Crítica | ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’ realmente é para sempre

A decisão de Coogle levar para a trama a perda de Boseman e expressar seu luto e de seus amigos de produção através do filme provavelmente foi um grande desafio.

Quatro anos após o primeiro filme, chega aos cinemas agora “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, que continua e expande o universo de Wakanda ao mesmo tempo em que homenageia Chadwick Boseman!

Crítica | 'Pantera Negra: Wakanda Para Sempre' realmente é para sempre - Otageek

“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” é um filme que tem muito a se falar, locais para onde apontar e sabe utilizar bem de sua duração de 2 horas e 40 minutos. Aqui, Ryan Coogler, que retorna direção, respeita a figura de Boseman e nos entrega uma história sobre amadurecimento, ancestralidade e representação para o povo negro.

O filme começa após a morte do rei T’Challa, quando os membros da família real de Wakanda tentam, ao mesmo tempo, permanecer no poder, proteger a integridade territorial do reino, mas também enfrentar um novo inimigo.

Namor (Tenoch Huerta), é um poderoso ser que lidera o povo de Talokan, que, como Wakanda, tem à sua disposição o vibranium, que os demais países são obcecados em obter. Exceto que Namor não compartilha das mesmas opiniões dos wakandanos em relação a proteção do metal precioso do resto do mundo, levando as relações dos dois reinos a uma ruptura iminente e violenta.

Um filme com uma mensagem forte

A decisão de Coogle de levar para a trama a perda de Boseman e expressar seu luto e de seus amigos de produção através do filme provavelmente foi um grande desafio. Já no começo do filme somos ambientados pelo tom da perda e o luto, que por transcender o filme nos coloca em uma posição de sentir e processar aquela dor com os atores e personagens.

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Mas logo após os minutos iniciais somos lembrados que estamos em um fruto do MCU e essa grande teia precisa se conectar a medida que agrega mais histórias e personagens ao universo compartilhado. Não que a forma que as conexões são feitas possam ser ruins, pelo contrário, a adição de Namor e seu povo consegue respeitar o protagonismo dos wakandanos e soma ao trazer um olhar que reimagina Atlântida como um reino mesoamericano.

Mesmo que a narrativa capengue em alguns momentos, a forma que ela imprime o despertar dos traumas historicamente causados pelo colonialismo branco, junto da necessidade de uma aliança entre os oprimidos contra o colonialismo moderno, consegue trazer à superfície um discurso que geralmente passa longe das narrativas de heróis.

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A grande protagonista da trama é a Shuri, que ao mesmo tempo que tem que lidar com o seu luto, se vê em posição de levar adiante o manto de Pantera Negra para proteger seu povo. Não poderia deixar de citar a Rainha Ramonda que consegue ser imponente e rouba a cena sempre que aparece. Okoye, Nakia e Riri Williams cumprem com seus papeis na trama, mas sem grande destaque.

A vingança é o fio condutor de Shuri e a move rumo ao conflito, e por mais que ela aceite ser a nova Pantera Negra, T’Challa ainda vive no povo de Wakanda e sua cultura.

Conclusão

Como público estamos muito maus acostumados com o que a Marvel entrega nos cinemas. Seus filmes geralmente não se permitem abrir espaço para tramas e dramas adultos, e suas resoluções são sempre semelhantes.

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Então, ter um novo antagonista tão grande quanto Thanos foi para os filmes anteriores traz um potencial gigantesco para o futuro do MCU. Já do lado de Wakanda, conhecemos um pouco mais da nação mais poderosa da Terra e nos permitimos refletir sobre os papéis ocupados pelos personagens, principalmente pelas mulheres. Se por algum lado alguns comentários são pontuais, outros passam tão rápido que é possível não perceber.

Longe de ser um filme perfeito, com alguns momentos e subplots que poderiam ser facilmente deixados de lado, na mesma facilidade que eles emergem na trama, “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” ainda é um dos melhores filmes da Marvel nos últimos anos e mais que necessário para aqueles que amam acompanhar esse universo.

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Riuler Luciano
Riuler Luciano

Jornalista Cultural e Marketeiro, cresceu lendo quadrinhos dos X-MEN é amante de Cultura Pop e Pequi!

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