Crítica | Você não vai querer perder “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” nos cinemas

Longa-metragem de Daniels (Daniel Scheinert e Daniel Kwan) “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” entrega o que os fãs de Doutor Estranho não tiveram com Multiverso da Loucura: entretenimento coerente e com propósito.

Antes de mais nada, devo defender que Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo é uma experiência cinematográfica como poucas vistas recentemente. A trama de viagem entre realidades com sua lógica própria e fechada está ligada no 220 quando se trata de ritmo: quando o filme começar, se prepare para não sentir mais o tempo passar. A história toda se passa em um único dia, quando Evelyn (Michelle Yeoh), seu marido de quem pensa em se divorciar Waymond (Ke Huy Quan) e a filha com quem tem uma relação conturbada Joy (Stephanie Hsu) precisam acertar as contas com a receita federal graças à sua lavanderia prestes a falir. Nesse processo, Evelyn descobre que o multiverso corre risco de ser colapsado pela vilã interdimensional Jobu Tupaki e que somente ela pode impedir que isso aconteça.

O trunfo deste filme é abraçar a própria estranheza, fazendo com que seu humor escrachado não torne o filme uma piada. Também se dá o tempo e espaço para desenvolver um enredo complexo sem abrir brecha para furos no roteiro (e acredite, eu passei mais tempo do que deveria procurando qualquer furo que fosse). Se existem, são tão mínimos que de forma alguma alterariam a história de forma significativa. Ironicamente, essa é a linha de pensamento elaborada: que cada decisão altera a realidade em graus ciclópicos. Os poderes dos “saltadores“, como chamam aqueles capazes de visitar outros universos, funciona mais ou menos como os de Sense8, mas ao invés de trocar de consciência com outra pessoa, eles adquirem habilidades de si mesmos em outros planos de existência.

O filme se desenrola essencialmente nas duas primeiras partes: “Tudo“, apresentando a família, a relação deles em aceitar a namorada de Joy, Becky, e o desandar da vida particular e financeira do casal, inserindo o multiverso, sua mecânica e o conflito da trama. Em “Todo Lugar“, Evelyn descobre o que é capaz de fazer e como seria sua vida se não tivesse feito as escolhas que fez: esse existencialismo guia o desenvolvimento majestoso da personagem no processo de entender a si mesma, seus erros, acertos e, principalmente, arrependimentos. Ele se torna sensível quanto aos paralelos entre a jornada para salvar o multiverso e as dificuldades de conhecer a própria família. Nas entrelinhas podemos reconhecer temas como traumas passados de geração para geração, homofobia e até mesmo o suicídio. Serpenteando toda discussão possível no que diz respeito a meramente existir, Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo prova que muitas coisas podem ser resolvidas (e seriam evitadas) se as pessoas simplesmente se falassem, deixando uma mensagem bem clara de que não há limites no multiverso inteiro do que uma mãe pode fazer para salvar a filha.

O filme já está disponível nos cinemas. Confira o trailer:

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Clara Lima
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