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MONSTROS – Uma entrevista com os assassinos do terror slasher 80’s
Assassinos famigerados, temidos tanto no plano físico quanto no astral, entrevistamos cinco dos mais famosos “monstros” da história. Embora nenhum deles seja inumano (à exceção de Chucky), todos fazem jus ao título devido às atrocidades que cometeram. Para mergulhar na imperscrutável mente desses assassinos, o Otageek foi até o Asilo Arkham, em Gotham City, para descobrir o que pensam – se é que pensam.
Em meio a corredores amplos e devidamente escoltado pelo Comissário Gordon e pelo psiquiatra Leonard Samson, adentrei as entranhas do Asilo Arkham, o manicômio judiciário mais capacitado a abrigar superseres de (in)sanidade mental ímpar. Como três dos entrevistados não falam, tive a assistência do Professor Charles Xavier para investigar suas mentes e servir de intérprete.
Otageek – Como vocês se sentem tendo feito tudo o que fizeram?
Freddy Krueger – Você deveria se perguntar como EU me sinto por ser filho de uma freira estuprada por um demente.
Charles (Chucky) Lee Ray – Cara, eu já não sentia muito quando tinha forma humana. Imagina no corpo de um boneco, que nem coração tem (risos).
Já não era fácil ser uma criança deformada e ainda ter sido deixado pra morrer afogado enquanto o casalzinho que tava lá pra tomar conta de mim tava se pegando. Por que tu acha que eu tenho predileção por casalzinho apaixonado? – Jason
Jason Voorhees (Psicografado por Charles Xavier) – Já não era fácil ser uma criança deformada. Menos fácil ainda ter sido deixado pra morrer afogado enquanto o casalzinho que supostamente tava lá pra tomar conta de mim e das outras crianças tava transando. Por que tu acha que eu tenho predileção por casalzinho apaixonado?
Leatherface (Psicografado por Charles Xavier) – Geral da minha família faz barbaridade e eu fui educado assim. Fora que eu sempre fui um monstro numa família de monstros. Tu qué o quê, p*rra?!
Michael Myers (Psicografado por Charles Xavier) – Na minha primeira vez eu ainda era criança. Era Dia das Bruxas e eu nunca fui muito fã de doce…
Otageek – Então vocês justificam suas atrocidades pelo histórico de vida de cada um?
Chucky – No meu caso, não. Sempre fui ruim que nem beira de rio em final de enchente. Tava encurralado, cheio de tiro nos peito, e vi nesse boneco uma chance de viver pra sempre. Se é que se pode chamar isso de viver…
Freddy Kruegger – Bom, não é todo mundo que encontrou vida na morte…
Jason – Sofri bullying desde que se chamava “zoação”. Morri afogado e, quando me dei por mim, já tava grande. Não tenho nem memórias de adolescência. Eu sou o caso de Master-Blaster mais escroto da história, já que não tenho Master nenhum. Fora que faz um frio do cacete em Crystal Lake.
Leatherface – Eu fiz alguma atrocidade?
Michael Myers – Acho engraçado que só é considerado atrocidade numa via de mão única. Ninguém aqui é santo, eu sei, mas todos sofreram atrocidades antes de se tornarem o que são. Menos eu e o boneco aí (referindo-se a Chucky). E eu falei que não gostava de doce, p*rra!
Otageek – Com exceção de Michael Myers, que deu um upgrade na “carreira” com a nova trilogia, todos vocês parecem estar meio em baixa, né?
Chucky– Eu sempre estive em baixa, né?
Freddy Kruegger – Eu tava em baaaixo mesmo! Lá no quinto dos infernos. Dei uma ideia no idiota do Jason pra tocar o terror na molecada pra eles voltarem a ter pesadelo e me alavancarem de sei lá qual círculo do inferno que eu tava. Mas é f*da! A molecada hoje em dia não se assusta com as mesmas coisas de antigamente.
Tô pensando em dar um rolé no Brasil. Geral usa máscara no Carnaval. Imagina?! Cinco dias pra barbarizar! E ainda tem a quarta-feira de cinzas… – Michael Myers
Jason – Eu não sei porque fui dar ouvidos a esse FDP do Freddy! No final só serviu pra gente ser humilhado, sair na porrada e vir parar aqui.
Leatherface – Quê que é âpigrêidi? Tá me tirando?
Michael Myers – Tô pensando em dar um rolé no Brasil. Geral usa máscara no Carnaval. Mais fácil dichavar* (risos). Imagina?! Cinco dias pra barbarizar (gargalhadas)! E ainda tem a quarta-feira de cinzas…
*Disfarçar em carioquês
OtaGeek – Então vocês acham que monstros como vocês não assustam mais como antigamente?
Michael Myers – A gente nunca assustou ninguém. Nem dava tempo de ninguém ficar assustado.
Jason – Te garanto que sem máscara é pior.
Leatherface – Sóóó…
Freddy Kruegger – Cara, o problema não é o medo. Os jovens de hoje dormem menos. Fora que esses remédios que impedem de sonhar são f*da! Mal sabem eles que o Alzheimer os espera. (risos)
Chucky – Olha esse mundo como tá, bróder! Cê acha que alguém vai ter medo de monstro?
Otageek – O modus operandi de vocês é bem diferente um do outro. Vocês poderiam falar um pouco sobre isso?
