Crítica | Sede Assassina

Se você gosta de filmes policiais e de investigação com drama na medida certa, não perca Sede Assassina.

Sede Assassina (To Catch a Killer) é um thriller policial excelente que merece ser assistido até por aqueles que não são fãs do gênero. Não se trata apenas de um filme policial que envolve claro investigação, mas da mudança de paradigma proposta pela protagonista, Eleanor Falco, que intui que o assassino em série (e ao mesmo tempo spree killer) não está matando apenas para “tocar o terror”, mas para buscar alívio.

Não, não dei spoilers. Isso está no trailer do filme. Bom, e de que se trata o filme? A supracitada protagonista é uma policial do Departamento de Polícia de Baltimore recrutada por Lammark (Ben Mendelsohn), um investigador do FBI que compreende que não estão lidando com um terrorista comum ou mesmo com um serial killer padrão e a recruta porque percebe que Eleanor possui o perfil; a intuição necessária para rastreá-lo. 

Embora eficaz, cativante e meiga, Eleanor possui um passado obscuro ao que tudo indica e sua mente conturbada lhe confere o perfil necessário para ter empatia com o que possivelmente se passa na mente do assassino. Lammark, por sua vez, não é um investigador obtuso e reúne a equipe de policiais para dar as diretrizes de como perscrutar o assassino, no melhor estilo Mindhunter.

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Para ajudar na investigação, Lammark recruta Jack McKenzie (Jovan Adepo), que ele confessa não ser um investigador muito bom, maaas, é uma mão na roda quando se trata de apanhar o malfeitor. A trama está engatilhada para disparar um thriller que costura ação, drama e investigação na medida certa, sem cenas ou personagens melodramáticos; tomadas inteligentes e simples que primam pela função dramática que exercem.

No cabo de guerra entre a polícia, a chefia do FBI que comanda a operação e a tríade que encabeça a perseguição, a trama se desenrola com boas tomadas, ótimos cortes, diálogos simples e inteligentes sem serem pretensiosos, violência cabível e até explícita, (sem ser demasiada pois nem seria necessária ao filme) e a própria linguagem corporal, principalmente da protagonista, dá certas pistas sutis tanto de seu estado mental quanto de sua perspicácia frente a um assassino escorregadio como Light Yagami de Death Note.

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Uma curiosidade: o nome Eleanor significa “resplandecente” ou “aquela que reluz”. Eleanor é aquela que ilumina as trevas da ignorância com a luz de sua intuição no enredo do filme, Sendo “Hélio”, o Sol na mitologia grega e, tradicionalmente, um arquétipo masculino, Eleanor é uma mulher aguerrida, lutadora, ou, como se diz na gíria (mais do que) cringe, uma mulher que tem “cabelo nas ventas”. Eleanor é uma derivação de Heloísa, a versão feminina do nome Hélio.

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Claudio Siqueira
Claudio Siqueira

Escritor, poeta, Bacharel em Jornalismo e habitante da Zona Quase-Sul. Escreve ao som de bits e póings, drinkando e smokando entre os parágrafos. Pesquisador de etimologia e religião comparada, se alfabetizou com HQs. Considera os personagens de quadrinhos, games e animações como os panteões atuais; ou ao menos, arquétipos repaginados.

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