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Resenha | A Batalha dos Mortos – Livro 2 (As Crônicas dos Mortos)
“A batalha dos mortos” é o segundo volume da série “As crônicas dos mortos” e dá continuidade a todo o universo zumbi criado por Rodrigo de Oliveira. Esse livro se inicia quase um ano após a aproximação do planeta Absinto da Terra, fato que causou todo o apocalipse.
Atenção! Se você ainda não leu a resenha do primeiro livro, evite spoilers:
Resenha | O vale dos mortos – Livro 1 (As crônicas dos mortos)
“E naqueles dias, os seres eliminados como couraças de ferro; e o ruído das suas asas como o ruído dos carros, quando muitos cavalos correm ao combate.” Apocalipse (9: 9) – A visão da guerra
Depois de quase um ano tentando sobreviver a todo o caos que se instaurou na Terra, Ivan e Estela têm um plano ambicioso: formar uma pequena colônia de sobreviventes dentro de um condomínio. O intuito de Ivan é juntar o maior número de sobreviventes possível para que a raça humana volte a prosperar com o máximo de condições viáveis naquele mundo dominado pelos mortos.
Nesse volume, Rodrigo vai explorar o sobrenatural, afinal, estamos falando de zumbis. Porém, aqui existem criaturas muito diferentes (naquela pegada Resident Evil). Inclusive, o foco nem é tanto nos zumbis, pois aqueles sobreviventes aprenderam a lidar com os mortos-vivos dia após dia, embora nem mesmo aqueles seres tenham escapado da evolução da espécie. Aqui Rodrigo nos mostra outro monstro que convive lado a lado com eles: o próprio homem.
Em um mundo onde a única regra é sobreviver, damos um pulo em Taubaté, onde se encontra uma penitenciária que guarda indivíduos de alta periculosidade. Eles, de alguma forma, sobreviveram àquela catástrofe e formaram uma colônia contendo suas próprias regras, sendo esta comandada por um ditador. É nesse momento que duas personagens muito importantes entram na história para abalar ainda mais esse mundo feito de novas normas (ou ausência delas): Isabel e Jezebel.
“A batalha dos mortos” vai alternar entre os pontos de vista de outros personagens além de Ivan e Estela, passando por onde os presidiários agora governam e pela vida de Isabel e Jezebel no passado. Agora Isabel narrará como é viver sob a mira de um ditador sanguinário e sem nenhum escrúpulo, cujo nome é Emmanuel. Ela, assim como os demais, não aguenta mais viver sob constante ameaça. Assim sendo, a mulher reúne um grupo de pessoas e planeja uma fuga para buscar ajuda e libertar todos que ali vivem nas mãos de um tirando.
Outro ponto-chave da história é o fato das gêmeas Isabel e Jezebel esconderem um dom especial, que acaba se tornando uma arma muito perigosa até para elas mesmas se não usada com cuidado. Por esse motivo, elas devem ser protegidas de uma possível contaminação a qualquer custo. Todavia, Isabel não tem notícias da irmã, pois Jezebel mora no Rio Grande do Sul com o pai, e acredita-se que eles estejam mortos.
Assim como em O vale dos mortos, ficamos tensos do início ao fim: quando acharmos que tudo está melhorando, veremos que o pior ainda está por vir. Em um mundo dominado pelos mortos, nunca existe paz para quem teve a infelicidade de estar vivo para existir lado a lado com os predadores mais ferozes da Terra.
“O mais perturbador era que se tratava de um rosto assustadoramente familiar. Um demônio que fora libertado sobre a Terra para esmagar o que havia sobrado da humanidade.”
Qual será o segredo de Isabel? Alguém será capaz de deter Emmanuel? Além de tudo isso, eles precisam lidar com um grande problema: zumbis cada vez mais agressivos. Todos estão ficando sem comida, e uma evolução dentro da própria espécie levará esses humanos ao limite de sua sobrevivência.
Assim como em toda boa história de ficção cientifica, entra o médico maluco que dedica a sua vida a estudar os zumbis e como tudo começou. E é aqui em “A batalha dos mortos” que esse personagem surge para sanar as dúvidas dos leitores sobre como os zumbis surgiram e o motivo do planeta Absinto ter causado tudo isso. Por sorte, doutor Oscar teve acesso ao último comunicado emitido pela NASA e era um dos poucos que tinham informações privilegiadas sobre os mortos-vivos.
“Quem quiser sobreviver terá que se preparar para uma nova vida. A antiga está perdida para sempre. Não existem armas nem balas suficientes para matar tantas criaturas, e o tempo está ao lado delas.”
Paira uma grande responsabilidade nos ombros de Ivan quando ele passa a ter a liderança do grupo em suas mãos. Ele ganhou esse título de forma sutil e natural, por ser um estrategista nato e antigo membro do exército, mas essa posição pode causar atritos e fazer nascer inimigos.
Com o desenrolar da história, nosso protagonista tem em suas mãos a missão final de libertar o povo das mãos de Emmanuel, que é a prova cabal de que os maus ainda vivem. Ele é sádico, completamente louco e comete atrocidades horríveis dentro desse quartel, com o objetivo de amedrontar todos e manter o seu status de poder. Os que estão em suas mãos já perderam as esperanças, pois quem tenta fugir morre a morte mais lenta e dolorosa possível.
“Lá no fundo do coração todas as pessoas possuem um canto escuro, frio, empoeirado, onde ficam guardados todo o ódio, a fúria, o remorso e o descontentamento. E quando essa caixa de Pandora é aberta, alguém sempre sai ferido.”
Mesmo focando mais na batalha contra os vivos, os zumbis não deixam de ser um problema. Muito pelo contrário: aos poucos, os sobreviventes vão notando o quanto eles continuam sendo uma ameaça cada vez maior. Eles agora aparecem em bandos cada vez maiores, cada vez mais famintos, e passaram a ser divididos em dois grupos, sendo um deles ainda mais perigoso.
Porém, o maior perigo foi guardado para o final: o dom de Isabel e Jezebel, que pode fazer nascer o próprio demônio na Terra. Além disso, as esperanças dos sobreviventes estão acabando, pois a senhora dos mortos, o ser mais poderoso da Terra, agora quer vingança.
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