7 motivos para você assistir ‘Patrulha do Destino’ (Doom Patrol) da DC

A Warner tem investido em conteúdos originais, mas mesmo no meio desse oceano, Patrulha do Destino brilha e se destaca

Vivemos em uma era de cinema de super-heróis, não há dúvidas disso. Filmes e produções para TV e streaming estão atualmente transbordando com todos os tipos de personagens de quadrinhos: Disney está produzindo séries cinematográficas para o Disney Plus e a Warner está com seu Arrowverse estabelecido na TV aberta americana.

Além disso, a Warner está investindo bastante em conteúdos originais, como o Snyder Cut anunciado para o HBO Max, a série da Tropa dos Lanternas Verdes e a Liga da Justiça Sombria. Mas mesmo no meio desse oceano de conteúdo, Patrulha do Destino brilha e se destaca.

Protagonistas de Patrulha do Destino - OTageek
Doom Patrol | Reprodução: HBO Max

Doom Patrol teve a estreia de sua primeira temporada em fevereiro de 2019, disponível somente na plataforma da DC Universe. A série foi apresentada ao mundo contando com 15 episódios, enquanto a equipe de super-heróis no centro dela – originalmente criada por Arnold Drake, Bob Haney e Bruno Premiani – foi anunciada como “Os Heróis Mais Estranhos do Mundo”. Mas calma que vamos explicar os motivos.

Porém, cabe destacar que resumir todas as coisas que acontecem na 1ª temporada de Patrulha do Destino é uma tarefa árdua. Vou começar dizendo que havia fantoches nazistas, robôs defeituosos, uma quadra de um bairro viva, uma dimensão dentro de um burro e muitas outras bizarrices. Jeremy Carver (showrunner entre as temporadas 8 e 11 de Supernatural) escreveu o episódio piloto de Doom Patrol (embora houvesse tecnicamente um piloto anterior exibido e descartado em Titãs) e também é o showrunner da produção.

Enfim, chega de enrolação e vamos para nossa listagem de alguns motivos para você assistir à Patrulha do Destino!

1. Super-heróis que não pensam que são super-heróis

No meio da temporada, um episódio termina com Crazy Jane (Diane Guerrero) sendo instruída a encontrar a Patrulha do Destino. “O que P* é a Patrulha do Destino?”, ela pergunta e essa é nossa primeira indicação de que os personagens não pensam em si mesmos do jeito que nós vemos. Achamos que estamos assistindo um programa de super-heróis, mas Jane e seus colegas de casa não veem da mesma forma.

Três personagens de Patrulha do Destino de pé, um deles segurando um livro
Galera esperando aquele Uber

São pessoas perdidas e solitárias tropeçando em uma vida absurda. Por causa de seus poderes incomuns, a equipe muitas vezes se encontra lutando contra vilões ou tentando salvar vidas, mas eles mal ganham a maior parte do tempo. No final da temporada, um personagem tenta sacudir o recorde de vitórias/derrotas da equipe, e é… não impressionante.

Outra maneira de dizer isso é que, enquanto a maioria dos programas de super-heróis apresentam um vilão diferente ou crise a cada episódio, Doom Patrol passa uma hora inteira em uma sessão de terapia em grupo, enquanto os personagens lutam com seus próprios demônios internos e os ressentimentos que eles veem uns nos outros. Eles não estão tentando salvar o mundo; primeiro, eles têm que se salvar.

2. Assista Diane Guerrero equilibrar 64 personalidades diferentes

Saindo de um sitcom da CBS, Diane Guerrero disse em entrevista à EW que queria algo completamente diferente para seu próximo projeto. E ela realizou tal desejo em Patrulha do Destino ao interpretar Crazy Jane, uma personagem com 64 personalidades distintas cada uma das quais com um superpoder diferente.

Um dos maiores destaques da Patrulha do Destino é ver Guerrero alternar perfeitamente entre as diferentes personalidades dentro de um mesmo personagem.

