Uma Baía | Documentário estreia amanhã nos cinemas

Vencedor dos prêmios de melhor direção e melhor montagem no Festival do Rio, o filme documenta, em oito fábulas visuais, trabalhadores em suas jornadas pela sobrevivência na Baía de Guanabara.

Murilo Salles diz que UMA BAÍA é um filme difícil de ser sintetizado: “Em nossa primeira versão, o filme tinha sete horas e 20 minutos. Eram oito documentários em suas acepções clássicas. Foi uma inquietação que nos levou a querer fazer um exercício para descobrir no material suas essências poéticas. Depois de um trabalho obsessivo de busca por “imagens” e “sons” que carregassem esse poder de concentração simbólica, nasceram as oito fábulas”.

A Baía de Guanabara é talvez o maior símbolo das contradições do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo acolhedora e violenta, bela e assustadora, rica e pobre. Mas foi ao redor dessa baía que a cidade nasceu e cresceu.

Uma Baia Mauricio Salles
UMA BAÍA _ Sua Beleza e sua tristeza – Vista da Ilha do Governador

Quando vemos o catador de mexilhões em ação no fundo da baía; ou o personagem (quase ausente) que monta um hidroavião com entulhos como latas de cerveja, garrafas pet e pedaços de isopor, ironicamente dialogando com a obra de Rauschenberg; quando vemos um ‘faz-tudo’ prisioneiro em sua própria comunidade, que escapa à noite, pescando silenciosamente na baía. Por fim, os estivadores cochilando em redes esperando seu turno, nesta enorme Oca, que é o armazém do cais 18. Esses personagens são todos descendentes dos índios Tupinambás-Tamoios que aqui viviam quando os franceses vinham ‘extrair’ o “pau-brasil”. Os índios cortavam as árvores e carregavam as toras, enchendo os navios.

Qual a diferença entre um Tupinambá que carregava madeira para as caravelas e um estivador que arcaicamente enche navios com limalha de ferro para a China? Entre o catador de caranguejos hoje, e 500 anos atrás? Da vida que agora levam os quilombolas, e a que levavam seus antepassados?

UMA BAÍA é uma viagem aos lugares originais da baía de Guanabara, testemunha silenciosa, há cinco séculos, de um processo de intensa degradação que afeta diariamente a existência de seus trabalhadores.

Salas de Cinema que estreiam o filme amanhã, 18 de abril:

Aracajú _ Cine Vitória

Belo Horizonte _ UNA Cine Belas Artes

Brasília _ Liberty Mall

Fortaleza _ Cineteatro São Luíz

Maceió _ Cine Arte Pajuçara

Niterói _ Cine Reserva Cultural

Palmas _ Cine Cultura Palmas

Porto Alegre _ Cine Bancários

Porto Alegre _ Espaço de Cinema Bourbon Country

Recife _ Cine Fundação – Porto

Rio de Janeiro _ Estação Net Rio

Salvador _ Cine Glauber Rocha

São Luís _ Cine Lume

São Paulo _ Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca

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Erick Gomes
Erick Gomes

Jornalista e produtor audiovisual, apaixonado por cinema, cultura e por histórias de pessoas.

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