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Crítica | Jurassic World: Domínio é o último suspiro da franquia
O novo normal no universo de Jurassic World
Ao final de Jurassic World: Reino Ameaçado, nos deparamos com os dinossauros sendo reintroduzidos aos ecossistemas de todo o mundo, causando desastres, apavorando multidões e desequilibrando cadeias alimentares inteiras. O segundo filme da franquia serviu, a grosso modo, para abrir portas e preparar terreno para o que estava por vir.
Mais de 4 anos se passaram e estamos aqui, à história presente do terceiro e último filme da trilogia onde o cenário em que dinossauros convivem ao lado de humanos tornou-se o novo normal.
Diante desse cenário de necessidade de adaptação de ambos grupos – tanto humanos quanto dinossauros – surgem novas urgências, complexidades e interesses. Dinossauros passam a ser vistos como ativos valiosos, sendo intensamente traficados mundo à fora. Feiras clandestinas expõem ossos, dentes, presas, ovos, filhotes e tudo que for possível. Até mesmo imensos predadores são enjaulados por puro exibicionismo e pequenos carnívoros são colocados para duelar em rinhas com plateias.
Quando se tratam de aparições menos discretas próximas de cidades, vilarejos ou lugares onde há aglomerações urbanas, os dinossauros herbívoros são estereotipados como inocentes, indefesos, belos e sentimentais. Eles geram comoção, mesmo que destruam bosques inteiros, seja por necessidade de alimentação, seja por possuírem corpos muito grandes e pesados para a vegetação de hoje suportar.
Já os carnívoros, são pintados como vilões, carrascos, semeadores do caos. Mas, se realmente fosse assim, por quê não há qualquer interesse político ou até mesmo anarquista para exterminá-los ou, preferencialmente, contê-los em um local seguro? Simples! Porque a ganância do mundo humano sempre fala mais alto, e dinossauros sempre serão vistos como dinheiro, ainda que um dinheiro capaz de te matar.
Indo além, é possível dizer que a discussão seja mais intricada do que isso. Mesmo tendo evoluído para serem perigosos, os carnívoros são tão merecedores em viver quanto os herbívoros; não cabe a nós, humanos, decidir quais devem ser re-extintos e quais não. Mesmo assim, deveria no mínimo emergir uma questão logística da necessidade de alocar essas criaturas tão hostis em locais isolados e seguros, longes do alcance de humanos.
Aproveitando-se da dispersão de dinossauros por todo o mundo, uma das principais empresas de biotecnologia do mundo, Biosyn, encabeça um projeto maníaco de controlar a alimentação mundial. Seu diretor, Dr. Lewis Dodgson (Campbell Scott), é o novo antagonista aqui, imprimindo uma vibe de bilionário perturbado.
Entre seus planos insanos está a disseminação de gafanhotos gigantes pré-históricos capazes de devorar todas as plantações por onde passam – exceto, é claro, aquelas que foram plantadas com sementes da Biosyn. Em outras palavras, Dodgson pretende colocar sua empresa como a única esperança da humanidade para solucionar um problema que ele mesmo criou, calculando arrancar imensas fortunas de governos e grandes produtores.
E como diz aquele ditado: “quem é vivo, sempre aparece”, o Dr. Henry Wu (Bradley Darryl Wong) está de volta. Dessa vez, reflexivo, amargurado, arrependido. No longa, o Dr. Henry Wu reconhece muitos de seus erros, e da necessidade de repará-los. Mas, na posição de cientista chefe do departamento de paleogenética, acaba sendo coagido a reativar genes ancestrais de gafanhotos para transformá-los em verdadeiras máquinas famintas imparáveis. Quando se deu conta da gravidade do monstro que havia criado, já era tarde.
E é sobre essa trama em específico que irão se debruçar os personagens da franquia clássica, coisa que falaremos mais adiante. Por enquanto, basta dizer que Dodgson é o grande responsável por fazer toda a trama engrenar. Aliás, um outro de seus planos envolve capturar Maisie Lockwood (Isabella Sermon), a primeira clone humana bem sucedida, cujo DNA poderia surtir grandes avanços em suas pesquisas de reconstrução de genes pré-históricos e terapia gênica. Graças a isso, a garota é considerada o ativo intelectual mais valioso do mundo – e também o mais cobiçado.
Na trama, Maisie está sob a proteção de Owen e Claire, isolados da civilização na tentativa de resguardá-la – já que Dodgson quer botar as mãos na garota a todo o custo. No entanto, Maisie enfrenta seus próprios dilemas existenciais após descobrir ser um clone de sua mãe biológica. A garota não reconhece sua própria identidade e expressa isso através do que poderia ser confundido por rebeldia, mas nada mais é do que o desconhecimento angustiante sobre si mesma. Viver isolada do mundo, cheia de questões sobre si, são elementos suficientes para fazer a garota querer se mexer.
