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Crítica | Cidade de Gelo – Um Conto de Fadas Russo na Netflix
Um tempo atrás chegou na Netflix o filme Cidade de Gelo (The Silver Skates), uma produção russa de 2020 que merece muito ser reconhecida. O longa traz uma história que parece ter nascido direto dos contos de fadas mais clássicos (apesar de não ser infantil), com cenas de perseguição impressionantemente bem coreografadas, paisagens estonteantes e personagens cativantes. Ele é capaz de te deixar apaixonado, tenso e extasiado.
Situado na gélida São Petersburgo da Rússia, em 1899, o enredo logo nos apresenta Matvey, um rapaz pobre que acabou de ser demitido de seu emprego e precisa encontrar um modo de pagar o tratamento médico de seu pai doente. Paralelamente conhecemos Alice, filha de um importante ministro russo, que se vê obrigada a se casar contra sua vontade.
Matvey logo se junta a um grupo de batedores de carteiras, que são quase à la Robin Hood. Eles roubam apenas daqueles que não sentirão falta, com a diferença de que os únicos pobres que recebem esses lucros são eles mesmos. Enquanto isso, Alice faz de tudo para poder continuar seus estudos em uma das universidades do país sem que seu pai saiba.
Um Show de Patinação no Gelo
Cidade de Gelo apresenta um roteiro simples, bem amarrado e coerente. Não é algo inédito e é fácil prever o caminho que os personagens irão tomar, porém, tudo vale a pena quando vemos a forma como o filme é produzido e construído.
A começar pela própria cidade de gelo, São Petersburgo. A cidade por si só é uma obra de arte, coberta de neve, com ruas e casas de um branco quase infinito… o cenário parece ter vindo das melhores obras de fantasia. Juntamos a isso o modo de vida russo do início do século XX, com roupas características, que nos mostram um pouco mais sobre essa cultura.
Mas o que se destaca nesse cenário são os patins. Em um lugar tão gelado, faz sentindo que os mais jovens decidam se locomover com patins de gelo. E que os mais ágeis acabem tirando proveito dessa vantagem, como o grupo principal, que usa da agilidade para furtar bens sem nem serem percebidos.
E é daí que vem o que pode ser o ponto mais alto do filme: as cenas de perseguição. Que cenas lindas! Além de recebermos um show de patinação no gelo, com uma coreografia estonteante, ainda ficamos à flor da pele. Tememos a cada segundo pelos rapazes, questionando se eles serão pegos ou não, e vibramos a cada pirueta.
Personagens Fascinantes
Mas o filme não é feito apenas de perseguições e o que o move são seus personagens. Dentre eles, dois se destacam: Matvey e Alex. Matvey é nosso protagonista, que mesmo em sua vida de ladrão, encontra espaço para cultivar e manter seus ideais, por exemplo, ao devolver um item roubado que tinha um grande valor emocional ao proprietário.
Entretanto, Alex com certeza é o personagem mais elaborado do longa. Ele é o líder do grupo de batedores de carteira, e além de ser extremamente habilidoso com os patins, é muito inteligente e estratégico. E é através dele que aprendemos um pouco mais sobre a história da Rússia, pois o rapaz é um pensador socialista, pregador de Karl Marx. Ideologia que eventualmente culminaria na Revolução Russa de 1917.
E não importa se concordamos com os ideais de Alex ou não, pois ele é extremamente importante para compreendermos a situação pela qual a Rússia passava na época. Certa discussão entre Alex e Alice no filme é fascinante para aqueles que querem entender um pouco mais sobre como foi tudo isso.
Alex é, acima de tudo, leal aos seus ideais e aos seus companheiros. Assim, podemos não gostar dele do começo ao fim, mas com certeza o compreendemos e, assim, ele se torna um personagem fascinante.
A Beleza de um Conto de Fadas
Ademais, não podemos deixar de falar do romance, uma parte importantíssima da história. Apesar de um tanto clichê, é de aquecer os corações. O casal de atores Fedor Fedotov e Sonya Priss, que interpretam Matvey e Alice, tem muita química e sua história não é apressada. Não é o caso da princesa que se apaixonou perdidamente pelo príncipe do dia para a noite.
O filme toma o tempo necessário para desenvolver um romance convincente entre eles e nos deixa torcendo pelos dois com todas as forças. Um romance com toda aquela esperança que apenas um conto de fadas é capaz de trazer.
Por fim, Cidade de Gelo é um daqueles filmes que ficam escondidinhos na Netflix, que quando a gente acha, a gente fica com um pézinho atrás para colocar, mas se decidimos assistir, ele nos surpreende de uma forma excelente.
É um romance gostoso, de encher os olhos, com cenas de ação melhores do que muitos filmes hollywoodianos por aí. E além de tudo, ainda nos permite conhecer um pouco mais sobre uma nova cultura. Dificilmente alguém irá se arrepender de assistir.
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