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Crítica | House of Gucci é novelesco e exagerado na medida certa
House of Gucci é o novo filme dirigido por Ridley Scott (Alien – o 8º Passageiro), e estrelado por Lady Gaga (Nasce Uma Estrela) e Adam Driver, que trabalhou com o cineasta em O Último Duelo. Ele chega nesta quinta-feira (25).
Enredo
O longa é inspirado no livro Casa Gucci – Uma história de Glamour, Ganância, Loucura e Morte, de Sara Gay Forden, que conta a história real do casamento entre Patrizia Reggiani (Lady Gaga) e Maurizio Gucci (Adam Driver), herdeiro de uma das marcas de luxo mais importantes do mundo.
Essa união impactou profundamente a dinastia Gucci, não apenas no que diz respeito aos negócios da família, mas também suas relações, que muitas vezes se confundem entre si, encerando a história com um final trágico para todos os envolvidos.
A queda de um império
Durante décadas, o nome Gucci foi sinônimo de riqueza e luxo, mas como qualquer família, seus membros guardavam vários segredos dignos das novelas mais exageradas com as quais já tivemos contato, e é importante lembrarmos de que boa parte da história realmente aconteceu.
A decisão do roteiro de House of Gucci de centralizar a trama no romance entre Patrizia e Maurizio atrapalha o ritmo do filme, que já é longo, em vários momentos, já que seguimos os dois desde o momento em que se conhecem e depois somos introduzidos à família.
O filme pareceria muito mais consistente se a produção tivesse escolhido um único lado da história para contar, pois ao tentar contar cada detalhe, o roteiro muitas vezes parece confuso, expondo demais uma situação ou deixando de fora fatores importantes da narrativa .
Além disso, as passagens de tempo dentro da história não são regulares ou explícitas, e é importante prestar atenção em dicas sutis como o aniversário de algum personagem ou quando um fato que não presenciamos em tela é citado no passado.
O início da história também parece um conto de fadas em que uma jovem “plebeia” conhece o “príncipe herdeiro”, os dois se apaixonam instantaneamente, casam-se e são felizes para sempre. Porém, tudo começa a dar errado quando Rodolfo (Jeremy Irons) morre, deixando sua parte da empresa para o único filho, Maurizio.
A partir desse momento, Maurizio, aos poucos, faz uma transição do rapaz ingênuo que enfrentou o pai para ficar com a amada para o executivo frio e calculista, capaz de passar por cima dos próprios parentes se isso for necessário para conseguir o que deseja.
E apesar de Patrizia ter sido o pivô de várias brigas e intrigas entre a família, ela é retratada como uma mulher ambiciosa, porém apaixonada, e essa mistura é o que a torna mais perigosa. Além disso, é como se ela nunca tivesse de fato pertencido à família do marido, pois até o próprio Maurizio faz questão de lembrá-la que Gucci não é o seu sobrenome.
Por se tratar de uma história real e pública com um final tão trágico, é muito fácil escolher mocinhos e vilões, mas não é isso o que acontece aqui, pois todos os personagens são ambíguos, demonstrando estupidez, preconceito ou os dois o tempo todo, mesmo que nada disso justifique um assassinato.
Atuações
Lady Gaga está simplesmente brilhante no papel de Patrizia e com certeza é o ponto forte do longa. O olhar sempre atento e os trejeitos exagerados na medida certa ajudam a criar a atmosfera novelesca do filme.
Em contrapartida temos Adam Driver, que compõe um Maurizio contido mesmo quando comete várias atrocidades, como enganar o próprio primo e o tio ao mesmo tempo. São seus excessos, porém, que vão definir seu destino.
Jeremy Irons traz um conservadorismo interessante para a história, já que Rodolfo quer manter a família e a empresa exatamente como elas sempre foram. Ele é contrário à chegada de Patrizia e alerta o filho de que a mulher está interessada apenas em seu dinheiro, amolecendo apenas com a chegada da neta.
Jared Leto, por sua vez, está ridículo no melhor dos sentidos. Seu personagem, Paolo Gucci, é uma caricatura ambulante, a personificação da vergonha alheia. Não temos como evitar ficar com pena dele. A interação de Leto com o Al Pacino, que dá vida ao seu pai, Aldo Gucci, é uma das melhores coisas do filme.
Salma Hayek interpreta a vidente Pina, responsável por ajudar a arquitetar a morte de Maurizio e prover o contato dos assassinos para Patrizia. Mas o papel de Hayek, apesar de curioso, ficou um pouco apagado ao lado da personalidade forte da amiga, mesmo quando faz ameaças.
Conclusão
As 2h38m de House of Gucci se fazem sentir, pois o roteiro, muitas vezes, não se decide se quer acelerar a trama ou contar todos os detalhes possíveis. Já os cenários nos quais o filme se passa são maravilhosos e é fácil se perder assistindo à vida de luxo à qual os Gucci eram acostumados.
Se você é fã das soup operas americanas, como Empire, Dynasty e Succession, por exemplo, com certeza vai gostar desse filme deliciosamente exagerado e com atuações de encher os olhos até dos mais críticos.
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