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Attack on Titan | Precisamos falar sobre a Gabi
Gabi é uma das personagens mais importantes da última temporada de Attack on Titan, entretanto, ela não é uma das mais amadas. Longe disso, muitas vezes você a encontrará na primeira colocação das listas de personagens mais odiados.
Mas será que todo esse ódio se justifica? Já posso ouvir um uníssono “SIM!”, afinal, como se não fosse nada, ela tirou a vida de uma das personagens mais icônicas da série, que não só nos presenteou com cenas de ação de alto nível, como muitas vezes foi o pouco de alívio cômico que Attack on Titan nos ofereceu em meio à tensão, para o bem de nossas unhas.
Com todo respeito a nossa finada Sasha, a eterna garota batata, venho mostrar um outro ponto de vista: o da própria Gabi; quiçá, de qualquer um que estivesse em seu lugar.
“Guerra… a guerra nunca muda”
A ultima temporada de Attack on Titan nos apresentou a Gabi, uma criança-soldado cujo treinamento foi tão intenso quanto sua doutrinação para o mesmo objetivo: a guerra.
Já no campo de batalha, em meio à impiedosa invasão walldiana liderada por Eren, depois de encontrar o que sobrou do corpo de sua companheira Zofia, Gabi testemunha Sasha atirando com toda sua precisão, em dois dos guardas da Zona de Internação, que a protegiam.
Independentemente das boas desculpas que podemos levantar, para justificar esse cenário apocalíptico, na cabeça dessa criança treinada para guerra só há uma hipótese: os demônios da Ilha de Paradis chegaram.
Duas faces da mesma moeda
Fora as óbvias proximidades estéticas e personalistas entre Gabi e Eren, seus laços interpessoais e motivações ideológicas também estão em paralelo:
– Gabi odeia os walldianos, os tem como demônios e vê a mera existência desse povo como nefasta para a vida dos eldianos. Seu maior objetivo é exterminá-los.
– Eren, por sua vez, nutre ódio pelos titãs desde a idade da Gabi e também jurou exterminá-los. Quando descobriu a verdade sobre os titãs, redirecionou seu ódio para os eldianos.
Ambos tiveram suas cidades natais destruídas e viajaram para o país de seu inimigo, de modo a compreender como eles pensam e vivem, e assim perceber que os inimigos que eles odiavam, eram humanos normais, assim como eles.
Em relação a Mikasa e Falco, além do fato de ambos terem nascido no dia 10 de fevereiro, os dois desempenham o papel do apaixonado superprotetor em seus relacionamentos, ao ponto de quererem impedir que os arriscados sonhos de seus queridos companheiros, se tornem realidade:
– Mikasa não quis que Eren se juntasse ao Survey Corps, por medo de sua morte.
– Falco não quis que Gabi herdasse o Titã Blindado, por saber que o herdeiro teria seu tempo de vida drasticamente reduzido.
Nesse esforço quase-materno, eles têm o apoio de outras pessoas:
– Para Mikasa, essa pessoa era a Carla, mãe de Eren
– Para Falco, Reiner é quem desempenha tal papel.
Também existem semelhanças cruzadas entre Mikasa-Gabi e Falco-Eren:
– No caso de Mikasa e Gabi, ambas são as primeiras da classe e excelentes combatentes.
– O paralelo Eren-Falco, entretanto, é mais interessante: Gabi seria um Eren desde sempre talentoso, enquanto Falco seria uma Mikasa sem talento.
Se você odeia a Gabi… na verdade você concorda com a Gabi!
Finalmente, com tudo que já foi exposto, fica nítida a intenção provocativa do autor, pelo menos nessa altura do mangá: se você odeia a Gabi, tudo bem, não há nada de errado nisso… a não ser que você não odeie o outro lado também.
Mas não se preocupe, é natural que de inicio nutramos mágoa e ódio pela Gabi, o roteiro de Attack on Titan nos leva por esse caminho, justamente para pôr-nos na mesma situação em que ela se encontra emocionalmente, e essa é a origem desse ódio até então: o simples fato de termos acompanhado essa jornada titânica, a partir de um lado predeterminado da história.
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