Crítica| The Rising of the Shield Hero

The Rising of the Shield Hero, também conhecido como Tate no Yuusha no Nariagari, é a adaptação da Light Novel de mesmo nome, escrita pela Aneko Yusagi. O anime é uma coprodução Crunchyroll e fez sua estreia em 2019, contando com 25 episódios. A história segue a mesma ordem que o mangá, sendo uma adaptação fiel ao original.

Crítica The Rising of the Shield Hero
The Rising of the Shield Hero.

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Sinopse pela Crunchyroll

“Iwatani Naofumi, um otaku como qualquer outro, encontra um livro numa biblioteca que o transporta para outro mundo. Ele recebe a missão de se tornar o Herói do Escudo, um dos Quatro Heróis Cardinais que enfrentará as Ondas de Catástrofe ao lado dos Heróis da Espada, Lança e Arco. Empolgado com as aventuras, Naofumi sai em missão com sua equipe. Contudo, alguns poucos dias depois, ele é traído e perde todo o seu dinheiro, dignidade e respeito. Será que ele vai encontrar uma saída dessa situação desesperadora?”

O anime se tornou um grande sucesso, tanto em território japonês quanto em território internacional e, devido a esse sucesso, a equipe responsável confirmou que ele terá uma segunda e uma terceira temporada.

A segunda fará sua estreia em 2021, já a terceira ainda não recebeu uma data, mas a equipe responsável informou que não querem colocar uma grande pausa entre elas, pois os fãs já esperaram muito, segundo eles.

The Rising of the Shield Hero

O review abaixo contém spoilers!

A obra é um isekai diferente dos demais, pois também se enquadra como seinen, um gênero considerado mais adulto e sombrio por abordar questões como guerra, escravidão, tortura, tanto física como psicológica, e estupro.

O protagonista da história é o universitário Naofumi, de 20 anos, que como a maioria dos garotos de sua idade curte mangás, animes e jogos, ou seja, o otaku clichê que todos conhecem.

Ao abrir um livro diferente que se encontrava na biblioteca, Naofumi é transportado para outro mundo. Ele acaba caindo no reino de Melromarc junto a outros três garotos de sua idade. E eles foram transportados até esse reino para se tornarem os quatro “Heróis Cardinais”.

Os quatro “Heróis Cardinais”.
Os quatro “Heróis Cardinais”.- Reprodução Crunchyroll.

Esses heróis farão uso de armas sagradas para lutar contra as “ondas”. As armas sagradas são espada, lança, arco e escudo. Cada herói deve seguir um caminho independente para ficar mais forte, pois as armas se repelem, e quando chegar o momento eles serão convocados para lutar contra as “ondas”.

Armas lendárias
As armas lendárias – Reprodução Crunchyroll.

Ao colocar personagens nessa faixa etária, a obra já começa a indicar que o seu conteúdo é destinado para um público mais adulto e que abordará temas considerados por muitos como “pesados”.

Naofumi se torna o Herói do Escudo, o qual não é visto com bons olhos pela população local e nem por seus “companheiros”, pois cada um ali foi trazido de um mundo diferente e em cada mundo eles jogaram ou tiveram acesso a algo que reproduzia a história desse mundo. Menos Naofumi. Ele foi trazido ao começar a ler uma novel que contava a história do antigo herói do escudo, mas somente isso. Porém, isso foi o bastante para ele ser julgado como inexperiente e um “inútil” por todos ali.

Mas agora, já que as armas se repelem, cada herói deve formar um grupo e seguir caminho a fim de se fortalecer para combater os monstros das “ondas”. E como já era esperado, enquanto todos queriam participar do grupo dos outros heróis, ninguém se interessou pelo herói do escudo, exceto uma garota que se prontificou a participar do grupo de Naofumi.

Naofumi e Myne
Naofumi e Myne – Reprodução Crunchyroll.

Mas essa garota se revela como uma grande vigarista, pois ela fez isso somente para enganá-lo e retirar todos os seus recursos. Após fazer Naofumi gastar todo seu dinheiro com equipamentos para ela, a mesma fingiu um ataque e o acusou de estupro, acabando com sua imagem perante a todos do reino.

Após toda essa descriminação, o psicológico de Naofumi fica abalado, ele perde a confiança em todos, se torna extremamente rancoroso e sua visão de mundo muda totalmente. Antes ele via esse novo mundo cheio de boas possibilidades, agora ele só vê um mundo que está podre e seu único objetivo é acabar com todos que o traíram e o humilharam.

Todo esse início de The Rising of the Shield Hero acaba sendo bem pesado e revoltante. Você acaba simpatizando e dando razão para a conversão de herói para o anti-herói rancoroso que o Naofumi se torna. Mesmo que não seja uma “novidade” e divida bastante as opiniões, eu particularmente achei que aqui essa ideia se encaixou muito bem, pois no decorrer do anime o personagem do Naofumi se desenvolve bastante, interagindo com outros personagens. O desenvolvimento acaba caminhando lentamente, mas ele consegue entregar tudo aquilo que propõe.

Após a traição e a desconfiança que Naofumi desenvolve, além do fato dele ter sido demonizado e exilado por todos do reino, tendo apenas um escudo e nada mais como arma “real”, o protagonista é levado a este último recurso: a compra de uma escrava, de uma criança demi-humana escravizada por um mercador de escravos, pois ela se torna sua única opção.

