Crítica | Edge of Eternity, novo JRPG da Midgar Studios

A Midgar Studio começou uma corrida contra o tempo ao lançar o Kickstarter do jogo Edge of Eternity, e em menos de dois dias eles já arrecadaram 25 mil dólares, e concluindo com mais de 161 mil dólares arrecadados pelo Kickstarter. o jogo foi lançado para PC com acesso antecipado desde 2018 e para consoles e no dia 10 de fevereiro de 2022

Edge of Eternity teve seu acesso antecipado para quem participou do Kickstarter desde 2018 quando lançou o primeiro capitulo do jogo, sendo bem recebido entre os fãs de JRPG e apoiadores do projeto.

O jogo teve suas metas muito bem definidas, infelizmente não chegou aos 295 mil doláres, mas os 161 mil que alcançou já foi o bastante para entregar um ótimo jogo. Entre as mais importantes está a trilha sonora orquestrada feita por Yasunori Mitsuda, que foi responsável pela trilha sonora de clássicos como Chrono Trigger, Chrono Cross, Xenogears e Xenoblade Chronicles.

Já falamos um pouco do estúdio, mas vamos agora falar do jogo, que é o mais importante, vamos falar de Edge of Eternity. E antes que eu me esqueça, o Daryon tem um recado pra vocês:

Nem sempre quem te estende a mão é seu amigo

Aproximadamente 30 anos atrás, os Arquelites vieram de outro planeta e, se mostrando amigáveis, ajudaram Heryon a prosperar ao dividir sua tecnologia. Infelizmente não durou por muito tempo, e um dia eles simplesmente julgaram que o povo de Heryon não era merecedor de sua ajuda, e do dia pra noite dizimaram uma nação.

Após esses acontecimentos, as nações restantes se uniram para tentar sobreviver ao ataque dos Arquelites, e alguns anos depois eles conseguem ver uma esperança na luta para sobreviver. porém o pior estava por vir, eles utilizaram sua maior arma contra os habitantes de Heryon, a corrosão.

Dois irmãos em busca de uma cura

A corrosão é uma doença que, vagarosamente toma conta do corpo do hospedeiro, fazendo ele se transformar em metade máquina e metade orgânico, até que a pessoa se transforme em uma abominação. falam que a dor causada pela corrosão é tão grande que muitos são levadas a loucura, fazendo elas se tornarem extremamente violentas e irracionais.

E os irmãos Daryon, o soldado que aprendeu a utilizar cristais em combate melhor que os outros e Selene, uma sacerdotisa do Santuário, após descobrirem que sua mãe foi contaminada pela Corrosão, Selene decide que sua missão é descobrir uma cura para essa doença que esta destruindo a humanidade, e Daryon jura protege-la de qualquer ameaça e estar com ela até encontrar a cura, ou morrer tentando.

Gráficos e jogabilidade

Falar desses três tópicos é muito fácil, Edge of Eternity é um jogo de mundo aberto inspirado em clássicos do JRPG, os cenários tiveram um cuidado enorme, da vegetação até as árvores, das transições entre mundo aberto e batalha, onde o combate acontece exatamente no lugar que você esta no mapa, até os NPCs ou baús que estão por perto aparecem durante o combate.

A transição do tempo também é agradável, desde o nascer ou o pôr do sol até o inicio da chuva, cenários com nevoa ou nevascas. Até os lugares completamente tomado pela corrosão tem uma beleza nos restos retorcidos de metal em meio ao que sobrou da natureza.

O sistema de combate é simples, a batalha é feita por turnos, assim que um personagem ou inimigo enche a ATB (Active Time Battle) ele age, o jogo segue o sistema que é utilizado desde os primeiros jogos da franquia Final Fantasy, Chrono Trigger e outros. Os inimigos e os personagens são posicionados dentro de hexágonos, aqueles de ataque corporal podem atacar inimigos no hexágono próximo e os ataques a distância e magias podem acertar até 2 hexágonos de distância.

Cada personagem tem habilidades únicas, fazendo deles uma peça importante durante o combate, Daryon por exemplo é personagem de ataque corpo a corpo e tem apenas um hexágono de distância, já a Selene é nossa maga, as magias dela acertam até dois hexágonos pra qualquer direção.

Até ai, tudo parece simples, porém a complexidade do jogo está fora da batalha, Edge of Eternity conta com um sistema de habilidades baseado nas Gemstones que você colocar nas armas, lembra do sistema de matéria de Final Fantasy VII? Simplificando, é parecido, mas vamos aprofundar. o jogo conta com seis tipos de Gemstones diferentes, sendo elas?

