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Crítica | Hello Stranger e o romance clichê virtual
Hello Stranger é uma série boys love (romance entre dois homens), o primeiro trabalho da produtora Black Sheep com a demografia e é considerado por muitos como o melhor BL do ano passado.
Essa foi a minha primeira vez assistindo um filme gravado à distância e foi uma surpresa muito positiva, principalmente porque conseguiram expressar toda a química do casal por uma chamada de vídeo.
Após o encontro acidental entre Xavier (Tony Labrusca) e Mico (JC Alcantara) nasce uma inimizade que é posta à prova quando ambos são colocados como parceiros de um trabalho escolar.
Sim, é a junção de dois plots conhecidos por todo e qualquer amante de romance. Como são parceiros de trabalho, precisam manter uma frequência de chamadas por vídeo para discutirem sobre o prosseguimento do projeto, um poema sobre amor.
A aproximação começa quando Xavier termina com sua namorada Crystal (Gillian Vicencio), e pela garota ser seu porto seguro, o jogador de basquete não se sente bem e decide desabafar com Mico.
E como qualquer pessoa inteligente, eles decidem afogar as mágoas assistindo um filme de romance clichê. Nesse momento, começam as interações românticas, as olhadelas, os sorrisos disfarçados e a liberdade de se abrir um pro outro.
Após isso, os episódios pouco a pouco vão construindo o romance, até chegar o fatídico momento de confessar o amor.
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A atuação convence?
Confesso que eu tenho um leve problema com séries provindas do sudeste asiático, pois a atuação em muitos momentos deixa a desejar e acaba tornando tudo muito forçado.
De fato, a atuação de Hello Stranger realmente não é a melhor do mundo, mas consegue te convencer. Apesar de alguns momentos fracos, a química entre os atores é inegável.
As interações fofinhas e até as mais vergonhosas conseguem te deixar com os olhinhos brilhando. Isso até me surpreendeu porque a série conseguiu me deixar muito mais envolvida com a história do que muita série convencional.
O meu maior problema com Hello Stranger foi a direção, que tomou diversas decisões questionáveis, colocando vários momentos forçados e com uma carga dramática desproporcional.
Isso tornou um pouco frustrante o andamento de Hello Stranger, principalmente porque foram surgindo situações que eram obviamente para render mais a trama, mas como os episódios são curtos, você consegue ver até o fim.
A trilha sonora não possui uma grande diversidade, a maioria é instrumental e se você assiste muito boys love terá a impressão de ter ouvido em outras séries. Entretanto, a canção original (OST) é incrível e muito bem utilizada no decorrer dos episódios. Você pode ouvi-la clicando aqui.
Vale lembrar que essa OST é a abertura e aparece em outros momentos cantada por Seth Fedelin. Se quiser conferir, é só clicar aqui.
E os personagens secundários?
Hello Stranger começa o primeiro episódio apresentando o grupo de amigos de Mico. No primeiro take, já é possível notar como funciona a interação. O Mico é o sol e os amigos são os planetas que giram ao seu redor.
O grupo é composto pela garota nerd apaixonada pelo protagonista, Kookai (Vivoree Esclito), o garoto nerd apaixonado pela garota do grupo, Seph (Patrick Quiroz), e outro garoto nerd “esquecido no rolê”, Junjun (Miguel Almendras).
Todos os personagens secundários são carismáticos, mas não possuem construção relevante. As curtas aparições servem apenas para girar em torno de Mico. Kookai e Seph até possuem cenas fora desse eixo, mas são curtas e servem para construir de forma bem precária um romance.
O único personagem com ligação a Xavier é sua ex-namorada Crystal. E se os coadjuvantes que aparecem em quase todos os episódios possuem pouca construção, imagina essa, que só aparece para encarnar a garota fútil.
Os personagens são muito clichês, não possuem nenhuma característica fora do óbvio e essa falta de inovação chega a incomodar em alguns momentos.
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Vale a pena assistir?
A única inovação de Hello Stranger é a gravação a distância, pois todo o resto é aquilo que a gente já espera de um romance clichê. Confesso que me decepcionou um pouco a trama não arriscar em nenhum momento e até a caracterização dos personagens não fugir do óbvio.
Então, se você gosta de clichezão, vai fundo! A interação entre personagens é gostosa, tem o galã Tony Labrusca e há grandes chances de você amar a história.
Se não, passe longe dessa obra! A série entrega tudo que o telespectador já espera e sim, é a mesma trama que a gente já conhece com uma roupagem gay.
Onde assistir?
A série está disponível gratuitamente no Youtube, os episódios possuem uma média de 24 minutos e possui tradução em português. Você pode acessar clicando aqui.
Confira o trailer abaixo (legenda em inglês):
Hello Stranger
Ano: 2020
Direção: Petersen Vargas e Patricia Pamintuan
Escritor: Patrick Valencia
Episódios: 8
Duração: 16 – 27 minutos
Gêneros: Comédia romântica, drama e boys love.
País de origem: Filipinas
Classificação: Livre