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Crítica | Love 101, temporada 2 – intensa como a juventude
Love 101 é uma série turca da Netflix e sua primeira temporada chegou em 2020. E apesar de não ser muito conhecida, é uma das melhores produções da plataforma. A série é sobre juventude, rebeldia, liberdade, amor e amizade, e conta com uma trilha sonora maravilhosa. Com certeza, merece nossa atenção.
A primeira temporada acompanha os personagens Sinan, Isik, Eda, Kerem e Osman. Tirando Isik, que é uma aluna perfeita, os outros quatro são considerados jovens problemáticos, dos quais a escola quer se ver livre. Porém, um plano em comum une os cinco adolescentes, criando um laço de amizade e lealdade inquebrável.
Para quem não viu a primeira parte da série, confira a nossa Crítica | Love 101 (Ask 101) – A nova série turca da Netflix e saiba mais detalhes.
Encontro e Desencontros
Passando-se em Istambul, cidade da Turquia, a série intercala entre nos mostrar seus cinco protagonistas em sua adolescência (no fim dos anos 90) e seu reencontro vinte anos depois. Mas sua maior parte acompanha os personagens na juventude.
Esse vai e vem na linha do tempo serve para nos deixar ainda mais intrigados e curiosos com a história. Afinal, ficamos sabendo do começo e sabemos um pedacinho sobre como vai acabar, mas não fazemos ideia do que aconteceu no meio do caminho e de como as coisas mudaram tanto.
Essa pulga atrás da nossa orelha faz com que queiramos assistir todos os episódios o mais rápido possível. Assim, parece que os 8 episódios de 40 minutos de cada temporada passam voando.
Love 101 também se preocupa em tratar de temas presentes na vida de todos e que pesam com mais força durante a juventude, como as escolhas para o futuro, aparências e romances. Porém, não esquece de abranger alguns assuntos mais sérios, como relacionamentos abusivos, machismo, dependências e principalmente a relação entre a instituição escolar e os alunos.
Escola vs. Alunos
Assim, a relação entre escola e aluno é a principal trama que move a série, e também a maior crítica social em Love 101. De forma simples e explícita, eles demonstram como as escolas priorizam os alunos com notas maiores e simplesmente tentam se livrar daqueles que eles consideram ser problemáticos.
E por mais exagerada que a série pareça ser, é triste perceber que até hoje isso é uma realidade. Escolas do mundo todo definem o sucesso da vida de um jovem em suas notas, esquecendo-se que “sucesso” pode ter as mais variadas definições e formas.
Além disso, a produção também ressalta a pressão que recai sobre esses alunos nota 10, que sentem que suas vidas todas dependem dessa nota máxima e uma única prova definirá todos os seus anos futuros.
E nessa segunda temporada, a inserção da personagem Elif é o ponto que faltava para trabalhar com todas as questões educacionais propostas, visto que a menina é um prodígio e a escola fará de tudo para mantê-la feliz.
Intenso como Love 101
Entretanto, apesar desse arco principal muito bem construído, a série ainda é leve e bobinha em alguns pontos como, por exemplo, ao ter 4 casais na trama, criando uma necessidade desnecessária de que todos tenham um par romântico.
Mas dentro desses 4 casais, dois se destacam: Eda e Kerem e Burcu e Kemel (os professores), trazendo para o relacionamento pontos interessantes que vão além de apenas serem um par romântico. Temos, por exemplo, a aceitação dos pais, a influência de suas classes sociais e a importância de estar bem consigo mesmo para poder se sentir bem com o outro.
Love 101 nos faz torcer por seus personagens com intensidade e sofrer quando vemos algo ameaçar o laço de lealdade construído entre os jovens. Além disso, quase pulamos de animação nas cenas de rebeldia e liberdade, diante da coragem dos garotos para construírem seus próprios caminhos. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora que exalta esses pontos, em especial a juventude.
Assim, a produção encerra a segunda temporada amarrando todas as pontas e finaliza a série de vez. É um fim muito realista, ressaltando como a juventude pode ser intensa, mas deixando os fãs bem satisfeitos. Uma produção fora dos eixos hollywoodianos, mas à altura desses, e que com certeza vale a pena conferir.
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