Você é a Cara da Morte: Contos de The Umbrella Academy 

Com a chegada da terceira temporada na Netflix, The Umbrella Academy traz a família de super heróis mais disfuncional, tentando salvar o mundo de um novo apocalipse. Mas antes de ser uma das séries mais populares do streaming, o seu material original vem dos quadrinhos criados Gerard Way (vocalista do My Chemical Romance) Gabriel Bá. Mas também não estamos aqui para analisarmos os quadrinhos em si, mas um spin off criado pelos autores, focados em Klaus, ou Número 4.

Capa do Quadrinho, com Klaus no centro e uma rua de Hollywood ao fundo nos tons de preto e laranja,com drogas em verde voando ao seu redor

Você é a Cara da Morte: Contos de The Umbrella Academy é o primeiro spin off dentro do universo Umbrella, que aqui no Brasil está sendo distribuído pela Devir, e é uma ótima pedida para quem quer explorar uma pouco mais a fundo deste personagem adorado por muitos.

Sinopse

Klaus está com dezoito anos. Depois de muita rebeldia adolescente ele acabou sendo expulso da Umbrella Academy por seu pai, o Sr. Hargreeves. Sem o dinheiro de sua mesada e sem perspectivas, o jovem herói decide relaxar usando as substâncias ilícitas que “pegou” de um grande traficante (que é um macaco vampiro, o que aparentemente é algo extremamente normal nesse universo).Vendo que precisa ir a um lugar onde seus talentos macabros serão reconhecidos, ele acaba indo parar em Hollywood.

Na capital do entretenimento, Klaus conhece uma atriz que fará uso de seus dons em troca de tudo o que ele sempre quis(ou seja, mais substancias ilícitas). O que será que acontece com ele?

Diferenças com a série

Como disse previamente, não estaremos discutindo o arco principal da Hq, que é o material original da série que muitos conhecem, e sim um spin off centrado no Klaus. Mas ainda assim, já nas primeiras paginas podemos ver algumas diferenças relacionadas ao material do Streaming.

Primeira coisa que se nota é algumas diferenças físicas em relação aos personagens, que não são tão problemáticas, mas que pode se ver de diferente, é que eles usam mais o apelidos, do que os nomes, em algumas cenas podemos ver claramente Klaus chamando os irmão pelas suas alcunhas, como SpaceBoy, Rumor e Kraken.

Parte do quadrinho que mostra Klaus sendo encontrado por Space boy na despensa

Outra coisa que podemos ver é que aparentemente existia algumas pessoas a mais na casa, não apenas a Grace (empregada/ mãe/ android) e o Pogo(que é um macaco super inteligente, e tem pinta mordomo). Podemos ver claramente que haviam seguranças e outras pessoas que moravam no local.

Primeira pagina, mostra Klaus sendo expulso da mansão pelo pai.

A casa também é diferente, sendo uma mansão no meio de um campo, e não um prédio no meio da cidade. O que é bem interessante, é que vemos alguns outros lugares do local, como uma sala de aula, e uma garagem/ oficina (lugares que me perguntava que existia naquele prédio).

Klaus

O personagem Klaus é muito conhecido por suas excentricidades, uma maneira única de ver o mundo, e por sua habilidade de falar com espíritos. Esse jeito sem padrão dele, faz com que seja muito relacionável com o leitor, e que também tenha confusões que vão além desse plano (literalmente ele se mete em cada uma).

Nessa Hq em questão não vemos apenas coisas hilárias que o personagem se mete, mas também o desenvolvimento do rapaz, que nos guia numa jornada que fala sobre solidão, abandono, abuso de poder, e até uma reflexão sobre a morte.

Robert Sheehan como Klaus e o Klaus dos quadrinhos

A morte na verdade é um dos temas centrais quando falamos do Klaus, já que seu poder não é apenas conversar e ver espíritos, e sim também canalizar essas almas, uma coisa que extremamente explorada pelo roteiro, através da personagem Vivian, uma atriz que não mede muitos esforços quando falamos do voltar ao estrelato.

É por conta desse poder também que Klaus utiliza de substancias ilícitas (Drogas, muitas drogas), que difere um pouco do que vemos na série, já que lá ele usa como um meio não ver os espíritos, e nesse quadrinho vimos que ele usa para ter uma experiencia quase morte e ir para o Vazio, que irei explicar mais na frente.

Hollywood

Aqui vemos uma Hollywood um pouquinho diferente, ainda com o seu glamour, mas com um lado mais obscuro que é retratado de maneira bem leve, e compreensível. A cidade é viva e tem os seus monstros, deuses, e um submundo cheio de vampiros.

Quando falamos de Hollywood, falamos também da sétima arte e da fama. E os autores souberam muito bem como fazer uma crítica nesse assunto. No arco Vivian e Klaus, vemos uma atriz querendo voltar aos seus dias de gloria, e usando o poder de canalização do rapaz para trazer atrizes e atores do passado para conseguir seus papeis, infelizmente ela não aparenta ter um pingo de talento quando está sozinha, fora que é literalmente um monstro.

Placa de Hollywood

O seu pequeno panteão de deuses, com quem o Klaus acaba metendo, de uma maneira muito aleatória, mas muito plausível já que estamos falando do número 4, são os que cuidam para que tudo saia em ordem, e uma pequena oferenda, é uma maneira que vemos isso de tentar conseguir o famoso estrelato.

O submundo dos vampiros é mostrado no arco do senhor Calafrio, o traficante macaco e vampiro, que Klaus havia roubado antes de ir para Hollywood. Ele já tinha um interesse particular nos poderes do rapaz e vai atrás dele em busca não apenas do se dinheiro. Durante sua parte da história vemos uma cidade controlada por vampiros (que não sabem se divertir), que querem recuperar o território que perderam para Calafrio.

Vazio

O Vazio é um local para onde as almas vão esperar que seu destino seja decidido. E no caso de Klaus é para onde ele vai para quando esta em experiências quase morte (quando ele tem overdoses, na maioria das vezes)

É no Vazio que Klaus conhece Lyle, uma figura que acaba passando de figura secundaria, ao motivo do plot twist arquitetado pelo rapaz. Lyle é um escritor que morreu, e que levou uma vida que se arrepende muito, e enquanto espera seu julgamento no bar do Vazio (sim, temos um bar). Ele é quem aconselha e ajuda Klaus entender tudo o que está acontecendo ao seu redor.

Conclusão

Com uma ambientação muito bem-feita, e com a aleatoriedade, o quadrinho pode se conectar como leitor de maneira bem fácil, pois não apenas representa muito bem o que seria uma Hq do Klaus, como também mostra como algo rotineiro pode terminar de forma espetacular.

Você é a Cara da Morte: Contos de The Umbrella Academy, tem um enredo intricado que te leva por uma viagem do começo ao fim, sem deixar ponta soltas e dando a profundidade devida não penas ao seu personagem principal, como também aos secundários, mostrando que todos têm seu o papel nessa vida, ou após ela.

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