Crítica | Lupin – Segunda Temporada

A segunda parte de série francesa chegou à Netflix na última sexta-feira (11).

A segunda temporada de Lupin traz Omar Sy reprisando o papel principal, juntamente com Ludivine Sagnier, Clotilde Hesme, Hervé Pierre, Antoine Gouy e Soufiane Guerrab e se inicia exatamente onde a primeira parte parou. Assim, acompanhamos a busca de Assane por seu filho Rauol (Etan Simon), sequestrado por um dos capangas de Hubert Pellegrini (Hervé Pierre).

Pôster oficial da segunda parte de Lupin, com Omar Sy em destaque. Otageek
Pôster oficial da segunda parte de Lupin, com Omar Sy em destaque.
Reprodução: Netflix.

O ritmo acelerado e frenético já virou uma das características mais marcantes da série francesa. Desde o primeiro episódio, Lupin consegue manter a energia caótica e inovar, deixando o público segurando suspiros e ansioso para as próximas ações de nosso herói.

Mas desta vez, não vemos só Assane fazendo a magia acontecer. Seu fiel escudeiro, Benjamin (Antoine Gouy), que antes ficava nos bastidores, apenas dando suporte ao protagonista, passa a participar mais ativamente do processo de vingança de Diop.

Nesta segunda parte, Assane também ganha dois novos e poderosos aliados, que se provam essenciais na busca por vingança contra Hubert Pellegrini (Harvé Pierre).

E por falar nele, agora conseguimos entender um pouco melhor sobre a relação dos dois. Pellegrini se prova um adversário digno e à altura de Assane Diop. A dinâmica de gato e rato continua, porém, o antagonista também mostra seus truques, que dão suporte para as partes de tensão da série.

Assane Diop e seu melhor amigo Benjamin em Lupin. Otageek
Assane Diop e seu melhor amigo Benjamin.
Reprodução: Netflix.

Além da história sólida, boa parte do sucesso da série vem do carisma, do charme e do excelente trabalho de Omar Sy. O ator consegue transmitir ao público as motivações e interesses do protagonista, equilibrando perfeitamente os momentos de humor com os de maior intensidade.

Assim como na primeira parte, as cenas do passado se encaixam na narrativa do presente. A direção e montagem fizeram um trabalho perspicaz, pois todos os momentos de flashback complementam e ajudam a dar sentido ao que está acontecendo no agora. O salto temporal também é um fator crucial para a série, colaborando para que Lupin mantenha a agilidade e o elemento surpresa.

E não podemos deixar de falar sobre a caracterização dos personagens. O que ainda chama muita atenção é a semelhança dos jovens atores com os mais velhos. Mesmo tendo pouco tempo de tela, os atores brilham ao desempenharem as versões mais novas dos protagonistas. Isso é mais um ponto positivo para Lupin e para a escolha do elenco.

Na segunda parte, as referências a Arsène Lupin ganham ainda mais força. Desde a caracterização e construção visual de Assane, que usa longos casacos de tons neutros em quase todas as cenas, até elementos que influenciam na narrativa, como a quantidade de disfarces que o protagonista possui, pseudônimos e até mesmo o nome do filho do personagem.

A série consegue encaixar muito bem a mitologia dos livros em sua adaptação televisiva. Durante toda a obra, alguns diálogos do livro são citados e acabam dando um leve spoiler do que vai acontecer, e o mais interessante é que não percebemos isso até o fato realmente ocorrer.

Hervé Pierre como Hubert Pellegrini em Lupin. Otageek
Hervé Pierre como Hubert Pellegrini em Lupin.
Reprodução: Netflix.

A trilha sonora, que se manteve discreta durante quase toda a temporada, ganha um destaque nos últimos episódios e ajuda a criar a atmosfera de tensão necessária para este encerramento. A escolha da orquestra é um grande acerto para Lupin, que consegue deixar os espectadores na pontinha dos pés.

A segunda temporada também traz uma dose de romance. Por termos um panorama dos acontecimentos da vida de Diop, fica difícil torcer para o relacionamento do personagem com qualquer um de seus interesses amorosos. A confusão de Assane nesta escolha se estende ao público. (Com quem você “shippa” o protagonista? Claire ou Juliette?)

A capital francesa é outro destaque de Lupin. Paris é quase um personagem coadjuvante. Os locais escolhidos para as filmagens, os museus, arco do triunfo e rio Sena contribuem com a belíssima fotografia.

E mesmo não sendo seu foco, a obra continua a denunciar o racismo presente na sociedade francesa. Essa percepção social abominável e deturpada, que infelizmente ainda está presente em nossa realidade, contrasta com as lindas paisagens apresentadas em Lupin.

Assane Diop e Juliette em Lupin. Otageek
Assane Diop e Juliette em Lupin.
Reprodução: Netflix.

Para não comprometer a imparcialidade desta crítica, é necessário falar um pouco sobre as partes negativas. Uma delas é a falta de verossimilhança, como os protagonistas acharem EXATAMENTE o que precisam na hora que precisam.

Outra coisa que chama a atenção é a súbita capacidade de resolver crimes dos policiais. Na primeira temporada e boa parte da segunda, os profissionais correm em círculos, mas em uma rápida mudança, de repente são capazes de desvendar tudo. Esse artifício é muito utilizado e se chama deus ex machina, no qual aparecem soluções milagrosas para resolver os problemas dos personagens.

Também podemos falar sobre a ausência de desenvolvimento dos personagens. O público consegue entender as motivações de Assane, mas a impressão que temos é que paramos na primeira camada emocional dos personagens. Talvez Lupin precise de um pouco mais de profundidade, principalmente em relação a Assane e seu filho Raoul.

De uma maneira geral, Lupin permanece fiel aos elementos que fizeram da série um grande sucesso. Com uma performance agitada e muito competente, a série diverte e faz a história girar. A segunda parte consegue, assim, ser ainda melhor do que a primeira. Será que a terceira parte conseguirá tal feito? Teremos que esperar para ver, já que a terceira temporada está confirmadíssima pela Netflix.

E a pergunta que não quer calar é: cadê o cachorrinho J’accuse?

Texto escrito por Sabrina Ventresqui

Veja o Trailer de Lupin

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Luna | A Patroa da Redação
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Tazdingo

O ritmo de filme de ação e a perspicácia do Assane são maravilhosos, deixam a série bem movimentada e sem aquele sentimento de que estão enchendo linguiça com fillers. Senti falta de desenvolver um pouco mais a relação e as consequências de ter sido descoberto como Lupin no quesito interação com o filho dele e as consequências da morte da dona do J’acuse (Fabianne).

Jaiane

Mds, tô louca pra ver ??