Personagem Crazy Jane ataca em cena de Patrulha do Destino
Todo Nazista morto é pouco

A personalidade favorita de Guerrero é o Dr. Harrison, um psiquiatra que pode telepaticamente persuadir as pessoas. Há também uma personalidade não ironicamente chamada Língua de Prata, que pode manifestar seu diálogo como palavras fisicamente afiadas, as quais são lançadas contra os oponentes.

Algumas das personalidades de Jane são fáceis de entender (como o teletransportador Flit, o qual se manifesta sempre que a equipe precisa chegar a algum lugar rápido), enquanto outras são deliciosamente extremas (como Sun Daddy, uma figura gigante com uma supernova na cabeça que pode atirar bolas de fogo).

Cada um dos personagens principais recebe um episódio de foco e Jane introduz os espectadores à arquitetura intrincada de sua mente, um sistema de metrô chamado Underground no qual as diferentes personalidades podem se mover. O trauma profundo na fonte do subterrâneo é de partir o coração, mesmo em seu absurdo.

3. Performances físicas e sonoras misturadas

Enquanto Crazy Jane é uma atriz interpretando vários personagens, o inverso também acontece, como nos personagens Robotman e Homem Negativo, pois cada um é interpretado por vários atores.

Robotman e Homem Negativo são fisicamente interpretados por Riley Shanahan e Matthew Zuk, enquanto Brendan Fraser fornece a voz do primeiro e Matt Bomer a do último. Tanto Guerrero quanto o showrunner Jeremy Carver atestam que essas dinâmicas apresentaram um desafio cinematográfico, mas as performances resultantes estão ligadas à natureza da série.

Cena do personagem Robotman de Patrulha do Destino
E quem não precisa?

Quando a Patrulha do Destino começa, o piloto Cliff Steele (Fraser) acorda descobrindo que seu corpo foi destruído em um acidente de carro e seu cérebro foi transplantado em um corpo de robô. O desempenho de Shanahan incorpora a sensação de não estar sentindo o próprio corpo, enquanto Fraser fornece o sarcasmo cáustico (e ocasionalmente raiva incontrolável) de um homem tentando entender uma situação ridiculamente trágica.

Vemos também um pouco mais do lado humano do Homem Negativo, um piloto da Força Aérea cujo avião caiu nos anos 50, mas o empurrão e a atração entre Bomer e Zuk também ressoa com a dinâmica entre o Capitão Larry Trainor e o Espírito Negativo que agora vive dentro dele.

4. A mente é o limite

Muitas vezes, a batalha entre super-heróis e super-vilões na tela equivale a um personagem com poderes lutando contra outro personagem com poderes quase idênticos que escolhe usá-los para o mal.

Personagens observam mensagem escrita no céu
Nada de anormal em Patrulha do Destino

Mas Patrulha do Destino te dá algo diferente: os personagens principais são párias marginalizadas da sociedade e seus poderes são frequentemente manifestações de seus traumas – as personalidades poderosas de Crazy Jane foram criadas como um mecanismo de defesa para ajudá-la a sobreviver ao abuso, por exemplo, enquanto o Espírito Negativo muitas vezes representa a complicada relação do Homem Negativo com sua sexualidade e passado.

Por outro lado, muitos dos vilões da série pertencem a uma organização governamental chamada Departamento de Normalidade, que busca erradicar o absurdo e impor a heteronormatividade na sociedade americana.

Um dos maiores adversários do FBI (e aliado mais poderoso da Patrulha do Destino) é Danny A Rua, um bloco de rua vivo e teletransportador que se identifica como não-binário e fornece um lar para pessoas perdidas e marginalizadas em todo o mundo.

5. Magia, loucura e tristeza

Em certo momento da série animada Hora da Aventura, a cientista Betty (Lena Dunham) está tentando descobrir o que faz os magos funcionarem. Ela então identifica três características fundamentais de todos os magos: magia, loucura e tristeza. Patrulha do Destino trabalha com uma fórmula muito semelhante, muitas vezes mudando entre absurdos loucos de quadrinhos e momentos tocantes dentro da mesma cena.

uma cabeça de cavalo azul mágica aparece em cena de Patrulha do Destino
Sim, uma cabeça de cavalo azul mágica!

