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10 desenhos animados dos quais gostaríamos de ver o remake
Mestres do Universo: Salvando Eternia tem rendido assunto nas redes sociais e dividido o público. Eu francamente me pergunto se esse e outros desenhos do tipo fazem sentido pra quem não é quarentão e não viu a animação original nos anos 1980.
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Antes desse remake, rolaram duas outras versões do clássico nas telas, além da HQ da DC Comics. Sim, já houve até um crossover com o Superman, quando ainda se chamava Super-Homem no Brasil… pasmem.
Em 1990 surgiu ainda uma nova animação, apresentando uma nova saga: As Novas Aventuras de He-Man. E ela até chegou a ser exibida na Rede Globo junto com BraveStarr. A horrível continuação mostrava He-Man numa espécie de space opera onde Esqueleto comandava o que o desenho chamava de “mutantes”, os acólitos do vilão.
Já em 2002, outra animação, dessa vez mostrando um novo cânone, apareceu num estilo mais anime e com menos maniqueísmo do que suas antecessoras, já que conta a motivação de Esqueleto: ele é TIO de He-Man.
Isso mesmo! Com pele azul e orelhas élficas, num combate com seu meio-irmão, o rei de Eternia lança uma granada de ácido que é rebatida com um escudo instantâneo, o qual brota de seu bracelete. O irmão recalcado toma ácido na cara, cai cego e é resgatado por Homem-Fera, que monta um grifo. Anos depois, com Adam já quase na maioridade, seu tio volta com a cara que conhecemos.
Breaking Bad parece ter inaugurado uma safra de séries nas quais a maldade do vilão é questionada, assim como a bondade do herói. A nostálgica e contemporânea série Cobra Kai apresenta esse não maniqueísmo (como foi citado aqui), e mesmo a nova série dos Mestres do Universo quebra um pouco essa dicotomia bem versus mal.
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Muitos outros personagens e séries que tinham sido enterrados voltaram à vida nos últimos anos. Shang Chi, o Mestre do Kung Fu, está aí pra mostrar isso com seu novo filme e sua nova série em quadrinhos. ROM, o Cavaleiro do Espaço, também um personagem da Marvel dos anos 1980, foi comprado pela IDW e tem uma série mais recente (2016) em quadrinhos. Já Corrida Maluca, dos estúdios Hanna-Barbera, ganhou uma “versão Mad Max” pela DC Comics, lançada aqui pela Panini.
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Raça das Trevas, de Clive Barker, mesmo autor de Hellraiser, também conta com uma nova série em quadrinhos pela Boom Studios, a mesma responsável pela novas HQs de Kong (algumas desenhadas pelo brasileiro Carlos Magno), que deram origem ao seu novo filme e o crossover com Godzilla. O próprio Godzilla emplacou quatro animes entre 2017 e 2021.
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Dificilmente curto refilmagens, mas ainda vou postar aqui uma lista com filmes que acho que renderiam um bom remake. Mas desta vez, vamos a uma lista de animações dos anos 1980 que, assim como He-Man e os Mestres do Universo, mereciam um revival, e este poderia ser muito bem sucedido e bem-vindo. Vamos lá!
1. Caverna do Dragão
Esse desenho fez a cabeça de uma geração – e não é pra menos. A série foi baseada no antológico RPG Dungeons & Dragons (D&D para os íntimos) e o nome original do desenho era esse. Porém, embora o RPG não tivesse um cunho cômico, a série era descontraída e bem-humorada.
Não havia violência como seria de se esperar em um universo de fantasia medieval. Nada de eviscerações ou dragões incinerando personagens, embora houvesse um drama inerente tanto ao plot da série quanto a alguns episódios, como A Prisão sem Muros.
Cada um representava uma classe de personagem de D&D (embora nem todas estivessem ali representadas, como o Bardo, por exemplo): Hank, o líder, era um ranger; Sheila, a ruiva que se escondia através de um manto quando vestia o capuz, uma ladra.
Bobby era um guerreiro/bárbaro, ironicamente representado como uma criança; Eric também poderia se enquadrar nessa categoria e talvez até na de paladino, mas, em contrapartida, não tinha nenhuma moral, como seria de se esperar de um paladino, outra ironia do desenho.
