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Precisamos Conhecer e Consumir Mais Filmes Nacionais
A proposta inicial deste texto era elencar os motivos pelos quais milhares ou talvez milhões de brasileiros não gostem ou possuam uma imagem negativa de filmes nacionais. Posteriormente, eu iria destacar sua importância, apresentando algumas obras que foram até mesmo premiadas fora do país, como por exemplo O Lobo atrás da Porta.
Deste modo, foi lógico que eu começasse pesquisando os tipos de longas brasileiros.
E foi neste momento que realizei uma autocrítica: há centenas de obras nacionais dos mais diversos gêneros que eu desconhecia. Estou tão acostumada a apenas ver em maior evidência propagandas de filmes de comédia (inclusive gosto de poucos, tanto nacionais quanto internacionais), que ficou fixado na minha mente que a maior parte das produções brasileiras são de humor, sem nem mesmo pesquisar outros estilos.
Portanto, decidir buscar conhecer e consumir mais essas produções para uma melhor autoridade ao escrever sobre a temática e desconstruir esta visão negativa sobre os filmes nacionais.
Para começar, por que não comentar e indicar um que vi recentemente, O Tempo e o Vento?
O filme é baseado na série de livros do Ilustre escritor brasileiro Érico Veríssimo, com direção de Jayme Monjardim e elenco composto por rostos conhecidos da dramaturgia brasileira, como Thiago Lacerda, Cléo Pires, Fernanda Montenegro e Marjorie Estiano.
A história é narrada por uma senhora idosa chamada Bibiana, que ao receber a visita de seu falecido esposo relembra como foi a formação da família Terra Cambará. Enquanto isso, do lado de fora há um confronto entre a sua família e a dos Amaral. Em meio a essas lembranças, temos mais de 150 anos de histórias de paixões e tragédias entremeadas por guerras históricas brasileiras ocorridas no Rio Grande do Sul.
A obra não agradou muito os críticos e foram ressaltadas várias falhas, bem como destacados pontos positivos formidáveis, ao exemplo das paisagens e cenários. Que fotografia! O figurino também era esplêndido, assim como muitas atuações, em particular a de Fernanda Montenegro (versão idosa de Bibiana).
Ao invés de focar nas críticas, optarei por contar como foi minha experiência ao assisti-lo, em particular por ser leitora da primeira obra literária,que foca na personagem Ana Terra e termina, se não me falha a memória, com o nascimento de Bibiana.
As personagens femininas
O filme, como sempre, não segue fielmente o livro, mas ainda assim me fez recordar pontos-chave dele mesmo depois de uma década após a leitura do mesmo. Nos primeiros 60 minutos tinha muito sobre Ana Terra, em particular o elemento vento, que era sempre evidente visualmente em momentos específicos.
“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando”
“Noite de vento, noite dos mortos…”
Outro aspecto que aparece na sutileza é uma particularidade sobre as mulheres da família Terra Cambará: quantas circunstâncias difíceis e até mesmo cruéis tinham de passar pela vida. Ana terra, ao fazer o parto da nora e ver que era uma menina, diz:
“Mais uma para trabalhar, fiar e esperar… Que Deus tenha piedade dela!”
E como vemos, a vida dessa bebê em idade adulta não foi nada fácil e ela sofreu muitas perdas. Porém, parece Deus ter ouvido o apelo de Ana Terra no que se refere às próximas mulheres que nasceriam na família, impedindo que elas vivenciassem tantas provações como suas antecessoras o fizeram.
Fragmentos de conflitos históricos brasileiros
Há pouco foco nas guerras que estavam a ocorrer durante os quase dois séculos nos quais se perpassa a narrativa. Entretanto, ainda assim me recordei das aulas de história sobre os conflitos do Rio Grande do Sul, em especial a denominada Revolução Farroupilha.
Por fim, esse texto poderia render mais e mais parágrafos sobre a obra, mas não quero estragar sua emoção em ver o filme. Posso dizer que as mesmas falhas frisadas pela crítica também foram as minhas, contudo, ainda assim o filme conseguiu me manter atenta do início ao final, e até me afeiçoei aos personagens e chorei em certos momentos.
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Por fim…
Deste modo, eu gostaria de destacar o que aprendi com esta autoavaliação sobre meu julgamento em relação aos filmes nacionais:
- Primeiramente, não há como julgar quando não se assistiu um amplo repertório de produções dos mais diversos gêneros.
- Não se deve comparar longas brasileiros com os hollywoodianos, pois os incentivos, investimentos e recursos técnicos para obras cinematográficas no Brasil são muito inferiores aos dos Estado Unidos.
- Mesmo com baixos orçamentos, os filmes brasileiros não somente agradam como possuem alto valor, sendo até premiados em países estrangeiros.
- E por último, as produções nacionais trazem traços e fragmentos do povo brasileiro, seja retratando questões históricas, sociais ou culturais.
[…] Elétrico, então é uma obra que merece um olhar com atenção, assim como qualquer outra produção nacional merece ser valorizada. O nome do filme vem do poema de mesmo nome, que celebra a diversidade de […]
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