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Crítica | Esquema de Risco Operation Fortune: Ruse de Guerre
Filmes de ação e comédia nunca fizeram muito a minha cabeça, mas certos atores e diretores costumam ser tão icônicos que merecem ter suas películas vistas mesmo que você não goste do gênero. No caso de Esquema de Risco (Operation Fortune: Ruse de Guerre), capitaneado por Guy Ritchie, de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch: Porcos e Diamantes e com Jason Statham, com aquela cara que parece um paralelepípedo, presente nos dois filmes supracitados, vi que valia a pena.
A decupagem da cena de abertura, sincopada com a música tema e o pé ante pé de Nathan Jasmine (Cary Elwes) parando (tanto a música quanto os passos) exatamente na virada de cena deixam claro que o diretor não está brincando em serviço. Ao menos no quesito decupagem, já que todo o filme é temperado com um humor e talvez aí esteja a falha do mesmo.
Natan Jasmine trabalha para o governo britânico e sua missão é pegar A Maçaneta, um dispositivo que vai sacudir a economia mundial e reatribuir o valor monetário ao ouro em poucas semanas. Quem planeja criar esse apocalipse econômico é uma máfia ucraniana e Natan tem que interceptar o dispositivo antes que Greg Simmons (maravilhosamente vivido por Hugh Grant), um bilionário traficante de armas e viciado em mulheres de astros de cinema e colecionador dos carros dos filmes que ama a compre e a revenda por um preço maior.
E é no quesito “viciado em mulheres de astros de cinema” que entram Sara Fidel (Aubrey Plaza) a agente hacker que irá se disfarçar de esposa de estrela e o ator Danny Francesco (Josh Hartnett) como a estrela de cinema recrutada à força pela equipe composta por Sara, JJ Davies (o rapper britânico de grime, Bugzy Malone), e liderada pelo espião Orson Fortune (Jason Statham).
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O filme passa todo o clima de espionagem sem climão como a franquia 007, mas sempre num tom bem humorado e, embora tente passar uma ironia, acaba se tornando um humor estranho, que flerta entre o americano e o britânico não conseguindo ser nenhum dos dois. Sem a graça atávica do humor americano nem a graça implícita do outro. Você sabe que os anti-heróis vão se dar bem. Embora os vilões não sejam idiotas como os do cinema americano, as poucas situações em que os protagonistas passam perrengues reais não nos dá o gosto de que superaram os obstáculos. As cenas de ação, no entanto, são intensas com direito a um interessante flashback de uma atuação de Orson Fortune, um dos grandes momentos engraçados/violentos do filme.
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Se você gosta de filmes de espionagem e ação, vai adorar Esquema de Risco. Despretensioso, divertido e bem executado, assim como M3gan, um dos grandes lançamentos do ano.