Diana era uma monja, dada a sua disciplina em batalhas, como na Tradição Irmandade do Akasha, em Mago: A Ascenção. E por falar nisso, Presto era o mago, embora nunca conjurasse a coisa certa no momento oportuno. Algo como a personagem Crazy Jane, de Patrulha do Destino.
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Uni, a filhote de unicórnio, era o mascote, algo comum aos desenhos da época. Sempre que os heróis estavam prestes a se libertar, algo acontecia e os impedia – ou os compelia – de retornar. E Uni era frequentemente o motivo, já que Bobby se recusava a deixá-la. Fala sério… se você fosse uma criança e tivesse um unicórnio de estimação, iria querer voltar ao nosso mundo e assistir aula?
Mestre dos Magos era chamado Dungeon Master no original, mesmo nome do Mestre de Jogos (aquele que narra e joga os dados, para a sorte ou desespero dos jogadores) no sistema D&D. Vingador talvez pudesse ser enquadrado na categoria de warlock, dados os seus conjuros e sua aparência élfica. Mas não sou versado em D&D e deixo para os leitores a opinião nos comentários.
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Nossos amigos foram parar nesse mundo de fantasia medieval após terem entrado num brinquedo num parque de diversões. Foram a um trem-fantasma com curvas de montanha-russa e, quando se deram conta, estavam lá – perplexos – diante daquele mundo inóspito.
Nunca houve um desfecho para a saga – o derradeiro episódio, quando finalmente conseguiriam escapar e voltar pra casa. Mestre dos Magos dava dicas e sumia, como Batman faz com o Comissário Gordon, deixando os heróis a ver navios.
Uma especulação surgiu alegando que ele era, na verdade, um vilão ou até o próprio Vingador disfarçado, e seu intuito real era mantê-los presos naquele universo. Outros alegam que eles morreram no acidente do parque de diversões e aquilo é, na verdade, o inferno.
Seja como for, seria ótimo revê-los em uma nova versão mostrando o que aconteceu depois, com algum acontecimento fazendo-os retornar àquele mundo. Ou, quem sabe, um “último episódio” mostrando-os após escapar e cair em outro mundo, talvez ainda mais inóspito, com uma nova gama de aventuras à frente. Algo próximo do que ocorre no antigo game Out of this World (que foi relançado como Another World).
2. Os Caça-Fantasmas
Os Caça-Fantasmas sempre foi uma comédia, um terrir, mas alguns episódios eram realmente sombrios, evocavam o terror e davam angústia. Na verdade, os primeiros 78 episódios, escritos por J. Michael Straczynski, criador de Sense8 e Babylon 5, eram mais sombrios. Ele chegou a participar de Spiral Zone, mas abandonou após o primeiro roteiro por discordâncias e nem sei se o episódio foi ao ar.
No episódio 27, após uma missão em uma usina nuclear, eles se deparam com um fantasma que é uma geleia roxa, um condensado de ectoplasma que gruda no corpo do pescoço pra baixo por dias… ou até semanas. Não sei como eles urinavam e defecavam, mas o fato é que, depois de uns dias, brotaram um olho, uma orelha, uma boca e um nariz, um em cada um. Aquilo era o estágio de maturação de um fantasma, que depois se formaria ao unir as quatro partes.
Já o episódio 32 mostra um personagem branco feito cal, de olhos sem pupila, trajado em vestes negras e com um chapéu estiloso, o qual causa o apocalipse por tocar uma melodia numa flauta mágica, uma espécie de Flautista do Apocalipse. A única forma de impedir o apocalipse é abrindo um livro com um lacre sagrado. Ou talvez o abrir do livro tenha precipitado o apocalipse, não me lembro bem.
O livro só pode ser aberto em caso extremo e fica num monastério longínquo, habitado por uns monges de uma linhagem pouco conhecida. E embora o sotaque dos monges seja engraçado, o episódio é lúgubre e desesperançoso.
Os Caça-Fantasmas tem uma enxurrada de quadrinhos pela IDW (com direito a crossovers com Tartarugas Ninjas e Transformers) que nunca chegaram ao Brasil. Além do desenho original, uma nova animação, Os Novos Caça-Fantasmas (The Extreme Ghost-Busters), rolou em 1997, com direito a uma mina gótica especialista em ocultismo como personagem (Kyllie Griffin). Mas eu ainda imagino um remake mais sério e violento, como Afro Samurai ou Hellsing.