Uma vez Jurassic, sempre Jurassic
A franquia ‘Jurassic’, historicamente, sempre recebeu muitos caprichos das mãos dos realizadores das quais passou, concretizando obras que foram (e são) verdadeiras referências do cinema de ficção de seus respectivos contextos e épocas. E nem o mais recente capítulo dessa saga, nem o enorme sucesso de seus predecessores me deixam mentir.
O primeiro elemento central que expõe a qualidade de Jurassic World: Domínio é a trilha sonora de Michael Giacchino, que segue a mesma fórmula já consolidada de longas anteriores: começa com um tom puxado para a aventura, paquera com a nostalgia de uma leve memória do tema clássico de John Williams, flerta com a melancolia, e, finalmente, entra com arranjos tenebrosos quando o terror domina a tela. É uma progressão poética muito bem trabalhada que mexe com as sensações, além de definir pesos e perigos de diferentes graus e dimensões para as cenas.
Aliás, se a trilha sonora desempenha no mesmo nível que nos filmes anteriores, as sequências tanto de ação como de tensão não são tão bem construídas como antes já realizado. Colin Trevorrow comanda a direção com seus próprios méritos, evocando – erroneamente – uma fórmula extremamente funcionalista e pouco estilosa, que não se comunica em nada com a eficiente e elogiosa fórmula de Jurassic World (2015), a qual se apoia em uma tensão progressiva e estética, nem tampouco com a fórmula do segundo filme de J. A. Bayona, que segue uma linha do horror mais criativa e sugestiva.
Isto posto, fica nítido que em alguns momentos as coisas simplesmente acontecem, e os cortes e as montagens escolhidos contribuem para desorientar o espectador – sem que essa seja a intenção – ou, pior, quebram a catarse da cena simplesmente pela forma como estas são conduzidas.
A grandiloquência é, sim, explorada, mas não de uma forma empolgante ou esteticamente agradável de assistir. Aliás, há momentos que tudo soa como uma versão bizarra de Missão: Impossível ou 007 com dinossauros, o que claramente não bate na tecla da criatividade.
É o caso das cenas na Itália, que envolvem motos e perseguição, nas quais os humanos se tornam presas e dinossauros, caçadores. A bem da verdade, o filme não se esforça muito para soar original e esbarra em uma reciclagem de convencionalismos de filmes de ação com apenas um adicional que os diferenciam: répteis mortíferos. É basicamente isso.
Entretanto, o filme consegue transmitir bem os sentimentos de urgência e perigos que rondam os personagens, sem muita necessidade de construir uma empatia carismática por eles, já que a sobrevivência se dá, frequentemente, em meio a um frenesi caótico sem muito tempo para reflexão. É basicamente um instinto, um reflexo, de que torçamos para que os (bons) humanos não sejam o almoço do dia.
Mas, há uma ressalva importante a se fazer… Em certa parte do filme, começa a soar repetitiva essa fórmula de “sobrevivência apreensiva”, na qual os mocinhos sempre acabam saindo ilesos de situações extremas por um triz. É sempre no quase, praticamente não há danos, sequelas, nem mesmo arranhões. Por mais que os dinossauros pareçam ameaçadores, na prática o risco é apenas sugestivo, já que o artifício do Deus ex machina sempre surge para salvar a pele dos personagens.
Já em outros momentos menos acelerados, que exploram o fator de sobrevivência dos personagens humanos em ambientes desconhecidos, a direção opta por uma construção gradativa de tensão que culmina em jumpscares ou em convenções do horror de monstro, exibindo as características e feições mais horripilantes possíveis dos dinos.
Os elementos de terror presentes acabam sendo muito bem extraídos do pavor que se expressa de maneira convincente nos personagens, com destaque para Bryce Dallas Howard (Claire). Mas, infelizmente, sua função no roteiro acaba sendo basicamente sobreviver.
E falando em elenco que se entrega à proposta do filme, o elenco em si já é um acerto em cheio. Tudo graças ao roteiro, que traz novos personagens instigantes ao mesmo tempo em que resgata relíquias da franquia original e desenvolve personagens já consolidados. Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) ainda são os grandes astros aqui, mas dividem espaço com os ex-Jurrassics Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum em arcos separados, que vão gradualmente se convergindo.
Aliás, o elenco de veteranos se entrega com corpo e alma aqui. Alan Grant (Sam Neill) está mais charmoso e sedutor do que nunca, com essência totalmente conservada enquanto paleontólogo respeitável e experiente. Ellie Sattler (Laura Dern) exprime paixão e graciosidade pelo trabalho, transbordando carisma. As cenas com a atriz em tela se tornam mais humanas e agradáveis, pois sua empatia é nitidamente genuína.