Criança demi-humana
Criança demi-humana – Reprodução Crunchyroll.

É após a introdução de Raphtalia que tudo começa a mudar e se desenvolver. Raphtalia é peça central para o desenvolvimento do protagonista. A personagem é incrível, ela possui um background triste e cativante, mas a todo o momento ela tenta superar isso. Raphtalia se desenvolve até mais que o personagem do Naofumi.

Naofumi enxerga todos como uma ameaça pronta a conspirar contra ele no primeiro descuido. Ao invés de tentar as guildas de aventureiro, ele precisa da certeza de ter alguém que não irá traí-lo… e o Selo de Escravidão é a sua certeza. De fato, por muitos episódios, Naofumi não consegue enxergar Raphtalia além de uma ferramenta para sobreviver, mas ao mesmo tempo em que imperava essa indiferença, ele mantinha um cuidado com a demi-humana. Nela, ele via uma semelhança: alguém vista com desconfiança, quando não com hostilidade aos olhos de todos, pois os demi-humanos sofrem uma grande descriminação.

Raphtalia e Naofumi – Reprodução Crunchyroll.

A obra desenvolve muito bem a relação de confiança e afeto entre Naofumi e Raphtalia. É interessante ver o modo como ele relutantemente foi cedendo ao carinho com Raphatalia, a qual o admira muito, pois cresceu ouvindo as histórias que seu povo contava sobre o Herói do Escudo, como ele era gentil com todas as raças e viria na hora da necessidade. Essas coisas culminam num momento bastante emocionante, no qual Raphtalia segura e conforta Naofumi em seus braços, abraçando toda a dor causada pela traição.

Raphtalia
Raphtalia – Reprodução Crunchyroll.

A desconstrução do ressentimento do Naofumi vai acontecendo gradualmente graças à relação dele com seu grupo, o qual recebe mais duas integrantes: a pequena Philo, uma rainha Philolial, e a princesa e futura sucessora do reino Melty, a qual ajuda Naofumi a limpar seu nome perante o reino.

Personagem Philo
Philo – Reprodução Crunchyroll.

A primeira temporada se encerra de forma épica, com direito a julgamento, revelações e um combate incrível.

Mas dentre esses três pontos, o do julgamento foi maravilhoso, com direito a guilhotina. Naofumi consegue se vingar da Myne e do rei de forma épica, mas sem mortes. Myne, além de receber uma sentença, agora não se chama mais Myne, e sim princesa Vadia filha do rei lixo.

Animação e Combates

Os combates no anime são de se encher os olhos, pois mesmo com um design bem simplista, eles conseguem surpreender muito. O diretor de animação queria que qualquer um conseguisse desenhar os personagens, assim ele escolheu um design mais modesto, porém que conseguisse cativar o público. Foi isso que aconteceu.

Não só os personagens, mas todo o cenário é visualmente lindo e bem animado. E tudo isso fica melhor ainda pois casam esse ponto positivo da animação com uma trilha sonora tão incrível quanto. A trilha sonora durante as cenas de combate e durante as cenas emotivas é de arrepiar. Sério, eu perdi as contas de quantas vezes fiquei arrepiado enquanto assistia.

E Já que estamos falando da animação, eu quero apontar outro ponto positivo da obra: os combates. Eles são de se admirar, tanto os duelos quanto os combates durante as “ondas”. Naofumi é o estrategista da equipe e suas estratégias de combate são épicas. E olha, se não fosse por ele, os outros três heróis teriam morrido nas primeiras ondas, pois além de suas ótimas estratégias, ele usa o máximo de suas habilidades que, mesmo sendo para defesa, conseguem causar muito dano aos inimigos quando usadas corretamente.

Pontos negativos

A série conta com ótimos pontos positivos, mas também possui alguns negativos, pontos esses que se encontram dentro do enredo, como a anulação de algumas regras, pequenos furos no roteiro e a pouca utilização de elementos de RPG.

A utilização de elementos de RPG acontece poucas vezes dentro da obra, sendo que em um dos episódios mais legais foi quando o problema menos apareceu. Nesse episódio, o grupo precisava realizar uma série de quests para conseguir itens mágicos para costurar uma roupa especial para a Philo. Sério, esse episódio foi incrível.

Outro elemento é o sistema de classes. Ele aparece bem pouco e, quando foi citado, eu fiquei super animado, mas acabei desanimando depois que nunca mais abordaram o sistema nos demais episódios.

Conclusão

A primeira temporada acabou sendo uma grande quest para limpar sua imagem e uma introdução sobre toda a mitologia desse mundo para o qual Naofumi foi levado. Mas não deixou de ser incrível e cativante, pois tivemos desenvolvimento de personagem, vingança contra a Biscate da Myne e lutas incríveis. Assim, “The Rising of the Shield Hero” recebe a nota 10/10 no Norman Awards, pois consegue se destacar dentre todos os isekais.

A primeira temporada de “The Rising of the Shield Hero” encontra-se completamente disponível na Crunchyroll.

Confira o trailer da segunda temporada de The Rising of the Shield Hero.

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Norman
Norman

Escrevo sobre animes, jogos, séries farofa e jogo uns joguinhos aí na Twitch.
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