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Crítica | O Leão Dorme Esta Noite emociona mas confunde
Recentemente lançado no Supo Mungam Plus, O Leão Dorme esta Noite é um longa-metragem da França junto do Japão. Estrelado pelo lendário Jean-Pierre Léaud, o filme fala sobre cinema, morte e negação de forma leve e comovente.
Jean (Jean-Pierre Léaud) é um ator preso ao passado, o qual descobre que sua atual filmagem está suspensa por período indefinido. Ele aproveita para, clandestinamente, pousar em uma casa abandonada. A casa não foi escolhida na aleatoriedade, pois Juliette, o grande amor de sua vida, viveu brevemente lá.
Do outro lado, um grupo de jovens amigos, cineastas novatos, encontram a mesma casa e decidem que é a locação perfeita para o próximo filme de terror caseiro deles. Jean e as crianças se encontrarão cara a cara, e dado a isso, nasce uma singela amizade.
Muito da emoção do filme vai além da incrível atuação de Jean. Os diálogos consistentes e tristes te levam a querer entender melhor cada história. Recheado de uma linda trilha sonora e acompanhado de uma leve fotografia, também ganha muito nas questões técnicas.
Por se empenhar tanto nesta parte, mesmo com falas incríveis, o roteiro se perde no meio. Por exemplo, demora para desenvolver a história de Jules, o líder do grupo de jovens cineastas, que perdeu o pai e tem que amadurecer e aprender a lidar com o novo namorado da mãe. Tem no máximo 3 cenas que acompanham essa história, te fazendo querer mais, mas não entregando.
A parte de Jean e Juliette também demora a se desenvolver realmente. Fica a dúvida de quem ela é, se ela é real ou coisa da cabeça de um doente, Jean. Este fato, inclusive, foi citado apenas uma vez para nunca mais. Como observado no início, O Leão Dorme Esta Noite tem uma leve e melancólica fotografia, e por focar tanto nessa parte, acaba por se perder no meio.
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No mais, mesmo com o início confuso, mas estranhamente instigante, e o meio dando vontade de ver mais sem muito entregar, ele chega no final realmente trazendo o que se esperava: um filme belo, sensível, que usa muito bem o artifício da dúvida sobre a fronteira entre realidade e imaginação.
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