Crítica | Invasão Secreta só mais uma da Marvel

Invasão Secreta é a mais recente produção do Universo Cinematográfico da Marvel, em formato de Minissérie com 6 episódios disponíveis no Disney+. Focada em Nick Fury (Samuel L. Jackson) a série promete trazer um clima de desconfiança persente no gênero de filmes de espionagem.

Quando Nick Fury faz uma surpreendente descoberta: uma facção dos Skrulls (que são metamorfos habitantes de outro planeta, apresentados no filme da Capitã Marvel) está secretamente invadindo a Terra. Para enfrentar essa ameaça, Fury se une aos seus aliados, como Maria Hill e o Skrull Talos, que já construiu uma vida na Terra. Juntos, eles embarcam em uma corrida contra o tempo para evitar uma iminente invasão Skrull e proteger a humanidade.

Invasão Secreta - Otageek
Fonte: Divulgação Marvel Studios

A produção que prometeu bastante intriga, espionagem e um poco de mistério, até consegue cumprir nos dois primeiros episódios, pois ambos possuem um certo tom de desconfiança no ar, além de proporcionar desfechos interessantes e que fazem com que o espectador tenha vontade de assistir ao próximo capítulo para saber o que vai acontecer.

A partir do terceiro episódio as coisas começam a se complicar e a trama fica mais corrida e desencontrada, parece que não era mais a mesma serie dos episódios 1 e 2, pois tudo parecia apreçado como se todos envolvidos na produção quisessem terminar a serie mais rápido possível e se livrar desse peso. Com isso o fim da série foi se tornando mais difícil de assistir, pois nem o apego aos personagens foi sendo construído com o passar dos episódios.

Personagens

Com um elenco estrelado, que conta com nomes como Samuel L. Jackson (Nick Fury), Olivia Colman (Sonya Falsworth), Ben Mendelsohn (Talos), Emilia Clarke (Gi’ah), por mais esforçados e qualificados que os atores possam ser, os personagens não foram bem aproveitados, parece que os atores foram utilizados para chamar atenção no poster da série e não para terem seus papéis desenvolvidos em tela de forma agradável, a exemplo de Martin Freeman (Everett Ross).

Fonte: Divulgação Marvel Studios

A série que tinha sido vendida como o retorno de Nick Fury, uma produção focada em trabalhar este personagem tão importante para o MCU, acabou por apresentar um personagem que não aprendeu nada com seus erros ao longo da carreira, deixando de ser um personagem que luta para proteger seu planeta e aqueles que vivem nele (seja terráqueo ou não), para se tornar alguém que não pensa tanto assim neste coletivo.

Não há dúvidas que Olivia Colman brilhou interpretando Sonya Falsworth, com um humor irônico diante de todas as situações que foram apresentadas no caminho da personagem. Mas por outro lado, foi possível perceber muitas vezes que a participação poderia ser muito mais expressiva, pois a subtrama em que ela estava inserida, na maioria dos episódios, parecia deslocada da série como um todo, dando a impressão de que foi apenas uma porta de entrada para a personagem na Marvel.

O vilão Gravik interpretado pelo ator inglês Kingsley Ben-Adir, começou bastante ameaçador, calmo e calculista, disposto a lutar por sua “revolução” contra os humanos, porém de um episódio para o outro se transformou num vilão completamente raivoso. O que antes parecia um personagem manipulador e determinado a assombrar Fury, tornou-se sem proposito, e que esqueceu de uma hora para outra o motivo de sua luta.

Trama

Muitas tramas paralelas foram iniciadas de forma controlada com um bom ritmo nos dois primeiros episódios, e pareciam se direcionar para uma boa resolução junto a trama principal, porém acabaram sendo encerradas de forma abrupta e sem consequências para a história como um todo.

A história principal tinha tudo para ser melhor explorada, pois a questão da desconfiança em relação a quais personagem poderiam ter sido trocados por Skrulls seria muito interessante, mas novamente parece que o direcionamento da própria Marvel é sempre o de plantar histórias em todas as produções para serem resolvidas em futuras produções.

A formula ficou cansativa, pois no fim produções como Invasão Secreta não tem conclusão, são apenas formas de abrir terreno para tramas futuras. E isso implica em produções desnecessárias, como muitas das séries e filmes que foram lançadas nos últimos anos pós Vingadores Ultimato, gerando assim um crescente desinteresse para com esse universo cinematográfico cada vez mais complicado.

Invasão Secreta está disponível exclusivamente no Disney+

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Leonel Brito
Leonel Brito

Um Jornalista que ama séries, filmes, livros, HQs, documentários, animações, podcasts, música e fotografia.

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