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Crítica | Eternos é o filme mais experimental da Marvel somado a muita representatividade
A quarta fase do UCM (Universo Cinemático da Marvel) já mostrou que vai se comportar de maneira diferente, tanto em estética quanto em ritmo. As séries do Disney+, por exemplo, afetam diretamente os acontecimentos da linha do tempo principal. E não é distinto com Eternos.
Entre erros e acertos, Marvel dá um passo rumo ao desconhecido
A diretora ganhadora do Oscar Chloe Zhao (Nomadland), que também trabalhou no script, cria uma atmosfera solene e de tensão ao mesmo tempo, pois afinal de contas, temos essa grande ameaça se aproximando e nossos heróis estão em uma corrida contra o tempo.
O filme é extremamente contemplativo, bem ao estilo da diretora. E o fato de a história não ser contada de forma linear, somado à duração de 2h37m, pode acabar confundindo um público mais jovem.
Chloe Zhao, porém, consegue dosar as cenas de ação com os períodos de diálogo sem deixar o filme cansativo, apesar do ritmo mais lento em comparação com os outros filmes da franquia. A comédia também funciona muito bem, sem diminuir o senso de urgência do roteiro.
Temos aqui 10 personagens que não haviam aparecido ou sido citados em nenhum dos longas do UCM, e esse fato dá a sensação de que foram jogados ali sem contexto nenhum. Talvez uma cena pós-créditos ou alguma cena em Vingadores já resolvesse o problema.
Apesar da explicação do motivo pelo qual os Eternos não interferiram em nenhum dos eventos enfrentados pelos Vingadores, ou mesmo nos grandes desastres vividos pela humanidade, ainda é notável que uma apresentação mais cuidadosa em filmes anteriores teria feito toda a diferença, já que estão aqui há milênios.
Uma história sobre família e humanidade
Diferentemente dos outros filmes de equipe da Marvel, Eternos é sobre família. E como público, nós sentimos isso a cada segundo, através da dinâmica entre os personagens e as questão que foram surgindo entre eles durante mais de 7 mil anos de história.
A interação entre esses seres superpoderosos é orgânica, sendo alguns mais próximos do que outros. Podemos ver uma admiração exagerada entre eles, como, por exemplo, no fato de Kingo (Kumail Nanjiani) fazer seu filme sobre Ikaris (Richard Madden), e não sobre si mesmo.
Cada um dos personagens tem um tempo de tela razoável, mesmo que o protagonismo gire em torno de Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden), e todos eles têm suas funções no desenvolver da narrativa.
A luta final parece um pouco bagunçada e é quando temos uma grande divisão no grupo. E as surpresas nas duas cenas pós-créditos vão te fazer pular da cadeira.
Representatividade
A representatividade em Eternos foi feita de uma forma muito natural: assim como temos pessoas diferentes no mundo inteiro, é natural que uma raça de alienígenas que precisa se misturar entre os humanos tome diversas etnias e sexualidades, por exemplo, para isso.
Nesse sentido, com certeza se destaca Makkari (Lauren Ridloff), que é a primeira personagem surda do UCM. Ela é mostrada de uma forma muito divertida e carismática, usando a linguagem dos sinais para se comunicar com o restante dos Eternos, o que com certeza terá efeitos positivos sobre as crianças, principalmente, e até mesmo adultos que tiverem contato com essa obra.
Já Phastos (Brian Tyree Henry) protagoniza o primeiro beijo gay do universo da Marvel. E ele é mostrado de uma forma muito natural dentro da história: o gesto é apresentado em um contexto familiar de muito afeto, que poderia acontecer sem qualquer barulho se vivêssemos em uma sociedade igualitária.
A presença de Salma Hayke (Ajak) e Angelina Jolie (Thena) ganhando papel de destaque dentro de um filme de super-heróis tão grandioso também é muito importante, afinal de contas, estamos em uma indústria que descarta mulheres acima dos 30 anos.
Conclusão
Eternos tem seus tropeços, mas funciona no geral. Seus personagens são cativantes e a dinâmica entre eles é realmente muito interessante de se assistir, o que torna os fãs muito mais ansiosos para o futuro.
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