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Crítica | Mergulhando na loucura do Esquadrão Suicida
Nessa quinta-feira, dia 05 de Agosto, estreou nos cinemas brasileiros o filme “Esquadrão Suicida” da Warner Bros Pictures. Feito como um reboot continuação do primeiro filme, de 2016, o reboot de 2021 entrega muito mais do que ação e comédia, incluindo muita loucura em seu trajeto.
Ele mostra o Esquadrão Suicida pelos olhos de James Gunn, responsável pela direção, enquanto a produção ficou por conta de Zack Snyder, conhecido por “A Liga da Justiça” (2021). James Gunn também foi diretor de “Os Guardiões da Galáxia Vol. 2” (2017).
Os destaques do filme são Margot Robbie como Arlequina e Viola Davis como a inescrupulosa diretora da prisão, Amanda Waller. Outro destaque também foi Idris Elba como Bloodsport, traduzido para o português como “Sanguinário”.
Esquadrão Suicida 2.0: Tentando de Novo
A estrutura do filme é feita em partes, ou capítulos, como se fosse uma história em quadrinhos. No início, somos apresentados à penitenciária Belle Reve, que possui a maior taxa de mortalidade dos Estados Unidos.
Amanda Waller (Viola Davis), diretora da Belle Reve, precisa encontrar um grupo de presidiários que seja corajoso o suficiente para realizar uma missão ultrassecreta no pequeno país de Corto Maltese, na América do Sul.
A diretora, então, forma dois grupos de presidiários para a missão. Um dos grupos é formado por Arlequina (Margot Robbie), mas a visão principal dessa parte está por conta de Savant (Michael Rooker).
O filme se desenrola de maneira caótica nessa primeira parte, e é uma amostra de como será o ritmo percorrido nas próximas duas horas. Essa parte também é essencial para observar como ocorrerá a narrativa e fatos que percorrerão até o final.
Não há tempo do espectador se relacionar com algum dos personagens dessa rodada. As várias cenas da luta entre os “heróis” e os militares de Corto Maltese conseguem ser sangrentas, mas ao mesmo tempo divertidas.
Aqui começa o arco de protagonismo da Arlequina, que possui momentos de destaque do início até o final. Um ponto para se comentar é como o visual da personagem se diferencia fortemente do de 2017: a sexualização foi muito reduzida, mostrando os verdadeiros atributos da psiquiatra, o talento nas lutas e sua loucura.
Heróis ou vilões? Não importa…
O filme possui várias digressões após a primeira parte do confronto em Corto Maltese. Em resumo, a pequena ilha, governada pela família real por décadas, sofreu um golpe de estado pelas mãos dos militares, sendo isso uma ameaça às relações geopolíticas com outros países, principalmente com o Estados Unidos da América.
Nesse background, somos apresentados ao Esquadrão Suicida principal do filme, tendo Sanguinário (Idris Elba) como líder e os outros membros incluindo o Pacificador (John Cena), Bolinha (David Dastmalchian), Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior) e Nanaue, um tubarão com características humanas (na voz de Sylvester Stallone).
Entre diversas digressões, conseguimos nos conectar com os personagens e observar suas características e histórias. Por exemplo, Sanguinário aceita o “convite” para a missão, após Amanda ameaçar mandar a filha do mercenário para a prisão, e também há diversas citações sobre o seu passado e o dos outros membros do Esquadrão.
Em sua grande parte, o filme tem muitas, mas muitas piadas e situações de duplo sentido, que casam bem com os momentos inseridos e com o estilo do filme.
Conforme a missão avança e o Esquadrão Suicida tem algum sucesso, ao meio de trancos e barrancos, garantindo a diversão do público, um ponto a destacar é a rivalidade de Sanguinário e Pacificador: os mesmos possuem habilidades parecidas e competem entre si para ver quem é o melhor matador.
Mas não só de rivalidade vive o Esquadrão: conforme os personagens vão vivendo e contracenando, laços vão sendo criados, uma prova de que “vilões” também possuem valores de afeto e amizade.
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A ascensão fabulosa da Arlequina
Como dito anteriormente, o filme se passa com o grupo realizando uma missão em um país tomado por um golpe de Estado dos militares. Arlequina, após ser capturada, chama a atenção de um dos responsáveis pelo golpe e seu protagonismo no filme é impressionante.
