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Crítica | Quadrinho “Contos de Berds” na Poc Con 2021
Aventura de RPG com gostinho de militância, contos de Berds é uma daquelas histórias curtas, mas absolutamente divertidas, que deixam a gente com vontade de ler mais. Criada por Marco Bym Veloso, sua narrativa é precisa ao brincar com D&D e o jeitinho brasileiro, com importantes críticas.
No quadrinho, acompanhamos um pai (Lucas) contando uma história de ninar para a sua filha (Alice), que pede para ouvir “aquela dos três ursos”. Ele prontamente se dispõe a contar “Cachinhos Dourados”, ao passo que a filha o interrompe e pede uma outra história de três ursos.
Somos levados então a conhecer “Contos de Berds – O Orbe de Antaüjugo” e como a Guilda de Berds engata uma luta contra um poderoso feiticeiro, que ameaça destruir o reinado de uma bondosa rainha. Não, o plot não é estranho, afinal, lembra muito uma aventura de Dungeons & Dragons, por exemplo.
Sou suspeito para falar sobre a história porque sou fã de carteirinha de RPG de mesa e, lendo esse quadrinho, foi impossível não estabelecer paralelos e me animar, enxergando uma legítima aventura tomando forma.
Os Contos de Berds também carregam um par de referências à cultura LGBTQIA+, memes e gírias da internet, o que traz um colorido diferente para a narrativa e aproxima os personagens de nós.
Num geral, os traços são bem trabalhados e as variações entre estilos de personagens, texturas e afins casam perfeitamente com a estética da narrativa. Mais do que uma história divertida (e importante), essa é uma HQ linda de se ver!
Por Trás da História
A ideia por trás da HQ surgiu lá em 2013, quando o pastor Marcos Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos. Naquele momento, a comunidade LGBTQIA+ se viu em alerta, uma vez que ter uma pessoa alegadamente racista e homofóbica num cargo tão importante poderia significar a perda de direitos que estavam sendo arduamente conquistados.
Inspirado pelo volume “Contos de Fadas da Kitty”, uma história dos X-Men, ele percebeu que seria muito interessante falar sobre a temática de Marcos Feliciano no mesmo formato: com aventuras fantásticas no estilo de RPG. Já sabemos quem é a inspiração para o vilão Antaüjugo.
Ao final, Marco Bym Veloso compartilha um pouco mais de suas inspirações para criar essa história, os personagens e afins, e isso traz um novo colorido à HQ. Sem dúvida, esse é um dos pontos altos dessa excelente aventura.
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