Crítica – Fire Emblem Engage é uma ótima celebração da franquia, mas esquece de contar uma boa história.

Fire Emblem Engage chega para retornas as raízes estratégicas e deixa de lado desenvolvimento narrativo.

Com muita nostalgia, o jogo Fire Emblem Engage reúne diversos elementos de vários dos seus antecessores, trazendo um foco as suas raízes de estratégia e gameplay. A história e personagens ficam em segundo plano e infelizmente pecam em comparação ao resto do game.

O novo game tem um dos sistemas de batalhas mais complexos e divertidos, tendo diversos desafios para fãs da franquia e jogos de estratégia. Diferentemente de Three Houses, Engage não cria uma narrativa complexa e personagens carismáticos, a história não se aprofunda muito além do bem e mal e é bem batida para quem já conhece a série de jogos.

Alear andando pela base no jogo Fire Emblem Engage
Colgate patrocinou o maior cabelo em um videogame

Engage se passa no continente de Elyos e apresenta o/a protagonista Alear, que é um dragão divino destinado derrotar o renascido dragão caído, Sombron. Na jornada, Alear deve recuperar os 12 anéis que podem invocar heróis de jogos passados da franquia e usar seus poderes para batalhar contra o dragão caído.

Velho e novo colidem em incríveis estratégias

A franquia com mais de 30 anos tem em sua história diversos personagens marcantes e mecânicas únicas em cada jogo. Engage celebra toda essa história trazendo para o game recursos de sucessos passados, além de também trazer alguns elementos novos.

O destaque do novo jogo são os 12 anéis com heróis dos games da franquia que mudam totalmente o rumo das batalhas e acrescentam muitas novas estratégias. Esses anéis podem ser equipados nos seus personagens e durante a luta além de darem status e novas habilidades, eles permitem que seu personagem mude para uma forma brilhante (Engage) e fique ainda mais forte.

Mago batalha em Fire Emblem Engage
Os gráficos e animações estão mais fluídos do que nunca no jogo

Essas novas formas além de estilosas também permitem que os personagens usem golpes poderosos diferentes e armas antigas dos heróis, até mesmo as que ele geralmente não conseguiria devido a sua classe.

Um dos meus anéis favoritos é o da Célica que permite que seu personagem se teletransporte para outro local do mapa e de um dano imenso em um personagem. Já para defesa existem outros anéis melhores, por exemplo, Lucina permite que ela defenda de ataques os personagens ao seu redor.

As habilidades dos anéis que os personagens ganham muda muito a dinâmica das batalhas e permite estratégias criativas para cada batalha. É preciso também desenvolver a relação do personagem com o anel, seja utilizando-o em batalha ou realizando atividades especificas na sua base. Sendo possível até transferir permanentemente alguma habilidade de um anel caso a relação seja alta suficiente e tenha pontos de SP ganhados em batalha.

Com tantas funções interessantes, o jogo também traz muitos mapas diferentes tanto através da história quanto pela função de desafios (Trials) que promete horas e horas de diversão para os mais estrategistas.

O básico também mudou e para melhor

Além dos anéis o jogo também inovou no sistema das armas com as funções de Break e Smash. A primeira dessas funções faz com que o triângulo de armas seja ainda mais importante, já que ela pode tirar temporariamente do inimigo ou de você a arma do seu personagem. Já o segundo é um golpe pesado que sempre ataca em segundo lugar, mas empurra o inimigo um espaço de distância.

Alear em sua forma Engage
O design das roupas do modo Engage estão incríveis

Essas funções são essenciais nas batalhas, acrescentando várias possíveis novas estratégias e dificultando muitas batalhas diferentes.

As armas também retornam de modo simples e não quebram após tantos usos, um alívio para muitos já que com tantas novas funções. No entanto, os itens de cura ainda são limitados, por isso poções e cajados de cura precisam estar sempre contabilizados.

As classes ganharam um pequeno upgrade dessa vez, já que além da sua função principal, muitos personagens possuem uma segunda classe com seus bônus. Um exemplo são os curandeiros do jogo que agora são Qi-Adepts, o que quer dizer que são monges que curam, podem socar e até defender aliados.

Outra dessas subclasses é o Backup que se estiver perto de um aliado que vai atacar, ele pode entrar e ajudar com mais um pouco de dano. Essa função remete ao Fire Emblems Awakening, mas seu dano foi consideravelmente reduzido para que não fossem fortes demais.

