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Crítica | Em O Beco do Pesadelo, Guilhermo Del Toro entrega reflexão sobre ambição humana
O Beco do Pesadelo, novo filme do diretor Guilhermo Del Toro, chega aos cinemas nesta quinta-feira (27). O longa é a segunda adaptação do livro homônimo de William Lindsay Gresham, sendo a primeira de 1947.
Enredo
A história se passa nos anos 40 e gira em torno de Stanton Carlisle (Bradley Cooper), um homem com um passado sombrio que se junta a uma feira itinerante comandada por Clem (Willem Dafoe). Lá, ele se envolve com aquelas pessoas e passa a ajudar com o funcionamento do local.
Enquanto interage com os indivíduos que trabalham ali, Stanton conhece Zeena (Toni Collette), uma vidente, e seu marido Pete (David Strathairn), que acabam tomando Stan um pupilo, ensinando-o um truque que vai mudar sua vida.
Um longa sobre até onde pode chegar a ambição humana
Se você já está acostumado e gosta da estética usada por Del Toro, O Beco do Pesadelo tem tudo para te encantar aqui também. A temática circense, apresentada com uma abordagem sombria e ao mesmo tempo colorida, que o cineasta entrega, já nos faz ter uma ideia do que veremos ao longo do filme.
O filme pode ser dividido em duas partes: na primeira, ele chega na feira itinerante e conhece aqueles que vão acolhê-lo e ensiná-lo sua função na pequena comunidade; na segunda, temos Stan aproveitando o glamour da cidade grande, enquanto apresenta seu número ao lado de Molly (Rooney Mara).
Stan é um homem de moral duvidosa e, em todos os momentos possíveis, mostra ao espectador que não podemos confiar naquilo que ele está falando. Porém, seu carisma o ajuda a encantar a maioria das pessoas ao seu redor.
A atuação do Bradley Cooper é o que garante o sucesso do filme: tudo o que acontece é sobre seu personagem, então o ator é realmente a base da obra. Além disso, Toni Collette (Zeena), na primeira parte do filme, e Cate Blanchett (Lilith Ritter) na segunda, destacam-se por serem mulheres fortes sem a intenção de se deixarem dominar.
O restante do elenco está super afiado, como peças de uma grande engrenagem em prol de um único objetivo. Willem Dafoe, como o dono da feira itinerante Clem, faz com que você queira fugir toda vez que ele explica como sua mente funciona.
O filme nunca nos dá a resposta mais óbvia, e em vários momentos o espectador acreditará saber o que aguarda nosso protagonista nas próximas cenas, mas não é o caso. As reviravoltas, em momento nenhum, parecem forçadas ou fora de propósito dentro do roteiro.
Conclusão
O longa fala sobre a degradação humana e o quão longe as pessoas podem ir para conseguir seus objetivos. Seu encerramento ainda deixa uma sensação ruim no espectador, que com certeza fará qualquer um repensar suas ambições. A última frase vai arrepiar cada pelo do seu corpo.
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