Por fim, para fechar o elenco da velha guarda, temos o filósofo Ian Malcolm, interpretado por Jeff Goldblum, um ator com maneirismos fascinantes que contagiam qualquer personagem que dá vida. E aqui não é diferente. Na pele de Goldblum, Ian Malcolm mantém sua natureza de ser bom orador marcado por suas frases de efeito. Mais do que isso, o personagem consegue imprimir cinismo com tamanha facilidade que é difícil dizer quando está fingindo ou soando com sinceridade, o que é um artificio bastante interessante e bem explorado.
Já no elenco da nova fase da franquia, Owen (Chris Pratt) continua o mesmo de sempre. Seus principais atributos se resumem a ser um comportamentalista animal e ex-combatente da marinha. Não há charme, não há personalidade marcante, apenas expressões que flutuam entre sisudas e descontraídas que muitas vezes não colam. Pelo menos, houve avanços no seu relacionamento com Claire. Ainda que falte química, é sensível a preocupação de um com o outro.
Claire (Bryce Dallas Howard) continua a evoluir como personagem. Desta vez, ela se coloca como uma mulher disposta a sujar as mãos para ajudar espécies contrabandeadas e ameaçadas por caçadores ilegais, além de – tentar – ser uma mãe adotiva de Maisie, que ainda está se descobrindo e auto-afirmando sua própria identidade. Adicionalmente, há uma tentativa do roteiro de imprimir um certo arrependimento por erros cometidos da personagem que não é bem desenvolvido, e suas causas são logo deixadas de lado.
Um novo destaque do elenco é, talvez, um dos pontos mais altos do filme. DeWanda Wise, a pilota Kayla, emana um carisma fenomenal em tela, capaz de se destacar e chamar atenção em todos os momentos que aparece. A personagem também aparenta não se importar de correr riscos, inclusive costuma debochar deles, como ao correr de dinossauros no meio da floresta. Também possui seus momentos como personagem badass que salva o dia, como ao fazer um avião decolar no meio de uma pista improvisada com velociraptors em seu encalço.
Por sua vez, os dinossauros estão ainda mais realistas e variados. Espécies intrigantes nunca antes retratadas na franquia finalmente dão as caras aqui para animar os fãs mais apaixonados por essas criaturas. De herbívoros a carnívoros, de grandes a minúsculos, há para todos os gostos. Os grandes destaques vão para o therizinossauro, que lembra um avestruz gigante assassino com as maiores e mais afiadas garras do mundo; e para o giganotossauro, que também é um dos astros aqui.
“Tá tirano, Rex?”
Já o T-Rex, vendido como o dinossauro mais temível que já existiu, tem sua reputação queimada mais uma vez pelo roteiro. Aliás, o primeiro Jurassic Park (1993) é o único longa que faz jus à reputação construída do Rex na cultura pop, com ele (ou ela, já que no filme se trata de uma fêmea) sendo a principal ameaça – e a mais difícil de lidar – além de ser capaz de imprimir um temor legítimo apenas com sua presença.
Mas isso não se torna praxe, já que seu posto como maior predador é colocada em cheque por uma lista considerável de derrotas e vitórias duvidosas em filmes posteriores.
Após perder uma luta de igual para igual contra um Espinossauro em Jurassic Park 3 (2001) e mesmo com ajuda de um velociraptor não conseguir dar conta do Indominus Rex em Jurassic World (2015), o dinossauro mais famoso do mundo ainda perde feio para o Giganotossauro na luta pré-histórica exibida no prólogo promocional do novo longa, e ainda precisa trapacear para derrotar seu adversário numa “revanche” contemporânea, pois não é capaz de fazê-lo com os próprios dentes.
Soa no mínimo contraproducente que a principal estrela do mundo dos dinossauros seja um combatente tão pouco formidável.
Jurassic World e a evolução dos dinossauros
Jurassic World: Domínio é o encerramento de um longo ciclo que se estende há quase 3 décadas, desde que Steven Spielberg deu o seu corajoso e inovador pontapé inicial ao trabalhar com dinossauros animatrônicos realistas.
Se hoje o sexto episódio da história pode soar repetitivo, oportunista ou demonstrar não saber o que fazer com seus dinossauros, no início da década de 90 os efeitos do filme pioneiro mostraram ao mundo o que ninguém jamais havia visto: animais gigantescos desenhados com movimentos reais, muito diferentes de todas as inúmeras tentativas da indústria do cinema até então.
Hoje, o avanço da computação gráfica permite um leque de possibilidades muito maior, seja de movimentos, de espécimes, de cores e tudo relacionado à (re)criação desses animais extintos para as telas do cinema.