 O jogo como podem ver está lotado de recursos para explorar e utilizar para criar as melhores estratégias. Até o capítulo 11 espere estar ainda descobrindo mais recursos, seja ele minigames, desafios ou funções novas para personalizar sua equipe e montar estratégias.

É fácil perder horas e horas em batalhas e ainda estar querendo ir para uma próxima só para ver novas habilidades ou upar personagens.

A história também retorna as suas raízes e infelizmente isso não é algo bom

Com todas as incríveis funções e mecânicas divertidas, era de se esperar que o jogo fosse entregar uma história equivalente a qualidade do resto, ainda mais após o enorme sucesso de Three Houses com os fãs. Infelizmente, não foi o que ocorreu, no final tivemos uma história bem fraca com um caminho previsível e um universo bem medíocre.

É até injusto analisar histórias de Fire Emblem, mas após uma mitologia tão complexa e rica como em Three Houses, Engage é com certeza um retrocesso. Se ao menos os personagens tivessem histórias que se conectassem com a mitologia desse novo mundo e mostrassem alguma profundidade, talvez impacto fosse menor.

As interfaces estão lindas e muito bem trabalhadas

O continente de Elyos é extremamente simples, tem um formato redondo como se fosse um anel com uma ilha flutuante em cima, no final acaba parecendo mais um mapa do Super Mario 3D World. Os reinos, suas características e relações são fraquíssimas e se limitam aos símbolos mais simples do que é apresentado. De tudo apresentado, apenas Solm, o reino do deserto, se salva em questão de apresentação, muito devido a personagem da rainha e outros apresentados nesse capítulo.

A base do personagem ainda funciona como ponto central para as relações. Ela também tem vários recursos para personalizar personagens, equipamentos e melhorar status temporariamente.

Existem diversas atividades lá, mas nem todas são necessárias. Existem muitos minigames com recompensas, mas acabam cansando após algumas vezes, ainda mais por não serem necessários

Falando ainda em personagens, os suportes são simples, alguns até divertidinhos, mas no geral acrescentam bem pouco ao elenco. Muitos deles tem um traço de personalidade só e todas as suas conversas serão sobre isso, muitos não possuem qualquer menção sobre seu passado ou outra vontade e desejo.

Brilhando nos gráficos e prontos para o MET Gala

Já na parte técnica, Engage se mostra como um dos Fire Emblems mais bonitos da franquia. Os gráficos estão lindos, brilhantes e com animações excelentes e fluídas. Nenhum jogo da franquia teve tantos detalhes, tantas animações bonitas e bem trabalhadas como esse.

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O design dos personagens vai ser um 8 ou 80 para muitos, mas particularmente posso dizer que amei o estilo de cada um. O estilo Genshin Impact dos rostos e das formas dos personagens não me agrada tanto e passa uma sensação mais infantil, mas no final, eles combinam com as roupas absurdas, exageradas e Campy.

Uma das personagens mais bizarras desse estilo mencionado é Céline, a princesa com um cabelo maior que o da Pocahontas, utiliza botas enormes, um vestido gigante e ainda assim você vai ver ela tendo um nível alto para esquivar de golpes e atacar de espada ou de magia.

O fato desse design ser tão absurdo e cafona acaba sendo algo mais positivo do que negativo, já que cria o próprio charme do jogo e do elenco. Claro que nem todos irão concordar com isso, já que existe aqueles que preferem gráficos com um tom mais sóbrio e menos cartunesco.

Conclusão

A princípio para os fãs Three Houses, Fire Emblem Engage pode ser meio difícil de agradar de inicio. Suas cores brilhantes, estilo campy e falta de uma história interessante e bem trabalhada são o oposto de seu antecessor.

Por outro lado, o game possui uma das melhores gameplays da franquia e muito para se fazer, acaba sendo fácil relevar sua história, talvez até fazendo você se acostumar com esse mundo.

Além disso ele também possui um sistema bem pensado que se utiliza tanto de recursos novos como antigos, o game vai fazer com que você nunca se canse das batalhas.

O jogo conta com mais de 60 horas na história principal e ainda assim possui diversos extras ao contar todos os Paralogues, as batalhas de encontro e os Trials. Portanto, se prepare para jogar muito e pular as cutscenes que você não aguentar

Veja o trailer do jogo aqui:

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Pedro Agnelo Camargo Goes
Pedro Agnelo Camargo Goes

Estudante de semiótica, apaixonado por séries, filmes e games e tudo que envolve cultura. Sempre aberto pra filosofar sobre aleatoriedades do dia a dia

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