3. Spiral Zone
Em 2007, o Dr. James Bent rouba o protótipo de um ônibus espacial e lança uns Geradores de Fronteiras em metade da Terra. No original se chamam zonas, mas como no Brasil todo mundo iria maldar*, acharam por bem traduzir como Fronteiras.
*interpretar mal no sentido sexual, levando o termo a uma conotação obscena.
Toda a área ao redor da torre do gerador tinha sua atmosfera contaminada e, num raio de sei lá quantos quilômetros, todos os habitantes daquele local se tornavam zumbis aparvalhados e desenvolviam olhos amarelados e manchas vermelhas enormes, parecendo sarcoma de kaposi. Nos locais manchados, não cresciam pelos (cabelo, barba) e, frequentemente, as pessoas alteradas não mantinham a simetria bilateral.
Dr. James Bent (agora Overlord) e sua gangue mitridatizaram* os esporos através do antídoto desenvolvido por ele. Então, o agente patogênico que emanava do gerador só fazia efeito físico sobre eles, mas não afetava suas mentes. Deformados, porém mentalmente sãos, Bent e sua gangue formam colônias de descerebrados e o Calígula do apocalipse cria suas próprias ilhas do Dr. Moreau.
* imunizar(-se) contra um ou vários venenos.
Para combater Overlord e sua gangue, um esquadrão, os Zone Riders, é formado para invadir as fronteiras, destruir as torres, libertar a população e botar a gangue pra correr, o que faz alusão ao pensamento de massa sendo confrontado pela individuação. O líder usa uma Dynasphere, um veículo criado pelo Dr. J.H. Purves na década de 1930 e baseado em desenhos de Da Vinci onde a cabine é o interior da roda, e o mesmo foi utilizado pelo novo Lobo, dos Novos 52. O conceito da Fronteira foi repetida pelo filme Aniquilação (que parece A Cor que Caiu do Céu, de H. P. Lovecraft), que está na Netflix.
Não me lembro do nome desse desenho no Brasil. Se alguém descobrir, por favor, poste nos comentários. O desenho tinha uma temática obscura, como Inumanoides, e me admirei que passasse na Globo. Também como Inumanoides e Sectaurs, teve uma curta série em quadrinhos pela DC e foi criado por uma empresa de action figures, a Bandai. Uma repaginação de Spiral Zone poderia ser tão violenta e angustiante como o clássico Akira.
4. Thundercats
Quando o cataclisma destruiu Thundera, os Thundercats voaram pelados (eles estavam nus no primeiro episódio, embora não aparecessem suas genitais, lembram?) pelo universo até chegarem ao terceiro mundo. Ninguém sabe como o Panthro construiu a “Toca da Onça” e o Thundertank sozinho, mas um certo faraó nefasto deu uma volta no deus Anúbis na hora de pesar o coração e se tornou uma múmia saradona, com o Caduceu de Hermes tatuado no peito.
Lion é o Rei Arthur de uma espada que cresce quando ele gagueja o nome do desenho e carrega o Olho de Thundera, um artefato que se parece com um olho de gato e se abre conforme o crescer da espada, lançando um sinal no céu à la Batman. Isso gera o eriçar comum dos gatos no âmago de cada um dos personagens.
Cada um deles representava, obviamente, uma espécie de felino. Lion, um leão; Panthro, uma pantera negra; Tygra, um tigre; Cheetara, uma cheeta ou guepardo; WilyKit e WilyKat, um caracal e uma jaguatirica, respectivamente. Dois dos menores felinos são representados como duas crianças. Snarf, o mascote, não representava felino algum, e se alguém souber em que bicho ele foi inspirado, comente aqui, por favor.
Jaga, o mentor e mais velho, era o personagem que surgia de vez em quando como uma aparição (como o pai de Dexter, ou sua irmã na nova série New Blood). Os mutantes, Escamoso, Chacal e Abutre, são uma salamandra, um canídeo e uma ave necrófagos. Simiano, um símio, como o próprio nome indica, une-se a eles.
A segunda temporada apresenta mais três Thundercats: Pumyra, um puma (chamado no Brasil de sussuarana), Bengali (embora fosse Tygra que representasse o Tigre de Bengali e Bengali fosse o Tigre Branco) e Lynx, que é ironicamente cego, já que linces enxergam muito bem, assim como Tygra não sabe nadar e tigres nadam muito bem. Os Lunatacs eram os novos vilões, todos vindos de uma plêiade chamada Plun-Darr. Luna e Amok representam o conceito de Master-Blaster, repetido em várias obras da cultura pop.