E, às vezes, a união bem feita das duas tecnologias – animatrônicos e computação gráfica – denota um brilhantismo louvável da equipe de efeitos visuais. Destaco, porém, que isso fica muito mais evidente em Reino Ameaçado do que em Domínio.
Aqui, parece que os animatrônicos são utilizados mais por um saudosismo em homenagem aos fãs mais oldschool do que para elevar a qualidade do material propriamente dito.
Afinal, o CGI puro e simples entrega cenas críveis e muito lindas em vários momentos durante o longa. Um destaque vai para a cena em que Owen (Chris Pratt) captura um Parassauro e tenta acalmá-lo. São visíveis os músculos do animal trabalhando, bem como sua pele e gordura vibrando, correspondendo aos seus movimentos.
O adiamento do filme por conta da pandemia da covid-19 contribuiu para que a equipe pudesse polir os efeitos ainda mais, envolvendo as criaturas a partir de um aspecto ainda mais crível – embora a qualidade visual flutue muito a depender de cada espécie de dinossauro.
Em suma, os efeitos práticos seguem excelentes e é sempre divertido ver os bonecos animatrônicos de dilofossauro aterrorizando os personagens, ou mesmo ver o imponente giganotossauro em ação. Em certos momentos, parece que Trevorrow também faz um bom uso de miniaturas – como do indefeso bebê nasutoceratops –, mas é difícil de camuflar de que se tratam de animatrônicos devido a falta de experiência do diretor com esse tipo de efeito.
O futuro de um pretérito
Desde que Jurassic World: Reino Ameaçado terminou com a promissora ideia de questionar como seria um mundo habitado por humanos e dinossauros, o hype foi se construindo em torno de sua sequência.
Triceratops marchando ao lado de elefantes; pterossauros construindo ninhos junto de outras aves; lobos competindo por alimento com velociraptors… Enfim, criaturas da era mesozoica habitando o mundo moderno, mas com o mesmo instinto primitivo de milhões de anos atrás.
O último filme da saga prometia responder a grande questão de quem iria prevalecer no topo da cadeia alimentar: os gigantes répteis que dominaram a Terra durante milhões de anos ou os humanos com sua rápida capacidade de criação e de domínio de tecnologias.
E a resposta que o filme nos traz é… bem, nenhum dos dois. É evidente a mensagem carregada no filme em diversas passagens de que a humanidade é muito nova na história do planeta, e que somos tão pequenos e insignificantes diante das grandes maravilhas produzidas pela natureza desde sempre.
O filme até joga com um mecanismo muito claro que evidencia isso: um colapso na produção de alimentos traria fome mundial e seria suficiente para um declínio catastrófico da humanidade. Somos uma espécie muito sensível, dependente, e ocupamos um minúsculo espaço na trajetória da natureza. Devemos pensar sobre isso para garantir a nossa sobrevivência nesse planeta. Essa é a grande reflexão da obra.
Porém, todas essas mensagens são pinceladas de forma tão sutil que elas simplesmente não comovem ou impactam o espectador. É apenas uma boa ideia, executada sem grandes pretensões.
Jurassic World: Domínio é uma sequência que não tem clima e nem cara de encerramento, onde fica claro que, talvez, o estúdio aposte em possíveis continuações daqui alguns anos. Afinal, o encerramento dessa trilogia parece muito mais com um filme central, do que um ponto final propriamente dito. Mesmo que seja maior e mais grandioso do que os seus antecessores, ser maior não quer dizer melhor.
No fim, mesmo com seus altos e baixos, Jurassic World: Domínio envolve e preserva a essência da franquia como um valioso âmbar. Aos tropeços, na tentativa de ser algo grandioso, o filme deixa muitas das coisas que já deram certo para trás, ao mesmo tempo em que entrega uma experiência única ao reincorporar personagens clássicos, apresentar dinossauros excêntricos, refinar a qualidade técnica e possuir uma boa intenção de deixar uma mensagem como legado.
Diante disso, Domínio ainda é um filme bastante enquadrado no escopo da franquia, e entrega uma certa primazia que já é de praxe dessa saga tão popular mundialmente, embora seja uma conclusão agridoce, em grande parte salva pela nostalgia, e com méritos próprios não mais do que suficientes.
O resultado final é uma obra morna, mediana, que dá a sensação de que algo está faltando. Em síntese, se não fosse por seu trio original no elenco, o filme decairia muito. Por outro lado, se tivesse lidado melhor com sua grandiosidade, seria um filme muito mais esplêndido. Com isso, é possível dizer que o que ancorou o desfecho da saga foi, justamente, a sua falta de domínio.
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tudooo
muito bom, adorei!
Muito bom, continua postando mais pfvr!!
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Ótima análise