Julie Strain – o adeus à Rainha dos Filmes B

Julie Strain, musa nerd, faleceu no dia 10 de janeiro deste ano.

Olá, Otageekers! Como relatei no último artigo, sobre Pierre Cardin, “2020 (…) SÓ levou  gente boa”. O ano pode ter ido embora, mas a urucubaca não.

Julie Strain, musa nerd, faleceu no dia 10 de janeiro deste ano, mas a correria só me deixou prestar homenagem a ela agora. Este mesmo que vos escreve deu uma morrida de leve sobrevivendo a um assalto na Cidade Maravilhosa, cheia de embustes mil.

Julie Strain ao lado de um quadrinho Heavy Metal.
Julie Strain: a cover girl dos quadrinhos.

Detesto usar a palavra “nerd”, já que constitui um termo pejorativo, assim como “nigger”, “fagget”, “freak” ou “spick”. Prefiro dizer que somos apreciadores da 9ª, 10ª e 11ª artes. Respectivamente, os quadrinhos, os videogames e as artes digitais. Otakus e Geeks. Mas, na cultura norte-americana, os termos pejorativos costumam ser incorporados pelos grupamentos sociais marginalizados de modo que somente tais grupos é que podem referir-se a si mesmos por tais epítetos. Mas voltemos ao assunto.

Julie Strain como uma Banshee, por Olivia De Berardinis.
Julie Strain como uma Banshee, por Olivia De Berardinis.

Julie Strain, a Rainha dos Filmes B, como era conhecida, era uma atriz californiana que, entre outras atividades, integrava o cast de modelos para as capas da revista Heavy Metal. Julie foi pintada por artistas como Olivia de Bernardes (pintora erótica de pin-ups que passou a integrar a Playboy em 1985), pelo mestre peruano Boris Vallejo e sua esposa, Julie Bells

Julie Strain com uma lança ao lado de um dragão
Julie Strain por Julie Bells.

A Heavy Metal lançou sua autobiografia Six Foot One and Worth The Climb em 1997, toda ilustrada por esses três. Além disso, na animação Heavy Metal 2000 (Heavy Metal F.A.K.K. 2), a protagonista é Julie, esculpida em carrara. Julie chegou até a encarnar um monstro lovecraftiano em The Unnamable II: The Statement of Randolf Carter.

Capa de Unnamable 2
A bela, pavorosa.

Até onde pesquisei, ninguém disse ao certo o motivo de sua morte. Consta que já havia sofrido um acidente e caído de um cavalo, tal qual o melhor Super-Homem de todos os tempos, Christopher Reeve. Julie sofrera de um tipo de amnésia após a queda e teve uma lacuna em sua memória, mais precisamente sua infância.

Mas seja qual for o motivo do falecimento, descanse em paz, Julie. Você com certeza despertou em outro mundo e está galopando um dragão enquanto brande sua espada laser na batalha contra os drones tecnorgânicos da plêiade inimiga.

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Claudio Siqueira
Claudio Siqueira

Escritor, poeta, Bacharel em Jornalismo e habitante da Zona Quase-Sul. Escreve ao som de bits e póings, drinkando e smokando entre os parágrafos. Pesquisador de etimologia e religião comparada, se alfabetizou com HQs. Considera os personagens de quadrinhos, games e animações como os panteões atuais; ou ao menos, arquétipos repaginados.

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[…] como relatei aqui, é comum na cultura norte-americana incorporar termos pejorativos para se tornarem a nomenclatura […]