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Thundercats teve algumas versões em quadrinhos. Uma delas, Cães de Guerra, da WildSorm, no estilo de Mestres do Universo: Salvando Eternia, mostra não apenas o que aconteceu depois, no Terceiro Mundo, mas também é bem mais realista e violenta do que o desenho animado. A animação já teve duas outras versões, uma em 2011 e a mais criticada em 2020, mas seria ótimo ver uma versão como a de Cães de Guerra nas telas.
5. SilverHawks
Não me lembro de nada da história nem dos personagens desse Thundercats genérico, só do guitarrista que atirava com os acordes do instrumento e do Snarf da série, que falava numa língua de assovios. Só o guitarrista o entendia, já que era músico. Aliás, a música de abertura do desenho e a voz de Mumm-Ra foram dois elementos que me fizeram gostar de heavy metal anos mais tarde.
Monstro Estelar, o vilão da série, era uma espécie de Mumm-Ra genérico e também tinha duas formas: no original, Moon-Star se tornava Mon-Star. Sua transformação se dava quando desviava a órbita da Estrela Limbo e se banhava com a energia do 15º Raio Que O Parta. O problema é que o raio não o partia, mas o tornava mais forte. Bom… o que não mata, fortalece.
Pergunto-me se a energia da estrela não era de alguma forma nociva até mesmo pra ele. Por exemplo, Warren Ellis (o roteirista de Transmetropolitan e do anime Castlevania) reescreveu o Universo Marvel em Ruínas: O Fim do Universo Marvel, mostrando que o Hulk adquirira um câncer devido à radiação gama.
Seria interessante ver o Monstro Estelar com um baita problema de saúde devido à exposição prolongada à Estrela Limbo e pedindo ajuda aos heróis para se curar. É claro que, depois de curado (herói não nega ajuda, pô! Nem pra vilão), ele os trairia. A série também teve a sua versão em quadrinhos em apenas sete edições.
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6. Inumanoides
Lançado em 1986 pela Hasbro, Inumanoides era um desenho pitoresco, obscuro, com pitadas lovecraftianas e muito mais focado nos vilões do que nos heróis. No episódio Cult of Darkness, um dos vilões é o avatar de uma igreja que transforma os fiéis em zumbis. A série teve 13 episódios e chegou a ter sua versão em quadrinhos da Marvel, mas foi cancelada com apenas quatro edições.
O que ninguém percebeu é que tratava-se de um desenho ecológico e não era aquele vexame de Capitão Planeta. Passava no SBT após o programa da apresentadora Mara Maravilha, se não me engano, e dividia o horário com Jem e As Hologramas (que teve até um filme em 2015 e virou um quadrinho da IDW).
A história? Três gigantescos seres primordiais que representam a obliteração dos reinos animal, vegetal e mineral foram presos há milênios pelos Mutors e os Magnakor. Os Mutors eram as outras duas “humanidades” da série: o povo árvore (os Redwoods) e o povo pedra (os Granites). Os Magnakor eram dois gêmeos que representavam os polos positivo e negativo da Terra.
Decompositor, um gigante com o crânio exposto semelhante ao de um dragão ou dinossauro, com as costelas também expostas e uma voz de vocalista de banda de Black Metal, tinha o poder de criar zumbis gigantes ao tocar nas pessoas ou animais e invariavelmente repetir a palavra “Decompor”. Aliás, esse era um dos melhores momentos do desenho! Decompositor foi preso pelos Redwoods em um cristal de âmbar.
Vegetal, uma planta ambulante, como seu nome no Brasil indicava (no original, Tendril), criava um novo corpo completo a partir de qualquer parte decepada. Ele não falava e era o único irracional dos três. Foi preso pelos Granites.
Metlar, que parecia um demônio gigante, liderava os três. Ele podia tirar bolas de lava de seu esôfago pra arremessar nos inimigos e dar vida a estátuas como o Cristo Redentor para criar golens. Foi preso pelos gêmeos Magnakor. Através de seu poder eletromagnético, um fica de cada lado (ou um na frente e outro atrás, não sei) de Metlar, que não pode escapar do círculo de energia.
