Crítica | “What If…?” mostra Capitã Carter esmurrando inimigos ao som de jazz

“What If…?”, nova animação da Marvel, estreou hoje no Disney+. A série tem a proposta de mostrar universos alternativos dentro das histórias que já conhecemos, e como as escolhas dos personagens podem gerar efeitos inesperados.

A ideia se baseia na série de quadrinhos de mesmo nome, conhecida no Brasil como “O Que Aconteceria Se…?” (tradução oficial de What if…?), lançada em 1977. Partindo da possibilidade de múltiplos universos, a versão animada vai ter dez episódios, cada um explorando um universo alternativo diferente.

O Que Aconteceria Se… A Capitã Carter fosse a primeira vingadora?

Imagem promocional de "What If...?", estreia do Disney+. - Otageek

Essa é a pergunta que dá origem ao primeiro episódio, bastante aguardado pelos fãs da personagem. A história segue de perto os eventos de “Capitão América – O Primeiro Vingador”, porém com Peggy Carter tomando o soro do supersoldado no lugar de Steve Rogers. Muitas cenas são paralelas a cenas dos filmes, e é interessante ver os personagens que já conhecemos em situações trocadas.

A narração do Vigia dá um ar de “Além da Imaginação”, abrindo e fechando o episódio e mostrando a escolha que levou à existência daquele universo, o que é um detalhe interessante, já que em vez do episódio simplesmente existir, sabemos como.

A partir daí, o episódio segue uma versão um pouco diferente do primeiro filme de Steve Rogers. Isso acaba sendo um ponto um pouco negativo, já que um filme de duas horas é espremido em um episódio de trinta minutos. O fato de que já conhecemos a história acaba diminuindo um pouco o efeito, deixando a sensação de que estamos vendo apenas os “melhores momentos”, mas se fosse uma história totalmente nova, com certeza seria bem corrida.

A animação

O estilo da animação já começa ao final da abertura da Marvel, quando o logo toma o estilo animado. Ela é bem vibrante, mesmo nas cenas mais “sombrias”, e as cores são vivas e realistas. Os personagens mantêm as características dos atores, ao mesmo tempo tendo um estilo único. O resultado é algo que não fica forçado, mas sim uma animação fluida e uma mistura bonita entre realidade e desenho.

É interessante também ver como a fisionomia de Peggy muda após a transformação. Da mesma forma que Steve, no original, ela fica mais alta e ganha mais músculos. E a animação consegue combinar bem essas novas características com os traços originais da personagem.

O destaque fica nas cenas de ação. A coreografia das lutas é muito bem feita e elas são empolgantes mesmo em sua forma animada. Em alguns momentos, temos referências a painéis de quadrinhos e ações mais exageradas, as quais nos lembram que estamos assistindo a um desenho, mas sem soar artificial. Uma das cenas que melhor ilustra isso é a montagem na qual Peggy derrota soldados da HYDRA ao som de jazz.

Capitã Carter e o Comando Selvagem em cena de "What If...?", estreia do Disney+.

A atuação

Na parte da atuação, o episódio peca um pouco. Atuar é diferente de dublar, e ao escolher trabalhar com os atores dos filmes, a série acaba acertando em alguns e errando em outros.

Hayley Atwell reprisa seu papel de Peggy Carter e sustenta bem a personagem. Mesmo sendo uma versão mais leve de Peggy, como ainda não tínhamos visto muito no UCM, é possível ouvir o entusiasmo em sua voz.

Chris Evans não voltou para o papel de Steve Rogers, que ficou com o dublador Josh Keaton, o qual conseguiu fazer um bom trabalho em criar sua própria versão do personagem, mas que ainda lembra a voz de Chris Evans.

Em relação aos outros personagens, alguns funcionam e outros não: Jeffrey Wright está muito bem como a voz do Vigia, mas as falas de Sebastian Stan como Bucky parecem sem muita emoção.

Spoilers

Não leia esta seção se ainda não viu o episódio ou não quer saber spoilers!

O episódio funciona, mas não atinge todo o seu potencial. Talvez a série funcione melhor ao contar histórias mais contidas, o que alguns episódios prometem. Ao tentar recriar um filme inteiro, as cenas acabam ficando corridas e não deixando espaço para tantos momentos mais emocionais.

Um exemplo ocorre após a “morte” de Steve, pois apenas Peggy tem alguma reação, e não Bucky e os outros soldados do Comando Selvagem (que, compreensivelmente, também têm um papel bem reduzido). Outro ocorre no final, quando Peggy chega ao futuro e o diálogo com Nick Fury, que remete ao do fim de “O Primeiro Vingador”, fica um pouco apressado.

Com o curto tempo do episódio em relação à quantidade de informações, fica um pouco difícil se apegar a essas versões dos personagens que já conhecemos. Marcados por escolhas diferentes, temos uma Peggy ainda sem o peso de ser fundadora da S.H.I.E.L.D. ou de ter perdido seu amor. E um Steve também mais leve, sem as responsabilidades de Capitão América, ao mesmo tempo em que consegue ajudar na guerra. Por fim, um Bucky sem o trauma de ter sido torturado pelos nazistas.

Logicamente, pela falta de tempo, também não vemos os efeitos que ter Peggy como Capitã Carter causou nesse universo e como outros fatos se desenrolaram. A S.H.I.E.L.D. ainda parece ter sido criada, já que temos Nick Fury e Clint Barton na cena final, mas será que a HYDRA conseguiu se reerguer sem ter um Soldado Invernal? Que efeitos ter uma mulher na linha de frente da guerra teve nessa sociedade? São perguntas que não esperava que o episódio respondesse, mas que os fãs certamente vão preencher com a imaginação.

Capitã Carter e o Esmagador Hidra em cena de "What If...?", estreia do Disney+.

Conclusões

“O Que Aconteceria Se… A Capitã Carter fosse a primeira vingadora?”, primeiro episódio de What if…?, é um ótimo começo para a série. Ainda é cedo para dizer se vai ser um dos melhores da temporada, mas num geral, é um episódio competente, que entrega uma meia hora divertida e cheia de referências para os fãs.

Assista a esse e aos próximos episódios de “What If…?” no Disney+.

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Luana Roque
Luana Roque

Tradutora apaixonada pela cultura pop em geral. Leitora assídua, amante de terror, viciada em séries e filmes e ruim no vídeo game.

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