Crítica | TÁR - Interpretação magistral de Cate Blanchett é o que dá fôlego ao filme

Após um hiato de 15 anos, Todd Fields retorna ao cinema com “Tár”, longa estrelado por Cate Blanchett e que chega aos cinemas brasileiros em 26 de janeiro.

Com uma cena inicial de cerca de 18 minutos, conhecemos Lydia Tár, uma maestro que conquistou o EGOT e regeu orquestras em diversas partes do mundo, o que nos faz pensar se tratar de um filme biográfico, tamanha a forma como Todd Fields conduz a entrevista logo nos primeiros minutos do filme.

Tár é mais complexa do que aparenta ser, e isso é visto na cena que se inicia logo após sua entrevista, onde Tár conduz uma aula que se transforma em um embate entre a maestro e um aluno, por conta de uma opinião controversa que ele possui sobre um músico admirado por Tár.

É a partir dessa cena que o filme começa a tomar fôlego, pois as primeiras cenas de entrevistas podem parecer de certa forma complexas e cansativas, com citações de notas musicais e artistas, mesmo que o diretor tente ao máximo nos fazer sentirmos confortáveis com o assunto, é essencial mostrar uma Tár de conquistas, feitos e vitórias, uma mulher que sempre tenta manter o controle de tudo e todos ao seu redor, seja regendo uma orquestra ou na sua vida pessoal.

O elenco de apoio e Cate Blanchett

Todd Fields sabe conduzir a narrativa que aos poucos nos leva a conhecer mais a fundo a vida de Tár, que está longe de ser perfeita como ela tenta aparentar, quando escândalos e denúncias começam a fazer parte do seu dia a dia, os quais são o pontapé que nos leva para o segundo ato do filme, onde Fields coloca a personagem em ação para confrontar fatos que até então ela achava que possuía controle.

O elenco coadjuvante é essencial, junto com Blanchett para conduzir a narrativa do próximo ato. Noémie Merlant e Nina Ross, sua assistente e sua esposa, respectivamente, possuem atuações discretas que explodem junto com as revelações nesse ato que julgo ser o mais importante da trama.

Cate Blanchett está espetacular no que ouso dizer ser talvez o papel mais desafiador de sua carreira, e a todo momento em que ela move a batuta em uma mão e faz movimentos ao ritmo da música com a outra, ela é capaz de nos convencer de que faz isso a tanto tempo quanto a sua personagem.

O ritmo do filme acelera conforme a vida de Tár desmorona, e mesmo com suas mais de 2h30 de duração, Cate Blanchett nos convence de que precisamos ficar até o final para ver aonde tudo irá parar.

O filme trata de vários assuntos acerca da vida da maestro, mas o diretor e roteirista Todd Fields sabe dividir as ações em atos, como se a vida de Lydia também fosse dividida em atos.

O filme tem distribuição nacional pela Universal Pictures.

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