Crítica | Cordilheira de Amora II – Festival Curtaflix

Em Cordilheira de Amora II, curta dirigido por Jamille Fortunato, uma nova perspectiva de vida é colocada em jogo. Emocionante e interessante são as duas palavras que melhor descrevem a obra.

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Menina sorrindo atrás de uma folha de planta, tampando seu olho direito.

O curta mostra parte da rotina de duas crianças: Cariane Martines e Clebisson Domingues. Os dois são índios Guarani Kaiowá, da Aldeia Amambai, localizada no Mato Grosso do Sul.

Cariane, de 9 anos, é a protagonista desse curta e mostra bastante da sua vida. Ele começa com as crianças cortando pedaços de uma planta e usando para brincar. No decorrer da obra, somos introduzidos a uma narrativa um tanto quanto interessante e peculiar: Cariane mostra e narra que fez com alguns tijolos uma “casa” só para ela.

Devido à carência financeira, itens que para muitos são essenciais, para eles são raros e apenas “imaginários”. De uma maneira criativa, eles usam objetos velhos e descartados para simular serem outros objetos.

Quando somos mostrados às crianças simulando uma caixa de sabão em pó descartada como uma televisão e uma pedra como controle, acredito estar vendo o ponto alto de comoção do curta. Nessa cena, percebemos que embora para muitas pessoas o uso de televisão, por exemplo, seja algo comum, para as duas crianças era algo totalmente distante de suas realidades.

Outro ponto alto de comoção acontece logo no início, quando Cariane mostra uma tábua velha e diz que aquilo é uma foto imaginária, com sua família e amigos imaginários. E nesses momentos a comoção é quase instantânea e automática.

É um curta bem trabalhado, com 12 minutos de duração, mas que consegue, por todo esse tempo, te manter interessado e entregue à narrativa.

E no fim, o título do curta, “Cordilheira de Amora II”, justifica-se quando Cariane conta ser esse o nome que ela e outras crianças deram ao filme imaginário que fizeram, com uma câmera imaginária e cenários imaginários. Cariane mostra a suposta Cordilheira de Amora, que na realidade também é imaginária. É uma cordilheira, só que sem amoras.

E, assim, encerra-se o curta. Com um bom início, um bom desenvolvimento e um final que fecha perfeitamente. Cabe um momento de reflexão a se fazer após assisti-lo, afinal, pra muitos o que eles sonham em ter e tratam como imaginário, é algo comum, descartável ou até mesmo sem graça. Isso evidencia como o mundo ainda é desigual, realidades podem ser extremas e divergirem bastante.

Assista o curta “Cordilheira de Amora II” aqui.

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Ricardo Borges
Ricardo Borges

Graduando em jornalismo, 19 anos. Uberlândia, MInas Gerais.

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