Freddy Krueger – Eu simplesmente esperava os otários dormirem e cortava o Cordão de Prata, separando a alma do corpo físico. A luva com as garras era só pra compor o visual. Sabe como é, né? Faz o inconsciente atuar a meu favor.
Jason – Nem sei o que é modus operandi. Só ia lá e descia a porrada!
O Kardecismo é tão ridículo que só fez sucesso no Brasil. O país de vocês é assim mesmo. Até o Positivismo virou igreja no Brasil. Como eu sei disso tudo? Habito o mundo dos sonhos. A humanidade pra mim é uma biblioteca. – Freddy Krueger
Michael Myers – Eu ficava passando devagariiinho, de rolé. De máscara, claro, pra botar um terror. À noite, que geral fica com o c* na mão, eu atacava. Você se espantaria com a quantidade de gente que deixa a porta de casa aberta e vai dormir.
Chucky – Que mané Modess, rapá! Tá me tirando?
Leatherface – Não sei que p*rra é essa, mas o meu dom é de família, né?
Otageek – Ainda a respeito do modus operandi, faremos uma pergunta para cada um individualmente. Freddy, como você sabe o que é Cordão de Prata se não é brasileiro?
Freddy Kruegger – Cara, sinceramente, o kardecismo é tão ridículo que só fez sucesso no Brasil. O país de vocês é assim mesmo. Até o Positivismo, que não rendeu o menor “ibope” na França, virou igreja no Brasil. Como eu sei disso tudo? Habito o mundo dos sonhos, cara. Absorvo o Inconsciente Coletivo de geral. A humanidade pra mim é uma biblioteca.
Otageek – Jason, você tem a intenção de algum dia diversificar o tipo de vítima para além de jovens enamorados?
Jason – Essa pergunta é engraçada, porque, se você reparar, nesse último Dia dos Namorados de vocês eu nem matei ninguém. Valentine’s Day sempre foi minha data favorita. Bicho não tem graça porque é instintivo e não entra em pânico igual gente.
Otageek – Você diversifica bastante o seu modus, não é, Chucky?
Chucky – Nunca tive modos… e nunca falei igual ao Mussum.
Otageek – Me refiro à maneira como você trucidava as suas vítimas.
Chucky – Aaaah… Tá dizendo que eu sou o mais versátil da cambada aqui? Bom, o Jason é um boçal e o Leatherface, um retardado. O Myers é meio caladão e o Freddy é o mais rebuscado mesmo…
Otageek – Leatherface, a despeito do que disse Chucky, essa máscara já demonstra um bom nível de subjetividade da sua parte.
Leatherface – O que eu sei é que a minha cara é feia pra c*ralho e eu sempre me amarrei em máscara. No halloween, eu sempre preferi as travessuras do que as gostosuras. Não tinha dinheiro pra comprar máscara, daí eu “doityourselfizei” a minha própria.
Otageek – Michael, se você ampliasse um pouquinho o seu senso de justiça, poderia se tornar um anti-herói como Rorschach (assassino serial que integra a equipe Watchmen).
Michael Myers – “Expressão inexpressiva” é massa, né? A máscara dele é mais “da hora,” mas sou mais a minha. Ele se baseia naquele psiquiatra suíço, né? Ninguém sabe quem foi esse tal de Rorschach…
Otageek – Se quase todos vocês são superseres e Freddy nem faz parte do plano físico, como foram pegos?
Michael Myers – Aquele policial FDP me perseguiu a vida inteira pra meter bala no meu peito. Sorte que eu não morri. Depois eu que sou maníaco. Por que ele não tá aqui também?!
Jason – Na hora do desespero, p’cêro, até moleque dá porrada em nós.
Chucky – No meu caso, fica difícil até correr, né, bróder?
Vou fazer o quê nesse corpo de boneco? Trabalhar no colo de ventríloquo? – Chucky
Leatherface – Depois que deram cabo da minha família, eu perdi as esperanças e me tranquei no porão, só saía pra rangar. De mais a mais, ninguém deu falta de mim na delega! Só minha prima foi me visitar. No início, me estranhou, depois se afeiçoou a mim. Queria ter a minha guarda como tutora, mas o juiz não aceitou a apelação e vim parar aqui.
Freddy- Ghostbuster é foda, né, cumpádi?! Bastou bater um fio pro Egon e cia. e aqui tô eu.
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Otageek – Segundo consta, há possibilidade de reabilitação. Vocês concordam em se adequar novamente à sociedade?
Leatherface – Nunca me adequei à sociedade. A única que eu cogitei foi a dos Poetas Mortos. Se fosse eu quem matasse.
Chucky – Vou fazer o quê nesse corpo de boneco, p’cêro? Trabalhar de boneco de ventríloquo? Vou ficar no colinho de ninguém não!
Jason – E eu vou fazer o quê? Trabalhar em açougue? Ou de Crash Test Dummie?
Michael Myers – Tem gente que acredita em reabilitação. E em ex-cadáver, você acredita?
Freddy – Cara, eu vivo de pesadelo e aqui nesse lugar tenho muita matéria-prima pra trabalhar. Sair daqui pra quê?
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Hilário e sensacional!! Parabéns pela coragem de entrevistar esses caras.. Isso foi no nível dos caras do Mindhunter..
Valeu, Dan! Foi um prazer entrevistar você também. Se possível, publico sua entrevista aqui no Otageek.
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