Crítica | Fallen Angels – Mubi

Fallen Angels é um filme de 1995, dirigido por Wong Kar Wai e estrelado por Leon Lai, Michelle Reis, Takeshi Kaneshiro e Charlie Yeung.

O filme conta a história de um assassino de aluguel e sua parceira de crime, que está secretamente apaixonada por ele. Paralelamente aos dois, Fallen Angels também conta a história de um ex-recluso mudo que encontra repetidamente uma mulher durante suas noites de caos.

O matador de aluguel (Leon Lai) e sua parceira (Michelle Reis) em Fallen Angels. Otageel
O matador de aluguel (Leon Lai) e sua parceira (Michelle Reis) em Fallen Angels.

Wong Kar Wai é um romântico incurável. Em seus filmes, o diretor sempre expressa o sentimento de solidão e o desejo de ser amado, de estar com alguém e se sentir acolhido. Mesmo com temáticas violentas, o tema central é sempre o romance, a paixão.

Em Fallen Angels não é diferente. Os protagonistas estão em busca de si mesmos e do amor. Assim como em Chungking Express, do mesmo diretor, Fallen Angels conta histórias distintas e que talvez se encontrem no meio do caminho. Wai brinca com a questão de encontros e desencontros e de estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe da pessoa amada.

Além disso, o filme fala sobre os prazos de validade. Tanto de um relacionamento, como o tempo que uma pessoa leva para se recuperar de um término. Os atos de se apaixonar e o deixar de amar são duas questões inevitáveis e inerentes à vida e ao ser humano.

O ator Takeshi Kaneshiro em Fallen Angels. Otageek
O ator Takeshi Kaneshiro em Fallen Angels.

A câmera subjetiva é utilizada de maneira perspicaz pelo diretor. A todo momento nos sentimos juntos dos personagens, como se estivéssemos com eles nesse emaranhado de sentimentos e situações confusas e perigosas.

O filme também tem pouquíssimos diálogos e é narrado na terceira pessoa, o que reforça a proximidade com os protagonistas, como se estivéssemos lendo seus pensamentos.

Mesmo assim, como se trata de duas histórias distintas, os sentimentos dos personagens não são aprofundados, então fica difícil sentir empatia por algum deles. Por isso, algumas reações parecem exageradas e até mesmo caricatas. (Ou será que é assim que expressamos nosso descontentamento quando levamos um pé na bunda?)

Essa impessoalidade fica ainda mais perceptível quando notamos que os personagens não têm nome. Ou seja, a conexão entre personagem-espectador/espectador-personagem não acontece.

O matador de aluguel de Fallen Angels. Otageek
O matador de aluguel de Fallen Angels.

Outro ponto conflitante são as transições. O diretor brinca com o preto e branco e o colorido e essas mudanças não são sutis, o que atrapalha a experiência do espectador.

A trilha sonora é mais uma vez um grande destaque e dita completamente o ritmo do filme. Fallen Angels tem vários elementos semelhantes a Chungking Express, como a correria e a loucura de Hong Kong. Se você assistiu Chungking Express, conseguirá identificar as similaridades facilmente.

Fallen Angels se encerra de maneira completa e sem pontas soltas. Satisfatoriamente, os nossos anjos caídos finalmente encontram o amor que tanto procuravam. Tudo isso embalados por Only You da banda The Flying Pickets, um clássico dos anos 80!

Texto escrito por Sabrina Ventresqui

Veja o trailer

Fallen Angels está disponível no streaming Mubi, junto com vários outros filmes do diretor Wong Kar Wai. Clique AQUI para assistir.

Leia mais:

E se você gostou do nosso conteúdo, apoie-nos através das nossas redes sociais e acompanhe nosso podcast

Facebook RSS Youtube Spotify Twitch


Receba conteúdos exclusivos!

Garantimos que você não irá receber spam!

Compartilhe essa matéria!
Luna | A Patroa da Redação
Luna | A Patroa da Redação

Já pensou em começar a valorizar o Jornalismo Cultural Independente hoje?

Artigos: 1336
Se inscrever
Notificar de
guest
2 Comentários
Mais velho
Mais novo Mais votado
Feedbacks em linha
Ver todos os comentários

[…] Crítica | Fallen Angels – Mubi […]

[…] Crítica | Fallen Angels – Mubi […]