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Snyder Cut | A origem do Superman em ‘O Homem de Aço’
Após exatos oito anos do início da era do diretor Zack Snyder no universo compartilhado dos heróis da DC nos cinemas, toda a sua visão, de fato, está chegando ao fim. Com isso, lembrar como tudo começou e como O Homem de Aço impactou – positivamente ou negativamente – a cultura pop é interessante de analisar.
Então, vamos entender essa história.
Pois bem, desde o Superman – O Filme (1978), vivido por Christopher Reeve, o maior super-herói da DC não caia nas graças do público nos cinemas. Mesmo que em Superman – O Retorno (2006) o longa tente se inspirar na clássica adaptação do herói, o filme acabou não agradando o grande público, arrecadando um pouco mais de U $300 milhões de dólares.
Eis que dentro da Warner Bros. o jovem diretor de uma visão muito particular, emplacava dois grandes sucessos baseados em quadrinhos. Em 2006, Zack Snyder teve o primeiro grande desafio da sua carreira quando aceitou adaptar as histórias de Frank Miller para as telonas. O filme 300 impressionou não só pelas suas cenas de ação, mas pela fidelidade ao material original e por toda ideia visual que Snyder trouxe para seu filme.
Três anos mais tarde, Snyder teve o seu segundo desafio, adaptar um dos maiores quadrinhos de todos os tempos. História escrita por Alan Moore, Watchmen chegou aos cinemas em 2009, sendo um grande sucesso perante a crítica, mas com uma baixa bilheteria mundial.
Como se iniciou O Homem de Aço
Em 2012 se encerra a trilogia de maior sucesso da DC nos cinemas: O Cavaleiro das Trevas. Christopher Nolan foi o responsável por essa nova visão mais “pé no chão” do herói. Lá ele entrega três grandes filmes e uma das performances mais impactantes de todos os tempos: a de Heath Ledger como Coringa.
Pois bem, após o aposento do Batman, Nolan foi a primeira escolha para adaptar, agora, o Superman para os cinemas. O diretor não aceitou, mas acabou entrando como produtor do projeto. Com isso, o outro badalado do estúdio ficou por conta de ditar essa nova etapa da DC nos cinemas: Zack Snyder.
Com o reboot a todo vapor em sua pré-produção, a maior curiosidade dos fãs era quem iria interpretar o maior herói da DC nos cinemas. O até então desconhecido, Henry Cavill foi o escolhido para vestir o manto do Super Kriptoniano.
Sendo nada conhecido do grande público, a produção, assim, optou por trazer grandes atores para compor o restante do elenco: Kevin Costner (Jonatham Kent), Russell Crowe ( Jor-El), Amy Adams (Lois Lane), Laurence Fishburne (Perry), Michael Shannon (general Zod) e Diane Lane (Martha Kent) são alguns desses nomes.
As primeiras imagens de O Homem de Aço
Bem, assim que as primeiras imagens do filme foram sendo disponibilizadas, pensamentos positivos e negativos foram surgindo por parte dos fãs. Logo de início ficou claro que Zack Snyder iria mudar muita coisa em relação ao que já tínhamos visto do Superman nas telonas e até na TV.
Aqui, o Superman vinha com um “ar” mais sombrio e um aspecto menos virtuoso. Isso já era claro no rosto do herói e na cor menos vibrante de seu uniforme, ditando toda a visão que Snyder viria a ter do Superman. Além de um corpo bem mais “parrudo”, trazendo a ideia de superioridade e intocabilidade que o herói tinha em relação ao resto da humanidade.
Outro ponto que confirmava esse argumento era o de retirar a clássica cueca por cima das calças do herói. Ou seja, qualquer tipo de “piada” e ingenuidade que poderia surgir em relação a adaptação foi totalmente descartada pela visão do diretor.
O filme é bom?
Bem, Zack Snyder acerta e peca na mesma medida nessa adaptação. Ter uma visão mais sombria e realista não é o problema! Pois, se pararmos para analisar, o Superman é um alienígena que poderia facilmente ser um ditador, ou pior, destruir a Terra num estalar de dedos.
