‘Oppenheimer’ só é lembrado quando se fala em ‘Barbie’

Rosa e cinza em disputa

Em julho deste ano, o público enfrentará a decisão de uma grande batalha. ‘Barbie’ vs. ‘Oppenheimer’, qual dos filmes assistir primeiro? Isso porque os dois longas têm data de estreia para o mesmo dia: 20 de julho. ‘Barbie’ marca o retorno de Greta Gerwing para os cinemas desde seu último trabalho com ‘Adoráveis Mulheres’, adaptação do clássico escrito por Louisa May Alcott. Já ‘Oppenheimer’ é o ressurgimento de Christopher Nolan após a tentativa falha de emplacar ‘Tenet’ nos cinemas durante a pandemia. 

‘Oppenheimer’ reconta a história de Julius Robert Oppenheimer, físico norte-americano considerado o ‘pai da bomba atômica’. Diretor do Projeto Manhattan coordenou uma equipe de cientistas responsáveis pela criação da arma militar usada durante a Segunda Guerra Mundial pelos Estados Unidos. O projeto terminou com as bombas sendo lançadas em Hiroshima e Nagasaki. 

Por caminhos diferentes de gêneros e narrativas, ‘Barbie’ é uma comédia sobre a boneca da Mattel. A trama acompanhará a ‘Barbieland’, um mundo mágico onde todas as versões da Barbie convivem em conjunto. Todavia, uma das bonecas (Margot Robbie) vivencia uma experiência de crise existencial e decide, acompanhada pelo Ken (Ryan Gosling), se colocar no mundo real, onde serão forçados a lidar com as dificuldades de não serem mais apenas bonecos. 

Rivais?

A ‘Barbie’ de Greta Gerwing e ‘Oppenheimer’ de Christopher Nolan são rivais na batalha de uma das bilheterias mais importantes do ano. Apesar de possuírem propostas opostas, ambos contam com semelhanças: um elenco repleto de estrelas, com Margot Robbie, Ryan Gosling, Dua Lipa e Emerald Fennell na comédia cor-de-rosa; e Cillian Murphy, Robert Downey Jr e Florence Pugh na estética escura militar. Ainda possuem criadores aclamados em sua concepção. O conflito não acaba por aí: a programação de seus lançamentos abarcou a rivalidade entre dois grandes estúdios de cinema, a Warner Bros. Pictures e a Universal Pictures, lançando ‘Barbie’ e ‘Oppenheimer’, respectivamente.  

A aclamação mundial da boneca da Mattel não é recente. Embora grande parte dos detalhes da produção permaneça em mistério, um trailer e algumas imagens promocionais foram o bastante para conquistar espaço nas redes sociais. Instagram e Twitter foram inundados com as inúmeras versões da Barbie e do Ken. É fato dizer que o filme de Greta Gerwig tem conseguido conquistar uma diversa gama de telespectadores nas diferentes faixas etárias e gêneros.  

‘Oppenheimer’, ainda que em proporções menores, também conseguiu conquistar sua ‘fanfarra’ nas redes. Embora os filmes de ficção científica costumem sair bem comercialmente, não se espera que ‘Oppenheimer’ alcance o estrelato de ‘Top Gun: Maverick’, com a cobiçada marca de US$ 1 bilhão. Quando lançou ‘Tenet’, na pandemia, Nolan professou estar satisfeito com a marca de US$365,3 milhões. Nada comparado a ‘Batman: O Retorno’, a oitava maior bilheteria de 2005 nos Estados Unidos e a nona em todo o mundo no mesmo ano.

‘Oppenheimer’ é o primeiro filme de Nolan desde ‘Memento’ (2000), a não ser distribuído pela Warner Bros. Pictures. O relacionamento entre o diretor e o estúdio perdurou por quase 20 anos. A parceria rendeu ao cineasta seus maiores sucessos: a trilogia ‘O Cavaleiro das Trevas’ e ‘Interestelar’. Quando a empresa expressou a intenção de distribuir seus filmes de 2021 simultaneamente nos cinemas e na HBO Max, Nolan não concordou com a decisão e decidiu romper os laços. 

Com ‘Tenet’ distribuído pela Warner Bros., a data de lançamento foi adiada várias vezes devido a pandemia. Nolan esperava que o lançamento do filme nos cinemas conseguisse atrair o público de volta. Os resultados foram decepcionantes — e esperados. A guerra entre as empresas se iniciou em outubro de 2021, quando a  Universal anunciou a data de lançamento de 20 de julho de 2023. Seis meses depois, em abril de 2022, a Warner Bros. declarou que ‘Barbie’ também estrearia na mesma data. 

‘Oppenheimer’ e ‘Barbie’ veem seus criadores abordando figuras distintas e complexas. Desde sua criação, a Barbie provou ser uma personagem empoderada para as meninas, mas também delimitante em questões de padrões de beleza. Também precisava representar a feminilidade e a inocência. A invenção de Robert Oppenheimer foi um avanço que causou uma destruição em massa imprevista sobre a humanidade. Ainda que em estruturas opostas, oferecem a seus cineastas ricas construções que vão desde o universo cor-de-rosa à estética monocromática do pai da bomba atômica. 

Ainda que representem projetos impactantes, o ‘Oppenheimer’ de Nolan será ofuscado pela ‘Barbie’ de Greta Gerwig. Tal afirmação não representa a imensidão da qualidade de ambas propostas. Apesar das inúmeras qualidades narrativas de ambos diretores, cada qual atinge públicos e números diferentes. Até aqui, Greta Gerwig não foi sucesso de bilheteria. Mas porque ela não tinha o que tem agora: um ícone mundialmente conhecido e aclamado. É assim que Gerwig atingirá as massas, em alvos demográficos diferentes. E é assim que Nolan continuará fazendo filmes para um grupo seleto de cinéfilos. A batalha será vencida pela mais popular (e não há dúvidas de qual é). Mesmo assim, estarei na fila para ambos em 20 de julho. 

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Isabella Breve
Isabella Breve

Graduanda em Jornalismo, leitora voraz, amante da Sétima Arte e eternamente fã.

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