Além do Departamento de Normalidade, o principal vilão da série é Mr. Nobody (Alan Tudyk), um ser interdimensional que sequestra o líder da equipe, Niles Caulder (Timothy Dalton) e manipula todos os outros.

Vários episódios são narrados pelo Sr. Ninguém e ele tem prazer em quebrar a quarta parede no programa e falar diretamente com os espectadores, mesmo quando ele os/nos ridiculariza como “Trolls reddit” e “fãs de Grant Morrison”.

Mas à medida que o show continua, o vazio no coração do Sr. Ninguém é revelado, dado o quanto ele foi ignorado e ridicularizado como um “ninguém” em sua vida humana, mesmo por aqueles mais próximos a ele. Você até começa a sentir algo por ele no final.

Mr. Nobody  dançando em um fundo branco
Mr. Nobody é o reizinho do show e sabe que o fã da DC é enjoado (incluindo eu)

Danny the Street é outro vetor principal para a magia, loucura e tristeza da Patrulha do Destino. Depois que a equipe resgata um musculoso superpoderoso chamado Flex Mentallo (Devan Chandler Long) de décadas de prisão pelo Departamento de Normalidade, Flex começa a se reunir com seu velho amigo Danny.

Quando Danny pergunta de sua esposa Dolores (Susan Williams), Flex infelizmente tem que confessar que Dolores foi morta pelo FBI. Danny vai consolá-lo, mas como não tem braços para abraçar, ele projeta um boneco de posto inflado na calçada, e assim Danny abraça Flex.

Onde mais você pode encontrar um visual multi-emocional como esse?

6. O elenco é diversificado e possui um bom desenvolvimento

Farto do protagonismo do homem branco hétero em vários shows? Isso não é um problema quando se trata de Patrulha do Destino. Baseada nos quadrinhos da DC, a série é cheia de personagens diversos: homens, mulheres, pessoas não brancas, sexualidades diferentes… há algo para todos dentro desse pequeno show!B

Personagem de Patrulha do Destino mostra sua habilidade
Booyah!

Cada um dos personagens possui seu episódio de destaque e para construção de narrativa, à medida em que a série avança na trama passamos a conhecer mais os personagens através de flashbacks, que não atrapalham o ritmo do show.

Isso também se concentra em deficiências, bem como habilidades: há problemas de saúde mental, pois cada um dos personagens foi “quebrado” de alguma forma e precisava ser “consertado”. Você vai entender a razão das citações quando assistir a série. Uma coisa é certa, há muitas lições para aprender através de personagens diferentes e únicos. Você não vai se decepcionar.

7. Uma produção madura que respeita o material original

Personagem escreve mensagem em janela do avião em cena de Doom Patrol

Embora possa ser uma série mais madura da DC, ainda tem o humor. Às vezes ele é escancarado e às vezes mais contido, tudo de acordo com as situações envolvendo os personagens. E depois há os momentos sérios, as histórias bizarras e heroicas e a ameaça à Terra.

Apesar de ser uma adaptação dos quadrinhos, se você gosta de ver exatamente o que acontece nos quadrinhos acontecer na tela, então você pode se decepcionar. Mas mesmo assim a série é uma das poucas produções adaptações de quadrinhos em que os envolvidos estudaram, analisaram e entenderam como essas histórias funcionavam em encadernados de 60 a 80 páginas da década de oitenta até hoje.

Dois personagens de Doom Patrol de pé
“Então, eles não vão ajudar a limpar a casa?”

Toda a extravagância, bizarrices e situações inusitadas vêm das histórias originais dos personagens. E é claro que você não precisa conhecer os quadrinhos para entender, mas os conhecendo é possível que compreenda melhor os personagens e os rumos para os quais a série pode caminhar em seus próximos episódios.

Todavia, se ainda assim você não tem certeza se deve dar uma chance à série do MILÊNIO, confira o trailer da primeira temporada legendado:

As duas primeiras temporadas de Patrulha do Destino se encontram disponíveis no catálogo do serviço HBO Max e agregados.

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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