Mas, como todos nós sabemos, ele decide estar entre nós e, além de proteger o nosso planeta dos possíveis vilões, ele opta em ter uma vida comum como Clark Kent, ou seja, ter um emprego, um amor e uma família.
Entretanto, o problema maior nesse filme está em como ele lida com toda essa situação. Há inúmeros momentos em que as atitudes do Clark soam um tanto quanto questionáveis.
Vamos lá:
- A morte de Jonathan Kent
Mesmo que seu pai busque te esconder com o intuito de te proteger de todo o mal que o mundo possa vir a te causar, deixá-lo morrer tendo a possibilidade de salvá-lo seria a última escolha a se fazer, não é mesmo?
Apesar de a cena ser triste, emocionante, linda de se ver e jogar ao Clark uma ideia de impotência em relação aos seus atos, ele ainda assim é o Superman! O ser mais poderoso da face da Terra.
- Não há quase nada de Clark Kent
Uma das maiores dificuldades em adaptar histórias de grandes poderosos nos cinemas é como transmitir um certo humanismo ao personagem, para que a empatia surja por parte de quem está assistindo. Pois, adaptar arcos como do Batman, Homem-Aranha ou até mesmo dos X-Men acaba sendo mais fácil, pelo simples motivo de ser mais plausível estarmos na mesma situação que eles.
Eu digo isso, pois, esse Superman acaba estando muito distante de nós. Ele é apenas o Super, o protetor, ou ainda mais, ele é um Deus. Não digo que essa ideia seja totalmente ruim, mas ver Clark vivendo a vida longe das grandes batalhas seria super legal de acompanhar.
- O beijo no meio da destruição de Metropolis
Definitivamente eu não consigo entender essa cena. Ok, Lois é o amor do Superman e ele conseguiu derrotar o seu arqui-inimigo do filme. Mas, se não toda, boa parte de Metrópolis foi destruída e, com isso muita, mas muita gente morreu. E é nessa hora que o Superman se distancia ainda mais de nós.
Não há como negar que essa escolha do Snyder soa um tanto quanto errada. Pois, o Superman é acima de tudo esperança – aliás o símbolo do S em seu peito diz isso, não é mesmo Snyder! – e por esse final temos a sensação de um herói incapaz de sentir empatia por todos aqueles que acreditavam na esperança de tê-lo como salvador da Terra.
Mas preciso confessar que ele acerta e muito em outras decisões:
- Planeta Krypton
Bem, muitos reclamam da longa duração que foi esse momento. Mas conhecer pela primeira vez Krypton e como funciona esse planeta acabou sendo interessantíssimo e muito empolgante.
Além do mais, tivemos a oportunidade de ver por mais tempo Russell Crowe interpretando magistralmente Jor-El no filme.
- As cenas de ação
Uma das maiores qualidades de Zack Snyder está em filmar grandes cenas de ação. Aqui em Homem de Aço não foi diferente! Goste ou não, as batalhas são empolgantes, grandiosas e executadas com o máximo capricho pelo diretor.
Além do mais, um dos melhores momentos do filme se encontram no primeiro voo do Superman. Com a trilha sonora de Han Zimmer, Snyder executa com muito cuidado, tornando esse momento tão grandioso como deveria ser.
- Superman agora Mata!
Outra decisão polêmica foi em relação à morte do Zod. Particularmente, não me incomodou o fato do Superman assassinar Zod. Isso porque a vilania do personagem foi exposta na trama e vimos que Zod só pararia se, de fato, a Terra se tornasse a nova Krypton.
Além do mais, essa cena é impactante e nos mostra que Zack Snyder tinha seus próprios planos quanto a personalidade e decisões que o Superman viria a ter nesse universo.
Pois bem, dessa forma se iniciava a era Zack Snyder e o universo compartilhado da DC nos cinemas. Com alguns erros, que infelizmente nós não podemos negar, mas com inúmeros acertos e uma ótima porta de entrada para o que viria a seguir.
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