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Crítica | ‘Tribes of Europa’ traz futuro distópico para Netflix
Tribes of Europa é a nova série alemã da Netflix, que estreou na última sexta- feira (19). Dos mesmos produtores de Dark, ela nos apresenta um mundo destruído pela tecnologia, fazendo a humanidade voltar à Idade das trevas.
Sinopse: Em uma Europa pós-apocalíptica e tomada por guerras entre microestados, três irmãos lutam para sobreviver enquanto uma ameaça ainda maior assombra o continente.
Com um enredo bem leve e um mundo cheio de possibilidades, a série consegue prender a atenção do telespectador, rendendo desde momentos cômicos a momentos violentos e despertando a curiosidade do público.
Roteiro e personagens
Na trama da série, o mundo que conhecemos entrou em colapso em 31 de dezembro de 2029, também conhecido como o Dezembro Sombrio. E apesar de ninguém saber quem é o responsável pelo fim da humanidade, através de pequenas dicas deixadas no meio do caminho descobrimos que foi por conta da tecnologia.
Com isso, somos introduzidos a uma nova Europa, no ano de 2074. Nela somos apresentados ao conceito geral da série, que é uma Europa dividida em várias tribos, sendo que o roteiro foca em três tribos principais: Origines, Corvos e Escarlates.
A linha central do roteiro é dos personagens Kiano (Emilio Sakraya), Liv (Henriette Confurius) e Elja (David Ali Rashed), três irmãos da tribo Origines que presenciam a queda de uma nave Atlantiana da qual eles vão a procura.
Por conta disso, eles colocam em perigo toda sua família e, quando separados por caminhos diferentes, Kiano se torna um escravo dos Corvos, Liv se envolve com os Escarlates, e Elja foge com o Cubo misterioso, que acaba colocando a cabeça dele a prêmio.
O roteiro é muito rápido. Em muitas das vezes, a série deixa a desejar no desenvolvimento de muitos personagens, mas ao mesmo tempo explora na medida alguns personagens secundários. Os pequenos furos mostram uma trama muito mais focada em aventura e ação do que algo mais exploratório.
Um dos maiores acertos de Tribes of Europa foi na escolha de elenco. Os personagens são carismáticos e interpretados com maestria pelos seus atores. O destaque é Oliver Masucci, o Ulrich de Dark, fazendo o malandro Moses, e Melika Fourotan, a complexa e excêntrica Lady Varvara.
Apesar disso, alguns personagens parecem estar perdidos na história, não se encaixando muito bem dentro do roteiro, como é o caso da personagem Liv. Sua história não parece levar a lugar nenhum, como se ela não tivesse um objetivo planejado.
As tribos de Europa
Em Tribes of Europa, a criação de mundo é um dos pontos chave de imersão para o telespectador. Através dos diálogos podemos ver claramente que existem várias tribos, e apesar de não dar uma profundidade para todas elas, ainda assim mostra que há uma vastidão inexplorada.
Femen, Império do Sul, Escarlate, Covos, Origines, cada uma tem seus costumes, suas vestimentas, suas tradições e seus brasões, mostrando uma diversidade imensa dentro do antigo continente.
Todas as tribos da Europa usam inglês para se comunicar com pessoas de diferentes tribos, como se fosse um idioma comum, mas cada tribo tem seu próprio dialeto, que seriam o Alemão, Português, Espanhol, entre outros.
Agora vamos entender um pouquinho das tribos principais:
- Corvos
Os Corvos são uma das tribos mais temidas da Europa, conhecidos por serem assassinos e sanguinários. Por outro lado também se sabe que Corvos não mentem, e sempre mantem a sua palavra.
São liderados por um Capitão, que é considerado o guerreiro mais forte de todos os Corvos. Abaixo dele estão os Lordes, que seria a elite, e depois os Bozies, que representam os soldados.
São uma sociedade escravocrata, o que não quer dizer que um escravo não possa se tornar corvo. Mas pra isso ele tem que lutar até a morte com outro escravo.
- Escarlates
Os Escarlates são uma tribo militar e uma das maiores do continente. Eles tem como objetivo uma Europa unificada sob uma bandeira e para isso dizem proteger a todos.
Aqueles que aceitam ser um escarlate tem sua cultura e seus costumes respeitados e absorvidos, então é o local onde o telespectador vai ver mais diversidade.
Eles são comandados por um chefe, chamado de Pai e, assim como uma boa cadeia militar, tem sua hierarquia entre comandantes até os soldados, imitando os modelos atuais.
- Origines
A Origines é a tribo do nossos protagonistas. Ela foi fundada por Chloe, mãe do trio, e eles eram uma tribo isolada que vivia na floresta, longe da tecnologia, já que para eles ela acabou com o mundo.
Os Origines são os mais primais das tribos exploradas, uma vez que vivem com o básico sem poder explorar o mundo exterior.
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Produção
A produção de Tribes of Europa é também um dos pontos positivos da série. A ambientação de um mundo pós-apocalíptico, onde a tecnologia é rara, foi deixada de forma bem clara, desde a degradação de prédios e automóveis nos meio das ruas, até aquilo que foi construído por cima.
O figurino também é algo à parte. Cada tribo tem suas vestimentas que os distinguem muito bem para o telespectador, ressaltando a individualidade de cada grupo.
Um ponto fraco foi os efeitos especiais, que alguns momentos são bem ruins e em outros são espetaculares, dando a noção que tiveram que escolher bem o que deveriam dar prioridade.
As cenas de ação, apesar de bem coreografadas, ainda assim foram usadas em exagero, deixando parte da narrativa um pouco mais rala. Isso gastou um tempo de tela que poderia sim ter usado no desenvolvimento de personagem.
A trilha sonora é bem distinta para cada local e momento e a fotografia é boa, mostrando um grande cuidado da direção de mostrar realmente o que queriam.
Considerações finais
Tribes of Europa é uma série de altos e baixos, mas com um grande potencial de se tornar uma das novas apostas da Netflix. Com uma primeira temporada bem introdutória e rápida, ela soube deixar vários ganchos para uma próxima temporada, deixando o público curioso para saber quem afinal vai ganhar a supremacia do Velho Continente.
Se achou interessante, dá uma conferida no trailer abaixo e decida de que lado está!