Os heróis, os Earth Corps, eram um esquadrão estapafúrdio com “armas” de utilidade duvidosa e armaduras sem nenhum senso estético. Quase todos os diálogos eram gritados e o alívio cômico da série, o careca Auger, quebrava uma TV por dia, a cada episódio.
Tanto a estética quanto a falta de recurso técnico da época tornavam a animação bastante tosca, e talvez por isso ela não tenha feito sucesso. Ou talvez a maioria não tenha entendido a história. De qualquer forma, uma versão atual dos Inumanoides seria muito bem-vinda… muito mais grotesca e violenta que a original.
7. Sectaurs: Os Guerreiros de Symbion
Numa galáxia sei lá quão distante, o planeta Symbion se parece com a Terra e é habitado por humanos, como em toda distopia space opera futurista medieval. Querendo aperfeiçoar os genes e criar um mundo só de pessoas bonitas, os cientistas de Symbion geraram um cataclisma que o próprio desenho não sabia explicar se bioquímico ou nuclear.
Na época não se falava em genoma e as mutações eram causadas por radiação ou outra explicação pseudo-científica. Era muito engraçado ver, na abertura do desenho, o tentáculo brotando do tubo de ensaio explodindo. Toda a fauna no mundo morreu, sobrando apenas os insetos superdesenvolvidos. Perrengue pros humanos? Nada, porque agora não são mais humanos, mas miscigenações com insetos. Se você é um homem-barata, tem um elo empático com as baratas gigantes e pode usá-las como montaria, inclusive voadora.
A galera do bem era liderada pelo Príncipe Dargon (o He-Man de Symbion) e tinha os olhos de inseto azuis, com exceção de Mantor. Já os malvados tinham olhos vermelhos. Todos tinham antenas saindo do Ajna Chackra, menos o vilão Spidrax, o único que tinha seis olhos e montava uma aranha caranguejeira voadora(!). A HQ foi escrita pelo lendário Bill Mantlo, criador d’Os Micronautas e responsável pela “Saga da Encruzilhada” d’O Incrível Hulk.
Imaginem isso feito com a animação de hoje! Além de toda uma ambientação que revelasse muito do que não sabemos na série, poderíamos ver detalhes como a anatomia dos personagens e a taxonomia das espécies, como feito na HQ de Ultraman Tiga.
8. Os Cavaleiros da Luz Mágica
Num futuro sei lá quão distante, o planeta Terra sofre com catasclismas climáticos subsequentes e retorna ao período medieval. A galera do bem faz parte de uma guilda de cavaleiros que protege as cidades e seus aldeões. Já os malvados têm outra guilda, que saqueia e vilipendia os cidadãos desse novo velho mundo.
Um dia, surge um velho careca, cabeludo e barbudo, parecendo uma mistura de Mestre dos Magos com Saruman, de sugestivo nome Merklin (uma mistura de Merlin com Mercúrio). Ele chega pra galera do mal durante um concurso pra ver quem vai ser o clown do seu reino e oferece uma coisa: magia.
O alçapão se abre abaixo dele, como aconteceu com todos os anteriores que falharam no teste de divertir o líder dos cavaleiros do mal, mas sua bola de cristal permanece flutuando. O puxa-saco e alívio cômico da série, Mortdred, tenta pegá-la e ela mergulha junto a ele para o alçapão, onde constata que Merklin sumiu. Ele então vai até a galera do bem e conta que tentou oferecer uma arma a seus inimigos, mas que eles, burramente, não aceitaram.
O mago propõe então um jogo: após passar por uma rota repleta de ardis, cada um usa intuitivamente o que sabe fazer para se safar da intempérie que brotou em sua frente. Uma criatura, um abismo, paredes se fechando, um mergulho em apneia… ao fim do evento, cada um ganha uma pintura, seu totem pessoal, na frente de sua armadura, que pode sair em forma de luz quando o personagem se transforma no animal.
Assim, Merklin não colocou uns contra os outros, mas cada um contra si mesmo, e os obrigou a mostrar a todos o que realmente são, estampado em suas armaduras. No Brasil, o subtítulo se tornou o título, que em sua versão original é Visionaries: Knights of the Magical Light.
9. Jayce e os Guerreiros do Espaço
Quase não assistia a esse desenho e não me lembro da história, só era apaixonado pela ruivinha, Flora, que se comunicava com o peixe voador, Broc, assim como o guitarrista de SilverHawks com o da língua de assovios. Eu achava os heróis babacas demais, mas os vilões… outro exemplo da “moral do gado versus a consciência individual“.
