Crítica | A diversidade da cultura humana em Humankind

Apesar de sua similaridade com Civilization, o foco na cultura e possibilidade de outras estratégias traz inovação.

O novo jogo de estratégia no estilo 4x, Humankind, foca em explorar a cultura da humanidade e trazer uma diversão diferente para fãs de jogos desse estilo de estratégia mais complexa.

Uma cidade e navios em volta no jogo Humankind
Fonte: Steam.

O jogo consiste em criar seu povo, cuidar e gerir suas cidades, que vão evoluindo e ficando mais complexas, cumprir missões diferentes, ganhar estrelas de eras e tentar ganhar mais fama que os outros reinos antes que a partida acabe. O jogo tem 7 maneiras diferentes de chegar ao final.

Humanidade complexa até no jogo

A princípio, Humankind se inicia de maneira bem simples: você comanda uma tribo nômade genérica, que está buscando comida e um local para começar a criar suas raízes.

Mas conforme vai cumprindo esse objetivo inicial, seu povo vai aumentando de tamanho, ganhando pontos de fama e, eventualmente, evoluindo para sua primeira cultura, que é de sua escolha. É ai que a coisa começa a ficar complexa.

Tela de escolha da cultura que deseja seguir em Humankind
O jogo traz diversas culturas diferentes ao longo de cada era, uma mais interessante que a outra…

O jogo é extremamente rico quando se trata de cada cultura. As artes são lindas e cada uma delas é bem detalhada nos designs únicos de cada cidade/unidade. As diferentes culturas possuem suas características únicas e um foco de estratégia diferente para você seguir e ganhar o jogo.

O game não valoriza apenas dominação e conquista: em Humankind, você pode ganhar através de evolução científica, expansão de território, comércio e diversos outros métodos, já que cada cultura ganha pontos diferentes baseados na sua característica.

Como um exemplo, a primeira cultura que escolhi foi a dos Harappans, e o foco dessa cultura é o crescimento de plantações. Por isso, eu ganhava pontos mais rapidamente se produzindo mais comida e focando em expandir as áreas das plantações. Isso até o momento em que eu alcançava pontos suficientes para evoluir para uma nova cultura, que me traria novas características, um novo foco nos pontos e novas habilidades.

Dividido através de eras, o jogo explora o máximo possível das culturas da história humana, assim como permite desenvolvimentos tecnológicos que façam sentido para cada era e para cada escolha sua.

Muitas escolhas, muitas possibilidades, muitos tutoriais

Logo após escolher sua primeira cultura, os ícones na interface do jogo e o número de tarefas só começam a aumentar. Isso com certeza é assustador à primeira vista e para quem não está acostumado com este tipo de jogo de estratégia, mas Humankind deixa diversos tutoriais ao longo da sua gameplay para que tudo seja explicado. Portanto, espere entender a maior parte do jogo depois de uma partida (que não vai ser curta, mas tudo bem).

Conforme você desbrava o mapa, aumenta suas cidades, ganha pontos e evolui sua cultura, mais escolhas vão aparecendo, e elas vão afetar sua gameplay. As escolhas serão tanto sobre como o seu povo aborda certas questões religiosas e políticas, quanto sobre o que ele faz quando algum problema ocorre.

Leia também:

Espere decidir a religião do seu povo, os valores da religião, o papel de homens e mulheres dentro da cultura, leis, hábitos e até a ordem das evoluções tecnológicas.

A cada decisão, eu ficava curioso para saber como aquilo me afetaria durante a gameplay, o que viria depois e como meu povo seria conforme eu decidia. E apesar de algumas coisas interessantes, nem todas alcançavam o potencial de fazer uma diferença. O game cria algo muito único em cada partida, sendo até bem interessante de se jogar com amigos ou até mesmo online, já que tudo muda a cada era.

Amigos agora, inimigos na próxima era

Em um certo momento do jogo, você irá encontrar a primeira civilização adversária. Nesse momento, é liberado o painel de relação com esse povo encontrado e aparecerá tanto opções de negociação quanto de começar sua primeira guerra.

O jogo não te obriga a entrar em guerra com nenhum outro povo, muito menos realizar uma aliança, mas conforme você e os outros jogadores se desenvolvem e mudam de estratégia em cada cultura, existe muito o que se pensar e refletir. Além disso, o mapa do jogo tem um espaço limitado, então espere ver esses espaços se fechando para perceber o quanto você consegue fazer sem alianças ou até mesmo sem destruir seus inimigos.

Lideres de dois povos na interface de relações do jogo Humankind
Relações mudam a todo momento no jogo e nem sempre há como resolver problemas.

O modo de batalha de Humankind é provavelmente a parte menos interessante do jogo: as lutas acontecem em turnos conforme o posicionamento das tropas, mas as animações são fracas e as batalhas, às vezes, até um pouco confusas. No final, acaba sendo mais prática e rápida a seleção de batalha automática.

Conforme mencionado, existe 7 maneiras de encerrar uma partida em Humankind:

  • Eliminar os outros povos.
  • Tornar o planeta inóspito.
  • Completar a árvore tecnológica.
  • Completar todos os turnos (varia conforme a seleção do tipo de jogo).
  • Comandar os outros povos.
  • Enviar uma missão para Marte.
  • Completar todas as estrelas das eras.

Ajustes podem ser feitos antes da partida para determinar a velocidade do jogo e até retirar algumas dessas opções de finalização. Por isso, existe muito o que se pensar e preparar em Humankind.

Conclusão

Com diversas opções de gameplay, personalização e opções de cultura para explorar, Humankind é um prato cheio para fãs de estratégia. O jogo só peca em pequenas coisas, como o sistema de batalha nada inovador e pouco prático, além de alguns elementos, que acabam não impactando tanto quanto poderiam.

No entanto, Humankind promete te trazer horas de diversão e estratégias diferentes em cada partida, sendo ainda mais interessante ao jogar com amigos.

Assista o trailer de gameplay abaixo:

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Pedro Agnelo Camargo Goes
Pedro Agnelo Camargo Goes

Estudante de semiótica, apaixonado por séries, filmes e games e tudo que envolve cultura. Sempre aberto pra filosofar sobre aleatoriedades do dia a dia

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