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Crítica | Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Sempre me amarrei em Indiana Jones e o fato de ele passar por momentos da História, assim como o personagem Corto Maltese, dando uma aula de História, sem ser de forma didática, mesclando-a com “fatos fictícios”, no estilo unreliable narrator.
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Tudo bem, nem tudo é verídico e ocorrem muitas pontas soltas e erros históricos, mas isso não vem ao caso. “O quê?” – você se pergunta enquanto o dedo coça pra clicar em outra aba e parar de ler a crítica – Sim, não importa, já que mesmo a História se mescla a lendas e quem assistiu a Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes sabe do que estou falando. Além disso, a história é sempre contada pelos vencedores e é um pouco sobre isso que trata a trama – e ainda bem que os vencedores não foram os nazistas.
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Dr. Henry Walton está bolado* com o fato de o governo dos Estados Unidos ter recrutado ex oficiais nazistas para incrementar a corrida espacial com suas pesquisas avançadas na área de tecnologia. Embora psicóticos, supremacistas raciais e desvairados em última instância, os chucrutes primavam pelos avanços científicos, não só por suas técnicas aprimoradas mas porque não tinham nenhum pudor em realizar testes bizarros com aqueles que consideravam sub-humanos. A história da ciência está repleta de atrocidades, principalmente a medicina.
*preocupado, furioso, aturdido ou consternado em carioquês
E é nessa que nos é apresentado o grande vilão da trama, Jürgen Voller (Mads Mikkelsen) e sua busca por um artefato místico (ou ao menos que os nazistas consideravam místico) que dá nome ao filme (A Relíquia do Destino): A Anticítera de Arquimedes. “Oi?!” Sim, eu também não conhecia essa palavra (anticítera) e nem sabia deste invento do proto-Da Vinci, responsável por aquele teorema que nunca aprendi direito nas aulas de matemática (o Teorema de Arquimedes), mas, segundo o filme, ele dará poder aos nazistas de mudar o curso da história. Como? Pra quê? Só assistindo ao filme.
Harrison Ford está ótimo como um Indiana pronto a entregar os pontos e pendurar a chuteira (ou, no caso, o chicote) mas nem tão enferrujado assim. Sua apadrinhada Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) e o outro sidekick são tão aliados quanto quase antagonistas, já que possuem a moral dúbia que quebra um pouco o maniqueísmo bem x mal presente nos filmes anteriores da franquia.
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Não há flashbacks piegas e as lembranças e memórias são mostradas nos diálogos e o famoso adágio de roteiro Show, don’t tell é invertido de forma inteligente e o filme te prende por ser carismático, divertido, supostamente histórico e simbolicamente místico, como convém aos filmes do herói. As cenas gatilho disparam sequências de batalha ótimas e refrescam a memória de cenas antológicas como uma presente em Indiana Jones e O Templo da Perdição (1984) ou fazem justiça poética em cenas em que os vilões (ou ao menos os antagonistas) fazem com Indiana o que ele fizera com inimigos em outros filmes da franquia (como ocorreu no filme Predadores e no mais recente O Predador: a Caçada).
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Não deixe de assistir a Indiana Jones e a Relíquia do Destino, que arrancou uma salva de palmas da plateia em sua pré-estreia em que tive o prazer de comparecer – atrasado, já que o trânsito até a Barra é barra! Mas o artefato de Arquimedes parece ter me ajudado a escrever esta crítica lisonjeira a vocês, otageekers. Se o filme vai fazer sucesso, só o tempo dirá. Alea Jacta Est!
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