Os heróis eram a Liga Relâmpago e pilotavam veículos estapafúrdios que justificavam o nome da equipe e da animação em inglês: Jayce and The Wheeled Warriors, os “Guerreiros Veiculados”, numa tradução livre. Em francês (sim, tratava-se de um anime francês), Jayce et Les Conquérants de La Lumière (Jayce e os Conquistadores da Luz).
Os vilões eram plantas humanas e inteligentes, os Monsters Minds (no Brasil, Monstroides), todos interligados por uma inteligência central (o Saw Boss) e mesclados com melhoramentos bélicos de alta tecnologia. Trocando em miúdos, eram carros-que-viravam-robô-plantas, como se o Monstro do Pântano, quando foi violentado por uma máquina na edição #16, Loving the Alien, tivesse parido essas coisas.
Os personagens, principalmente os vilões, à exceção do líder, eram até ridículos se olharmos com uma visão atual. Uma repaginação no visual das máquinas seria oportuna, sem aquela “carinha de mau” estampada em seus capôs.
10. Galaxy Rangers
Em 2086, a Liga dos Planetas cria o Bureau de Assuntos Extra-Terrestres (B.E.T.A. Bureau for Extra-Terrestrial Affairs), e os Cavaleiros da Galáxia são os caubóis-xerifes do universo. É uma mistura de faroeste com space opera, assim como BraveStarr, mas bem mais interessante.
Capitão Zachary Foxx, o líder, tinha dois implantes: um no braço esquerdo e outro na perna direita. O braço dava soco biônico e virava um canhão, se me lembro bem. Walter Hartford era o hacker que entendia a língua dos computadores e se comunicava com eles através de um holograma púrpura de um losango na palma da mão.
Shane Gooseman, o Goose, era o fanfarrão e alívio cômico da série: um metamorfo cujo corpo se transforma para se adaptar biologicamente a um meio ambiente. Goose simplesmente se tornava um espécime daquele planeta e seu ecossistema. Niko era a telepata da galera. O episódio da colmeia de insetos gigantes é angustiante: Niko capta a frequência da rainha, que ordena que todos os seus súditos artrópodes parem de atacar o quarteto.
Ao contrário de outros que citei aqui, nem a estética nem a animação deixavam a desejar. A representatividade do personagem negro, Walter Hartford, como um cientista é ótima, coisa que não se via muito na época. Não precisaria mudar muita coisa, salvo conter um pouco mais de violência (leia-se sangue, como ocorre em Mestres do Universo).
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A lista ficou sensacional… só não perfeita porque faltou mencionar Zillion (1987), que poderia ter entrado ao menos como “bônus”, se não quisessem fazer 11 colocações. Zillion fez muito mais sucesso que os mencionados Sectaurs e Inumanoides. O anime ganhou alguns prêmios naquele, incluindo melhores personagens masculino (J.J.) e feminino (Apple). Mesmo assim, parabéns pela matéria; alguns desses clássicos estou tentando lembrar o nome “há décadas”, rsrs.
Valeu, querido! Outro leitor, no Facebook, mencionou Centurions. Outro leitor também não lembrava alguns nomes e elogiou o artigo por isso também.
A verdade é que eu não gostava de nenhum dos dois desenhos. Não é que eu não queria fazer 11. Na verdade, não tinha uma estimativa exata de quantos desenhos iria fazer.
Zillion fez, sim, muito mais sucesso que Sectaurs e Inumanoides. mas a seleção não foi feita pelo sucesso atingido, mas sim pela qualidade das histórias. Fico feliz que tenha gostado. Compareça sempre.
Opa, curti Centurions também… E sim, foi uma época de ouro… ainda resgatei da memória o Galtar e a Lança Dourada, Pole Position, Seis Biônicos, Brave Starr, Defensores da Terra (aquele com Fantasma, Mandrake, Flash Gordon e Lothar), o antiquíssimo Fantomas – o Guerreiro da Justiça, além de Hanna-Barbera que sozinhos formam uma categoria em si.
Nooossa! Os Seis Biônicos – puxou do fundo do sarcófago do Mumm-Ra! Fantomas virou até nome de banda, com Mike Patton.
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