Assim como o subtítulo do filme “Aves de Rapina (2020)”, traduzido no Brasil como “Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”, a psiquiatra tem sua “ascensão fantabulosa” em Esquadrão Suicida.
Mesmo com essa versão repaginada da Arlequina, não há menção ao “Aves de Rapina”, seja em figurino ou em algum flashback, e a pouca similaridade é uma humanidade maior na personagem. Ela deixa a imagem de eterna namoradinha do Coringa, que fica muito marcada no primeiro filme, mas se aproxima da sua história principal pela personagem continuar sentimental e independente.
Ao contrário do que todos esperavam, a Arlequina não precisava de salvadores ou salvação, pois ela mesma pode se salvar sozinha e ser o ícone que não pôde ser no filme anterior.
Vilões também pode ser e ter amigos!
Em um primeiro momento, Sanguinário parece um personagem frio e distante, focado apenas em sua missão para conseguir salvar sua filha, mas ele é mais do que um mercenário, tendo um lado humano.
Aqui temos um paralelo com o filme de 2016, pois esses mesmos valores de humanidade foram introduzidos no personagem de Pistoleiro (Wil Smith), que possui um background parecido com o Sanguinário, mas por conta do fraco enredo do primeiro filme, a tentativa não foi bem sucedida.
Uma das grandes reviravoltas de Esquadrão é sobre os valores de heróis e vilões, principalmente na figura do Pacificador. Seguindo o clichê heroico na busca pela liberdade a qualquer custo, o personagem não possui filtro para seguir seus objetivos… tudo em busca do lema da liberdade. Ao contrário de Sanguinário, como citado anteriormente.
Em muitos momentos, há essa brincadeira com a dicotomia entre “vilões” e “heróis”… quais são os valores de cada um? O que forma um vilão? E um herói? Esses questionamentos estão presentes de forma inconsciente no filme. De fato, temos uma quebra no clichê “vilões são do mal, eles fazem mal para as pessoas”.
Em dado momento, o grupo se preocupa mais com salvar os habitantes de Corto Maltese do que com a missão para a qual foram designados. Será que essa não é uma “moral” digna dos heróis?
Essa é a grande missão do Esquadrão Suicida: mostrar que vilões também são dignos e possuem sentimentos de humanidade.
As loucuras não são apenas do Esquadrão Suicida
Apesar do filme ser incrível, ótimo para quem curte ação e fantasia e não se importa com sangue e tripas voando pela tela, Esquadrão Suicida, algumas vezes, peca pelo excesso de situações, passando por política, militarismo e até alienígenas.
Mas os efeitos especiais são impressionantes: as tripas que voam pela tela são extremamente reais (então cuidado se você for alguém sensível!) e os efeitos são muito bem feitos e executados.
Um grande destaque vai também para a trilha sonora, que começa com o incrível som de Jonny Cash, passando até por Glória Groove e Carol Conká. A trilha fica marcada como uma assinatura de James Gunn, lembrando muito o filme “Guardiões na Galáxia 2”, pois as músicas conseguem quebrar os momentos tensos e caóticos.
Podemos encontrar alguns clichês no filme? Sim, mas a forma sarcástica pela qual são trabalhados fica mais como uma crítica a esses padrões do que uma piada de mal gosto.
Temos acesso ao verdadeiro valor da franquia, que é o debate sobre como a primeira imagem de alguém pode cair por terra. Vilões são dignos de sentimentos humanos e fatos heroicos não ocorrem só com heróis. Esse debate não foi realizado no filme de 2016 de forma positiva.
Ou seja, não espere algo verossímil em Esquadrão Suicida, mas esse é o grande atrativo do filme. Apesar de ser cheio de recursos, os 132 minutos passam em um piscar de olhos e as partes se conectam completamente.
Não fique assustado com o Esquadrão Suicida e suas loucuras, pois como já dizia o Chapeleiro Maluco, de Alice no País das Maravilhas, “Somos todos loucos aqui!”.
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[…] E o Otageek foi convidado à cabine de imprensa do filme, então não deixe de conferir a nossa crítica clicando aqui! […]
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