• Amarelo (Elétrico)
• Azul (Gelo)
• Ciano (Água)
• Magenta (Espaço e tempo)
• Verde (Cura)
• Vermelho (Fogo e Terra)

Para Selene poder utilizar uma magia de fogo, ela precisa ter na arma dela uma Gemstone Vermelha com a habilidade de FireRift, então da pra ver que não é só sair equipando qualquer coisa, mas não para por ai, cada Gemstone também gera um bônus pro personagem, seja em ataque, defesa, velocidade e por ai vai. No inicio pode parecer complicado, mas confia, rapidinho você domina todo esse sistema.

E pra complementar, suas armas, além de terem espaços limitados para as Gemstones, eles também tem nível próprio, quanto mais você passa o nível da sua arma, mais forte ela fica e mais espaços para Gemstones você tem.

Cada monstro tem uma fraqueza e uma resistência contra um elemento, lembre de equipar magias de elementos diferentes para causar mais dano durante o combate. Edge of Eternity tem um combate simples, porém com uma complexidade na organização dos seus personagens.

Trilha sonora

Uma das conquistas do Kickstarter do jogo foi alcançar os 130 mil e ter o incrível e conhecido Yasunori Mitsuda, conhecido por fazer parte da composição da trilha sonora de jogos como Chrono Triger, Chrono Cross, Xenogears, Xenoblade Chronicles e vários jogos que marcaram o ouvido dos jogadores de JRPG.

A trilha foi gravada com orquestra e toda a composição foi feita por ele, cada cenário diferente tem uma música trazendo uma ambientação, algumas remetem a outros trabalhos dele, mas sem duvida foi uma escolha incrível trazer Mitsuda para compor a trilha do jogo, nesse quesito, a gente não tem o que reclamar.

O lado “corrosivo” do jogo

Não há duvidas que a Midgar Studios conseguiu criar um JRPG gostoso de jogar, porém algumas coisas poderiam ser melhores, algumas vezes você sente um pouco de Stuttering (queda de FPS durante o jogo) durante a exploração, o jogo carrega muita informação, como os inimigos no mapa em “quase tudo que o sol (ou a corrosão) toca”, não são constantes, mas as vezes correndo com o seu Nekaroo você pode sentir, porém, durante as batalhas eu nunca sofri nenhuma queda de fps, a batalha sepmre flui bem, mesmo se você colocar aumentar a velocidade.

Existe uma sensação da história ser um pouco corrida demais nos dois primeiros capítulos do jogo, foi um amontoado de acontecimentos, perdas e batalhas em que não tivemos nem tempo de criar um laço entre os personagens que nos foram apresentados. Talvez um prologo como tutorial poderia criar esses laços entre alguns dos personagens (não jogáveis) e depois ter o inicio em que o jogo tem hoje. Até o segundo capítulo você vai sentir Daryon e Selene sendo um pouco raso, os grandes laços são criados após ele, então pode adianta a história que as missões secundárias vão ficar te esperando até o final do jogo.

Também senti falta de um “avatar” de alguns personagens nas conversas, muitos personagens importantes não tem uma “imagem” no dialogo, apenas o nome, isso fez muitos deles não serem notados. As telas de loading também poderiam ganhar algo mais dinâmico, e não apenas uma barra azul com a foto do jogo, algumas curiosidades sobre os personagens, história, dicas e até algumas artes poderiam estar na tela de loading, dando uma maior curiosidade de prestar atenção e conhecer mais sobre o jogo, desenvolvedores, entre outros.

E um detalhe importante, infelizmente o jogo não conta com legendas em português.

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Edge of Eternity Vale a pena?

Se você gosta de RPG de turno, sem duvida vai gostar e muito do Edge of Eternity, a trilha sonora e o combate são dois pontos fortes do jogo, a história é simples, mas é bem trabalhada do meio do jogo pro fim, sendo mais aprofundada e ligando boa parte dos pontos soltos que o inicio do jogo deixou. A evolução dos personagens é clara, sendo constantemente perceptível durante os combates e as customizações de Gemstones e criação de armas.

Você pode apenas desfrutar da história, diminuindo a dificuldade dos combates ou procurar um combate desafiador aumentando ela, o jogo entrega o que promete, um JRPG divertido que transborda a inspiração nos jogos clássicos de JRPG, um combate intuitivo e dinâmico, uma fauna e flora bem elaborada, sofrendo ou não da corrosão e sua trilha sonora que, sem duvida, vai ficar gravada na sua cabeça.

O jogo foi publiado pela Dear Villagers e foi lançado para consoles no dia 10 de fevereiro de 2022, estando disponível para Playstation 4. Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.

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Podem me chamar na PSN também, estamos jogando a Ladder do Diablo 2 Resurrected no PS4. Abraço pra todo mundo e FUI!

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