motivos são certos, mas o modo como luta não o é.

E Sam teria sido bem-sucedido se John Walker não tentasse resolver tudo com violência. Neste momento, fica claro que para Walker o mundo é oito ou oitenta, enquanto Sam sabe muito bem que não é assim que as coisas funcionam.

Este quarto episódio de Falcão e o Soldado Invernal, “O Mundo Está Vendo”, também muda de tom quando comparado aos anteriores. As cenas cômicas que preenchiam muitos momentos da série, até mesmo os mais sérios, ficaram de fora desta vez. Temos apenas uma ou duas falas situacionais mais leves.

Assim, uma tensão vai sendo construída em cima de diálogos e reflexões sobre o bem e o mal, e tudo culmina na cena final.

Com a morte de seu parceiro, o Estrela Negra, o novo Capitão América não é mais capaz de conter sua raiva, matando com pancadas um dos membros dos Apátridas no meio da rua, à vista de muitos civis.

A forma como a cena foi feita, com quadros focados no escudo que já conhecemos tão bem, o rosto de Walker retorcido de raiva e o sangue sendo derramado, essa violência gratuita feita pelo escudo de um herói que sempre teve como primeiro plano de ação evitar a violência, resume bem o que temos sentido desde a primeira vez que vimos John Walker tomar o lugar do Capitão América.

Esta cena provavelmente definirá o caminho que Karli irá tomar de agora em diante e com certeza pesará para todos os outros personagens.

E só para lembrar: nunca podemos esquecer de separar ator de personagem! Wyatt Russel, que interpreta John Walker, foi obrigado a desativar suas redes socais devido a ataques de ódio, e isso não pode acontecer. Russel vem fazendo um trabalho de atuação incrível e devíamos apenas elogiá-lo por isso.

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