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Crítica | A sensação angustiante e tensa do filme “Tempo”
Tempo. O que é o tempo mesmo? Um conceito, uma maneira de contar a vida, uma forma de nos fazer ver sentido nesse intervalo entre o primeiro e o último suspiro humano. Mas o que aconteceria se esse conceito, há muito forjado, simplesmente deixasse de ser como nós o conhecemos? Se ele passasse mais rápido?
Tempo é o título do novo filme da Universal Pictures, que estreia nos cinemas no dia 29/07. Tem por diretor e roteirista M. Night Shyamalan, foi produzido por M. Night Shyamalan, Ashwin Rajan, Marc Bienstock e escrito por Pierre-Oscar Lévy e Frederik Peeters. Arrepiante, envolvente, complexo e, claro, cheio de surpresas, o novo filme da Universal Pictures promete tirar o fôlego e levar o espectador a roer as unhas do começo ao fim.
Viver e morrer na praia?
Tempo. Esse é o conceito com o qual o novo filme da Universal Pictures brinca. De um jeito arrojado e envolvente, o filme se baseia na concepção de tempo para nos trazer um jeito diferente de fazer ficção científica. Com um suspense de prender a atenção, os espectadores são atraídos para essa trama, que se passa em uma ilha diferente, onde a noção de tempo como a conhecemos é desafiada e vencida.
Três famílias e um cantor, por indicação do gerente do resort em que estão hospedados, vão a uma paradisíaca ilha para relaxar, mas logo percebem que lá o tempo passa mais rápido. As crianças se tornam adultas em questão de horas e os adultos definham… não conseguem sair. Qual o mistério que envolve a ilha? Como fazer para não morrer com o tempo tão acelerado?
O filme nos leva direto para o medo que, como humanos, sentimos: o medo da morte. Mostra que a vida tem fim, que o amadurecer não é só questão de tempo, mas também de experiências vividas, que as conversas, risos e momentos felizes são mais importantes que materialidades.
Tempo (Old) pontua várias questões sociais, entre elas a ditadura da beleza, o bloqueio do orgulho, a maternidade indesejada e o tabu da infância. Pontos que são relevantes e pautas atuais.
A narrativa de ficção científica não é abordada logo de cara. É algo construído aos poucos, que os personagens começam a descobrir conforme a história se desenrola. O motivo pelo qual ficam presos na praia paradisíaca e o porquê de eles terem sido escolhidos para ir à ilha, para começar, são pontos que os personagens percebem conforme o tempo passa.
Há pontos que poderiam ter sido melhor explicados, principalmente após o plot twist ao final da narrativa. Mas, em geral, a história é cativante, magnética e sedutora.
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A corrida contra o tempo em cada cena
O jogo de câmeras durante o filme deixa toda a história mais eletrizante. O diretor faz questão de não mostrar algumas coisas, deixar subentendido, permitindo assim que a imaginação do espectador se aflore e as emoções fiquem à flor da pele.
A fotografia clara do filme não impõe medo, ao contrário do que o trailer parece demonstrar, mas a escolha da trilha sonora foi muito bem feita, e é ela quem nos traz arrepios durante o longa-metragem.
A trilha sonora é bem típica de suspense mesmo, com notas que aceleram o coração e fazem perceber que algo está para acontecer. O filme é claro, passando-se durante o dia em sua maior parte, mas quando cai a noite, a iluminação é usada para causar medo. O jogo de luzes mostra apenas partes, deixando espaço para a imaginação de quem está assistindo.
A sensação no estômago, que não nos deixa tirar os olhos da tela, é feita pelo jogo noite e dia e pela angústia que o passar das horas causa em cada um dos personagens. O suspense do dia se dá pelo medo de não conseguir sair, enquanto o terror da noite ocorre pelo medo do desconhecido, misturado com a aceitação da morte. A cada nova cena, o jogo de câmera muda, ajudando na angústia do espectador para ver o final da narrativa.
Considerações Finais
O filme não é enorme. Em pouco mais de uma hora e meia, saímos do cinema com a cabeça cheia de questionamentos intrigantes sobre as incertezas da vida e como é importante valorizar as relações sociais que temos.
Nos momentos finais do longa, o diretor nos faz questionar o quão longe vamos para alcançar objetivos. De uma forma sutil, mas certeira, o conjunto final do jogo de câmera, a trilha sonora e a narrativa angustiante aumentam a tensão do começo ao fim.
Escrito por Lintheane Da Silva Martins
Confira o trailer do filme “Tempo”, da Universal Pictures.
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